quinta-feira, junho 30

Porque Será?!!

Angola é o País Africano mais rico em recursos naturais... é o segundo maior produtor de Petróleo de África... contudo o índice de pobreza da população e a esperança média de vida infantil são das mais baixas do Mundo!!!!


"Lutemos para fazer com que as pessoas pensem e não apenas para convencê-las"
Georges Braque

domingo, junho 26

A Minha Aventura

Este meu desabafo serve para alertar a minha geração dos tremendos desafios que temos pela frente para ajudar a reconstruir uma Angola melhor!
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De missão cumprida no exterior, com uma licenciatura debaixo do braço, e apesar de recém chegada, não posso deixar de manifestar a minha insatisfação pela anarquia com que coabitamos na nossa bela cidade de Luanda!
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Durante os anos em que vivi no exterior, anos de nostalgia e de saudade, sempre tive o privilégio de poder regressar a Luanda para férias com a família, e se bem me recordo, nunca encontrei Luanda como hoje, suja, degradada, sem princípios, sem leis, sem civismo e sobretudo sem piedade de quem a habita.
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Recebi as boas vindas à terra logo à chegada, quando inocentemente julguei ser possível levantar bagagem não acompanhada na Alfândega do Aeroporto 4 de Fevereiro sem qualquer entrave. Enganei-me! Tal foi o engano que só o pude fazer 10 dias após a minha chegada. Foi uma aventura no qual me meti sem saber que, de facto, estava a embarcar numa longa viagem com bastante turbulência. Fui atendida sete horas após lá chegar sem saber que poderia ter sido atendida à chegada por apenas 200 kwanzas. Este episódio far-me-ia escrever bastante mais, mas deixo às autoridades responsáveis por tal estabelecimento ponderarem sobre o que ali se passa, pois estou em crer que ninguém lá dentro está inteirado da falta de profissionalismo, de asseio, de honestidade, e até de responsabilidade dos seus trabalhadores.
A menina do balcão arrastava-se pela sala de atendimento aos clientes da alfândega para carimbar um único papel, o que lhe roubava logo 15 minutos do seu precioso tempo. Após tanto trabalho, sentava-se na sua graciosa secretária e coçava a cabeça até adormecer em cima do teclado do computador talvez pensando que de uma almofada se tratasse, pois durante os 10 dias que lá estive nunca a vi sequer tocar numa única tecla.
Todos os departamentos da Alfândega estavam simpaticamente decorados, com uma caixinha de «boas festas» e com um trabalhador de «mão estendida» a chantagear-me por 200 ou 300 kwanzas - ou não quisesse eu tratar do meu pendente o mais rápido possível. E assim foi, durante os meus primeiros 10 dias de glória, lá tive que «largar» muitos 200 kwanzas a fim de reaver os meus pertences. Até que, por fim, lá tiveram piedade de mim, e me deixaram trepar armazém acima à procura da minha bagagem, talvez por ter sido dia 24 de Dezembro em que estavam todos de ânimo mais generoso. Realmente voltei para casa aliviada, com a bagagem em mão de facto, embora com menos 200 Usd no bolso de tantas «taxas extra alfandegárias» que tive de pagar.
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Durante estes 10 dias de regresso à terra, pouco ou nada pude apreciar ao meu redor, tal era a ânsia de tirar as minhas coisas da alfândega escapando-me assim muita coisa à vista. Com mais calma pude apreciar com o que iria ter de conviver durante o resto da minha vida, ou não fosse eu angolana ferrenha!
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A segunda aventura, é sem dúvida, conduzir em Luanda!!!
É de «gritos»... Prioridade, alguém conhece? Passadeira? Semáforos? Será que um cidadão a quem foi concedido uma carta de condução, sabe-se lá por quantos “200Kwanzas”, não respeita nunca, nenhuma regra básica de trânsito? Hei-de experimentar pintar o meu carro, embora não seja nenhuma “Hiace”, de azul e branco, a fim de impôr respeito.
Os ditos «candongueiros» são a única entidade, embora não oficial, a ser respeitada nesta cidade. Basta uma volta à nossa pequena metrópole para perceber que ninguém sabe dos seus devidos lugares: são carros nos passeios, piões nas estradas, supermercados ambulantes, «buzinas» constantes, tudo fora do lugar. Também eu me sinto fora do lugar, sem saber por onde andar, sem saber por onde conduzir, sem saber por onde passear a pé. Trata-se de uma «missão impossível»! Circular em Luanda é uma verdadeira aventura, masoquista talvez, mas necessária e indispensável.
