sexta-feira, setembro 14

Recuso-me a Viver Numa Prisão Aberta

Durante o tempo que estive ausente da banda ganhei alguns "vícios" que hoje em dia e em qualquer parte do mundo que esteja, nunca abdico deles, excepto claro se a bufunfa ou o tempo não permitirem. O Danone, a Meia de Leite, o Croissant com fiambre prensado, um cinemazinho, andar a pé sem preocupação ou quando aos sábados ia ao quiosque da aviação naval (Aveiro) comprar o jornal expresso... só para dar alguns exemplos.
Geralmente quando mudo de habitat ou cidade, tento sempre manter aqueles hábitos que no novo local onde me encontro posso realizar, e só o suspiro substitui aquilo que sinto falta. (...)
Hoje, que estou em terras da kianda, aceito viver sem alguns deste hábitos porque é impossível tê-los por cá, o que não aceito, é abdicar de outros que posso muito bem usufruir cá na banda.
Falo do meu "vicio" de gostar de andar a pé, e o facto da cidade estar tão violenta ao ponto que por causa de um telemóvel pode-se perder a vida! A par dos gatunos, são os policias que não param de me chatear sempre que saio de máquina ao ombro:
- A porque é proibido fazer fotos na via publica!!! (como já escrevi uma vez aqui)
Talvez até esteja a ter uma reacção radical sem pensar nas consequências, mas a verdade é que me recuso a viver como um preso solto no meu próprio país. Já basta ter de chegar a casa e não haver energia, tomar banho a corrolar (entenda-se banho de caneca) por não haver água!!! Agora terei de abdicar também de andar a pé?
Só espero que depois deste desabafo, o próximo post não seja sobre a história do assalto que sofri na Maianga ou no Kassenda ou na banda da Samba.
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1 comentário:

Rrorre disse...

Esta tal realidade que estás a falar já não me parece tão distante da realidade que enfrentava no Brasil, e isso que em minha cidade (Florianópolis, no sul do Brasil) é considerada um oasis de calmaria em um país tão violento como o Brasil. Hoje vivo em Miami, e mesmo aqui garanto que existem vários bairros aqui que não me atreveria a andar pela noite ou mesmo em plena luz do dia sozinho....Acho que por isso não me espanto tanto em ler tais linhas sobre a situaçao de Angola.