E quando chove? Parece um breve «Tsunami» passando por cima de nós, que deteriora a situação crítica dos buracos na cidade, que leva alcatrão, trás mais poeira à mistura, suja-nos a roupa, que tanto custa a muitos lavar pela falta constante de água corrente, sem pedir licença. Não esquecendo, é claro, da questão da falta de esgotos na cidade, que tanta falta nos faz quando chove, consequentemente aglomerando inúmeras águas paradas, cidade a fora, trazendo à baila epidemias. Não temos alternativa se não aceitar a forma atroz que nos é imposta de viver!
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É desesperante a questão do lixo na cidade. Será possível não haver um único responsável que tenha dó, quanto mais não seja dele próprio, que com o lixo co-habita de forma indiferente, que se preocupe com esta vergonha? É vergonhoso sair à rua. Agora virou moda não haver caixotes de lixo! É “cool”!!! Quantos mais sacos e saquinhos espalhados, mais decorada fica a cidade. Tantos gastos se fazem em compras de luxo pelos nossos mais ilustres governantes, grandes carros de centenas de milhares de dólares, comprados única e exclusivamente por questões de segurança, casas de luxo, viagens dispendiosas, e tudo quanto se possa imaginar. Chamo a isto a “prisão” dos governantes. Prisão esta que os deixa calmamente relaxados dentro do seu fictício mundo de luxo, bem distantes do nosso «lixo de luxo»!
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O tema civismo é uma graça! Palavra bastante mencionada por todos os meios de comunicação mas nunca praticada. Já lá foi tempo em que se pôde, com resultados visíveis, educar um povo. Hoje em Angola tem sido difícil, não sei se por falta de campanhas educacionais o suficiente bem delineadas e direccionadas aos alvos certos ou se por mero esquecimento do Governo. O cenário é pavoroso: cidadãos sem um mínimo de senso comum a atirarem deliberadamente lixo pela janela fora, indivíduos a urinarem em plena via pública, obras públicas, poucas que sejam, a serem veementemente destruídas sem dó nem piedade. A questão do civismo é grave. Vivemos numa sociedade onde se deixa gente morrer por faltade pagamento à vista nos hospitais ou mesmo clínicas privadas. Acompanhei alguns casos de perto onde por não haver dinheiro à vista se deixou morrer um ser humano. Entendo, ou pelo menos tento entender, a falta de condições em que se trabalha, mas tem de haver culpados!
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Vivi a minha terceira aventura quando fui assaltada em plena via pública à frente de polícias que só foram atrás do “artista” quando prometi recompensá-los com 50 USD. Achei que pudesse tratar do meu bilhete de identidade também de forma normal. Fui levada por uma amiga a uma repartição pública, onde fui atendida por um indivíduo que por mais alguns, muitos, 200 kwanzas, me deixou gentilmente entrar para que pudesse dar entrada dos papéis necessários. Foi então que tive de dar a volta ao edifício e me deparei com uma casa de banho transformada em «guichet».
Para minha surpresa, aqui em Angola não se identificam as pessoas pela altura, cor dos olhos, ou cor do cabelo. Somos identificados pela cor da pele como se de animais se tratasse, porque assim como se identificam os cães pela raça, nós angolanos também o fazemos. Julguei que a fotografia fosse o suficiente, sempre pensei que fosse única e exclusivamente angolana e não”mista”, “branca” ou “negra”! Devemos ser o único país do mundo onde a raça é o item mais importante para a identificação dos seus cidadãos!
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Lembro-me de pequena ir dar uma volta à Ilha de Luanda todos os fins-de-semana com os meus pais. Hoje vou, mas bastante contrariada com medo, quiçá, até de morrer, não me vá saltar um pedregulho em cima. Já tentei entender o porquê dos pedregulhos monstruosos no meio da Ilha de Luanda. Será mera decoração? Não creio. Bem «matutei» desde que cá estou e chego à conclusão que os «monstrinhos» servem única e exclusivamente para proteger os postes de luz, que pouco ou nada iluminam, pois não funcionam. Reparem que por de trás de cada poste existe um pedregulho engraçado aprotegê-lo. Sem contar com os acidentes típicos de todos os fins-de-semana precisamente por causa dos pedregulhos. Vale mais proteger um poste de luz que a vida de um ser humano?!! Não seria mais fácil e menos trabalhoso colocar separadores centrais para segurança de todos? Lá vamos nós, luandenses, dar a volta dos tristes aos domingos e voltamos todos para casa bem mais estressados de tantos «ziguezagues». Chamo-lhe «Ilha de Luanda Dakar»!

Outra inquietação são os passeios destruídos, haverá falta de cimento? Ou é para marcar a diferença? Esqueço-me sempre que somos «cool», diferentes, ousados.
É inadmissível, que tudo seja destruído e pouco seja construído, que não haja ordem, que não haja educação, que não haja humanidade, piedade, companheirismo, solidariedade. Vivemos no mundo da fantasia. Todos por um e nenhum por todos!
Não culpo de forma alguma a menina da alfândega do aeroporto, o «artista» que me assaltou, ou o pobre homem que me cobrou taxas extra para tratar do bilhete de identidade. Se pensarmos um bocadinho, todos os luandensses lutam pela sobrevivência, roubando, cobrando extra pelos serviços públicos, vendendo na rua.
Todos sobrevivem num país onde a taxa de desemprego ronda os 70%. O mais hilariante é «muitos» compararem o nosso índice de crescimento de 10% com as taxas de crescimento dos países desenvolvidos que rondam os 2 ou 3% como se estivéssemos todos a viajar num «TGV» sem terem noção que estamos a viajar ainda num comboio a vapor. Num comboio a vapor com lenha exclusiva do nosso off shore. Voltei ao país cujo maior emprego é o desemprego!
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Esta é a realidade com a qual nos confrontamos, um desafio que eu e todos os que chegaram como eu temos pela frente. Tudo isto me leva a reflectir. Será que a minha geração terá de se conformar com este estado de coisas? Não creio. Nós que estamos agora a regressar ao país temos que levar isto como um desafio, não nos podemos resignar. É a nossa herança, não temos medo e vamos enfrentá-la desde que nos dêem oportunidade para o fazer. Pertenço à família da situação mas não me considero sitiada, não me falta nada mas sinto necessidade de quase tudo. Não sou contra o sistema mas clamo por um melhor sistema.
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Por:
INDIRA PATRÍCIO
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Já dizia José Ingenieros - " o destino dos povos floresce nas mãos dos jovens que sabem sentir a ansiedade de bens vindouros"

O pessimista senta-se e lamenta-se. O optimista, levanta-se e age!

quinta-feira, junho 23


ANGOLA Posted by Hello

Para Reflectir...

A diferença entre países pobres e ricos não é a Idade do país.
Veja o caso de países como o Egipto e a Índia, que tem mais de 2000 anos mas são pobres...

...e a Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia, que há 150 anos quase não existiam e hoje são países desenvolvidos e ricos.

A diferença entre países pobres e ricos não reside nos recursos naturais disponíveis.

O Japão é a segunda economia do Mundo, com 80% de território montanhoso e impróprio para a agricultura e a criação de gado.

No entanto, o país é uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o Mundo e exportando produtos manufacturados.

A Suíça, apesar do seu pequeno território, cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Fabrica lacticínios da melhor qualidade e produz o melhor chocolate do Mundo importando cacau de África. Pequeno país, tem uma imagem de segurança, ordem e trabalho, o que o transformou na caixa forte do Mundo.

Os executivos de países ricos em comparação com seus pares dos países pobres, mostram que não há diferença intelectual significativa.

A raça ou a cor da pele também não são importantes. Imigrantes rotulados de preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países europeus ricos.

Então, qual é a diferença?
A diferença é a atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela Educação e pela Cultura. Nos países ricos e desenvolvidos, a grande maioria das pessoas segue os seguintes princípios de Vida:

1. A ética, como princípio básico.
2. A integridade.
3. A responsabilidade.
4. O respeito pelas Leis.
5. O respeito pelo direito dos demais cidadãos.
6. O amor ao trabalho.
7. O esforço pela poupança e elo investimento.
8. A disciplina.
9. A pontualidade.

Nos países pobres apenas uma minoria segue estes princípios básicos na sua vida diária.Angola não é pobre porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel connosco. Somos pobres porque nos falta vontade para cumprir e ensinar esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.
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Por:
Autor Desconhecido

"O cérebro é como um músculo, por isso, a semelhança dum músculo quanto mais lhe exercitamos mais robusto e capacitado para tarefas mais árduas ele se torna."

quarta-feira, junho 15


Mussulo Posted by Hello

S.O.S MUSSULO

Chamo-me MUSSULO, sou uma península abençoada por uma beleza impar no país tropical ANGOLA.
Nasci há muitos milhões de anos, já vi cruzar nos meus mares Caravelas dos Descobrimentos, Barcos Negreiros e com o progresso Lanchas poderosas e Iates de luxo.
Sou orgulhosa daquilo que proporciono aos meus visitantes, eles fazem desportos radicais na água e nos trilhos das moto 4, fazem pesca de todos os tipos, fazem festas e barbecues, passam férias, eles habitam-me! e eu gosto de os ter!
Estou rodeada de água temperada que delicia quem nela se banha, às vezes a corrente vem da esquerda por outras vezes vem da direita como se de uma dança se tratasse, (conforme a música que a Lua toca!) A coloração da água varia entre o verde e o azul. À noite, no lado do alto mar, sou a cama de muitos amantes que fazem juras de amor ao som das minhas ondas, cobertos por um manto de estrelas que se perdem no infinito Universo. Sou o postal e orgulho de uma Nação, sou a península MUSSULO!
Vi passar muitas gerações, mas não aguento muito tempo mais, ESTÃO A MATAR-ME!!!! Constroem sem me respeitar... sem estudar o impacto ambiental a que me submetem. Vêm da cidade e trazem toneladas de lixo, tudo que possam imaginar... o mais triste é que esse lixo fica e nunca volta, estou triste por me tratarem assim, não mereço tamanho desdém nem tanta falta de respeito.
Vejo-vos passar nos vossos barcos e motas de luxo a poluírem a água derramando ao longo dos anos combustível.
Vejo-vos ao longo dos anos a consumirem bebidas que logo depois atiram para o meu mar.
Vejo-vos ao longo dos anos, nos fins de semana prolongados, nas férias, na Páscoa, no Natal e Ano Novo, a desembarcarem em mim toneladas de bebida e nunca vejo os vasilhames a regressar.
Depois das vossas festas ficam sempre rastos de latas e garrafas por aqui e por ali, o mar limpa-me a costa arrastando consigo o vosso lixo para o fundo do mar tendo como consequência a morte da fauna e da flora.
Quero ser desfrutada hoje e amanhã!.. Não me destruam!.. Tratem bem de mim!.. Respeitem-me, cuidem-me e preservem-me para que os vossos filhos e netos possam desfrutar aquilo que eu vos ofereço agora. Não sei quanto mais tempo vou durar, já tenho um combate com a natureza contra a erosão natural, não tenho forças para lutar contra a vossa poluição. AJUDEM-ME!!!!!!!Amor com amor se paga!
Tu que estás a ler o meu lamento, não tenhas vergonha de dar o exemplo! Deixa de pensar que és o único a fazer o certo e que tu sozinho não vais mudar nada, são gestos como o teu que pouco a pouco vão fazer a diferença. Ensina ao teu vizinho a colocar o lixo no saco, a trazer de volta e colocar no devido lugar, ensina aos mais novos a plantar árvores e a recolher o lixo, o exemplo começa por ti! Deixa de pensar que és pequeno e ocupa o teu lugar como um grande na sociedade civilizada... Conto contigo para me salvares!

terça-feira, junho 14

RACISMO OU ELITISMO?

Cresci a ouvir falar de Angola e fui educada com uma mentalidade que mais tarde me apercebi, muito diferente da tradicional Portuguesa! Cresci a ouvir falar de terras lindas, com a saudade de quem lá deixou uma vida e teve que começar do zero em Portugal para ter aquilo que hoje tem!!! Cresci a ouvir falar de Luanda, Nova Lisboa, Sá da Bandeira, Benguela, Lobito, Baía Farta, Baía Azul, Shongoroi… e tantos outros nomes, que hoje em conversas com gente dessa Angola que imagino como linda, já me baralho e não sei bem se “conheço ou não”!

Confesso…nunca me senti Portuguesa… tive sempre a casa cheia de gente, sempre com comida para mais um…ter festa de anos com a mesa cheia e todos os vizinhos à sua volta…dizer geleira, gindungo, ginguba, leite moça, gillete (e tantas outras palavras q por me serem tão naturais, não consigo enumerar!)…comer Moamba, Pirão, Funge… Sempre me senti diferente…com uma mentalidade mais aberta, e sempre pronta a ajudar toda a gente como se fossem irmãos…nada como a maioria (e conheço algumas das excepções!) tradicional Portuguesa!

Mas…a verdade é que sou Portuguesa…branca...e só de há alguns tempos para cá tenho tido a oportunidade de lidar mais de perto com alguns Angolanos residentes, momentaneamente, no País!
Só posso dizer que conheci pessoas adoráveis, de fácil convívio, e que na sua maioria, me fizeram sentir muito bem, ou seja, integrada!

De repente, num dos passeios pelo vício bloguista, encontrei este Blog que me pareceu um espaço interessante para partilhar algum do veneno, que espalho no meu próprio Blog!!!

E por isso, caros amigos, tenho que partilhar uma ideia que já há algum tempo me persegue, mas que agora com o convívio com alguns dos angolanos que temporariamente se encontram em Portugal, lamentavelmente tenho vindo a confirmar! TEMPORARIAMENTE… sim, porque a maioria veio estudar, e logo que acabe o curso regressa a Angola!

Pois bem…é triste constatar que vivem numa comunidade fechada…reduzida àqueles que por serem também Angolanos, podem nela participar sem serem olhados de alto a baixo…como aqueles que ou por serem de outro país, ou por não falarem da mesma maneira…ou até por não serem da mesma cor (isto se juntarmos às anteriores!), são impedidos amavelmente…”por diferenças sócio-culturais”, de participarem da animação destes jovens!
As festas são no Luanda, onde todos se conhecem e quando aparece alguém desconhecido (com as características antes referidas!) é quase que “esmagado” entre olhares e comentários! No hi5, poucos são os amigos Portugueses… Sei que também diferenciam os outros Palopes, não acham por bem partilhar o espaço com os Cabo-Verdianos, Moçambicanos e Guiniensses. Vivem uns para os outros, formam uma ELITE ANGOLANA, que considero pouco saudável, e como refiro no título do Post…com um cheirinho a racismo!
Posso considerar que tive sorte…posso usufruir da companhia de pessoas fantásticas…até quem sabe, arranjei novos amigos…mas talvez porque sei o que é Moamba e Pirão…e a minha família viveu em Angola!!!

Se este Blog tem a função de fazer pensar e mudar mentalidades…deixo o conselho…pensem nisto…não se fechem…num RACISMO ELITISTA!!!

Saudações Venenosas!
Por:
Portugal

domingo, junho 12

Que tipo de jovens Angolanos Somos?


Tenho tido alguns debates com diversos jovens amigos angolanos, debates fortuitos, ao acaso, daqueles que se tem a mesa do café ou restaurante, num aniversário qualquer ou no carro a caminho de um destino qualquer, enfim, aquelas conversas de ocasião…
Os debates aquecem quando o tema é politica de Angola e quando se critica a Angola actual, corrupta e sem rumo ou destino.
Há vários tipos de Jovens angolanos! Há os deixa andar porque a minha família é rica, não passa por necessidades e por isso Angola está bem como está; há aqueles como eu, que na minha opinião são os mais apaixonados por Angola, e que querem que aquilo mude e progrida, que são críticos quando devem ser e sabem também valorizar o trabalho de quem governa Angola, quando o merecem e há, aqueles que são cépticos, que vivem sem olhar a nada, sem esperança de nada, vivem ao sabor do vento.

O comportamento típico do “JOVEM ANGOLANO CRENTE” é: Acreditar que Angola se vai recompor sozinha por obra e graça de Deus, acreditam que Angola é o melhor país para se passar férias, para se constituir família, para trabalhar e ficam extremamente furiosos quando alguém diz o contrário, mesmo que esse alguém seja um irmão de sangue angolano. São aqueles que ou sofreram uma lavagem cerebral ou não conhecem o mundo para além das fronteiras de Angola.

O comportamento do “ JOVEM ANGOLANO CÉPTICO” é: Não se importar com quem está frente do Governo, nem se o seu trabalho é competente ou incompetente. Tirar um curso no exterior, ir de férias a Angola, desbundar e beber todas as noites, e dia sim dia também fazer praia. Vem do exterior com hábitos sociais civilizados, chega a Angola e logo começa a fazer desmandos. Tem alguma capacidade mental para poder “fazer o bem” mas que se deixa ir na inércia do nada fazer porque "eu sozinho não mudo nada".

O comportamento do “JOVEM ANGOLANO DEIXA ANDAR” é: Um misto entre “JOVEM ANGOLANO CÉPTICO” e “JOVEM ANGOLANO CRENTE”: Acrescentando que normalmente é filho de dirigente Angolano ou de família rica e não quer que nada mude pois só tem a perder com o progresso de Angola, com justiça social e com igualdade de direitos. É normalmente aquele que usufrui de imunidade quando atropela alguém, é normalmente aquele que tem uma bolsa de estudo e não vai à escola, é normalmente aquele que tem as cunhas para arranjar os melhores empregos e nunca os aproveita.

Se me fizerem a mim a pergunta: QUE TIPO DE ANGOLANO SOU?
Respondo: Sou um misto de todos eles! Nem melhor nem pior! Mas paulatinamente começo a perceber que posso mudar algo, nem que seja só escrever textos que possam estimular o pensamento de outros e que de alguma forma possam obriga-los a pensar que não somos só marionetas mas sim o FUTURO DE ANGOLA!!! Penitencio-me por esperar sempre que os outros façam algo, e de alguma forma me identificar com todos os que anteriormente retratei! Estou farto de estar do lado de fora do barco…

quinta-feira, junho 9


MARGINAL Posted by Hello

Para a condição de um povo se alterar, esse povo tem de se alterar!

Eu sou apenas mais um Angolano descontente e frustrado com o que se passa em Angola e com os Angolanos! Todos juntos devemos unir-nos, é imperativo acabar de uma vez por todas com a sistemática violação dos nossos direitos!!!
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É com agrado que nos últimos tempos tenho registado que os estudantes Angolanos e outros elementos que amam a terra mãe e residem na diáspora ou mesmo em Angola, têm vindo a público expressar o seu descontentamento com a calamidade e anarquia em que se encontra mergulhado o nosso país e assim dessa forma demonstrar que estamos atentos e acordados.
O veículo mais comum para tais actos tem sido a Internet, essa mesma que no nosso país não chega nem a 1% da população, mas falar de Internet é falar de um luxo que não faz parte da pirâmide, os Angolanos têm outras necessidades básicas com que se preocupar.

Angola é um país com grandes recursos hídricos mas as nossas cidades são iluminadas por geradores eléctricos.
Em Angola 75% da população não tem água corrente em casa, e os que a têm, têm-na porque construíram as suas próprias reservas. No entanto todos os dias são debitados no mar milhões e milhões de metros cúbicos de água, água proveniente dos nossos rios e que não é aproveitada para regar campos agrícolas nem para consumo humano. Pergunto porquê???
Angola é um país com solos férteis e no entanto 50% dos vegetais e dos frutos que consumimos em nossa casa vêm da Europa, África do Sul e América Latina. Porquê que não se ajuda os produtores nacionais???
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A carne que consumimos nos barbecues no Mussulo, nos restaurantes, na nossa mesa em casa, também vem importada da África do Sul e da América Latina. E porquê?!
Porquê que os nossos produtores de gado não têm ajudas do estado???
Em Angola temos uma costa enorme e no entanto o Sal à nossa mesa é importado! E Porquê??? Porque não existe política adequada para ajudar os produtores de sal!
Em Angola temos muito terreno virgem para cultivar cana-de-açúcar e no entanto o açúcar a nossa mesa é importado! Porquê???

Alguém já parou para perguntar, "Onde está a Angola, outrora um país que exportava para o Mundo: Banana, Café, Açúcar,... etc?", "Que Angola é esta que importa tudo dos outros?", "Como e quando tencionamos arrancar o monstro adormecido que nós somos?" Não sai mais caro importar do que produzir????

Em Angola, se precisarmos de uma ambulância não temos, nem transportes públicos, mas os nossos dirigentes têm frotas de carros 4x4 e desportivos topo de gama, alguns deles à prova de bala!

Em Angola há demasiados carros a circular, as estradas estão saturadas e em mau estado de conservação, o estacionamento não existe, o caos e a anarquia andam de mão dadas no trânsito. Será que nunca ninguém pensou em “Inspecção Periódica obrigatória” e “Seguro obrigatório contra terceiros”? Aceitem a minha humilde sugestão e mãos a obra, que a gente agradece. Tenho quase a certeza que a circulação na estrada vai reduzir para 50% e os acidentes igualmente.

Somos vaidosos com o nosso país (destruído), com as nossas praias (sujas), com o nosso marisco (tão caro quanto na Europa), com as nossas paisagens naturais, e dizemos aos nossos amigos: “venham a Angola conhecer a sua grandiosidade e a sua beleza” e eu pergunto-te a ti que fazes esse convite; conheces Angola?!!

O Turismo seria o suficiente para alimentar Angola, mas não temos política de turismo, as passagens aéreas são das mais caras do mercado, preferimos explorar o Petróleo e os Diamantes e esquecemo-nos que um dia esses recursos tão importantes acabarão.

Os Angolanos dizem-se patriotas! O que é ser patriota? Será que é Cantar o Hino Nacional nas festas de Verão ou na Discoteca Luanda?!! Será que basta apoiar a nossa equipa de Bascket e a nossa selecção de Futebol?!!
Não!!!... Ser patriota é... denunciar o errado... é expressar as nossas ideias políticas sem medo de represálias... é participar na vida política do nosso país... é fazer greve quando estivermos a ser injustiçados... é ter atitude mental de mudar o que está errado... é gritar o que vai na alma sem ter medo dos calabouços da polícia. Tudo isto são direitos básicos e fundamentais para o nosso desenvolvimento, mas não nos são permitidos no nosso país!!

Estamos no séc. XXI, o homem já foi a Lua, mas nós no nosso país ainda não podemos ir com a família até ao Cunene ou ao Huambo ou até mesmo a Benguela por estrada, demoramos de Luanda a Benguela, de carro, o mesmo tempo que demoramos de Lisboa a Luanda de Avião! Até quando não teremos estradas???

Fomos durante anos, um país “COMUNISTA”! Um dia os mesmos comunistas acordaram “DEMOCRATAS”!
Pergunto: Como se faz isso? A mesma moldura Humana pode mudar da noite para o dia de regime Comunista para Democrata?
Deixamos de importar quadros humanos Cubanos, Chineses, Vietnamitas, Russos! E agora???

Nos anos 90, o Arquivo de Identificação de Luanda, começou a emitir Bilhetes de Identidade onde existe um espaço para descriminar a cor da nossa pele, espaço denominado por “RAÇA” onde as opções são: Raça Branca, Mista e Negra, não será isto uma forma de descriminação?? Até hoje é exclusivo para Luanda, mais nenhuma província de Angola emite ou alguma vez emitiu esse Bilhete de Identidade. Porquê 1 país e 2 Bilhetes de Identidade? Se alguém souber, que diga! Já ouvi dizer por aí, entre portas e corredores, que esse B.I serviu para fazer uma contagem dos “Angolanos Brancos”, “Angolanos Mistos” e “Angolanos Negros” a residir na nossa Capital, será possível?!!

Apelo a todos os Angolanos, digam o que vos vai na alma, está na hora de deixarem de ser cobardes e ajudarem Angola!
Usem a vossa faculdade mental para mudar Angola e leva-la a bom porto!