quinta-feira, novembro 12

A independência, o Príncipe e os cidadãos

O país comemora trinta e quatro anos. Todos aspirávamos a que Angola fosse agora um país completamente reconciliado, com um projecto colectivo partilhado, com um pensamento estratégico nacional, uma larga e forte classe média e elevados índices de desenvolvimento humano. No entanto, o país continua a ser considerado uma sociedade de trevas, atolada nos problemas característicos dos países que estão na cauda do desenvolvimento. Com uma agravante que é o facto de ser um país com muitos recursos e forte crescimento económico mas a que não corresponde um correlato bem-estar da população.

Por outro lado, a nossa conjuntura (política, económica e social) é dominada por um problema e por um homem. O homem é José Eduardo dos Santos com sua insegurança política e suas reiteradas pretensões autoritárias. O problema é a sua sucessão, com o pesado manto de incertezas, as grosseiras manobras dilatórias, as falsas promessas que lhe são associadas e as interdições que a rodeiam. As duas questões tornam o país inseguro, obscurecem a previsibilidade do regime e mancham fortemente a sua imagem no exterior, não permitindo a sua modernização, nem a consolidação de um bom ambiente não só de negócios mas de desenvolvimento sustentado, de longo prazo.

Agora que celebramos trinta e quatro anos de independência, com os indicadores sociais tão baixos que registamos, com uma economia quase de mera exploração de recursos, JES, em vez de ser um dirigente mobilizador de vontades, apenas procura submeter todas as vontades à sua própria vontade, quer no plano político, económico e social. Para tanto, fez do seu partido o tubo de ensaio dos sistemas de controlo ditatoriais e pretende aplicar as suas experiências ao país, reforçando o partido-Estado, fortemente controlado pelo partido do Chefe, o neomercantilismo que coloca toda a economia dependente dos seus interesses de potência e o corporativismo social como mecanismo de controlo total da sociedade. A eleição é a besta negra do seu consulado. Decididamente, JES não gosta de eleições, prefere a indicação e, de preferência, que seja ele a indicar.

Chegamos pois aos trinta e quatro anos de independência muito cansados da situação de instabilidade permanente (inclusive agora nas fronteiras) de um PR que está colado ao cadeirão presidencial há trinta anos, da sua cupidez, da sua insegurança, da sua incapacidade de diálogo, com os diversos sectores da sociedade angolana (não se confunda a sua capacidade de imposição, cooptação e alienação, como capacidade para o diálogo) da sua fixação política (a reprodução do seu próprio poder) da sua fraca produtividade e do pesado custo que ele tem representado para o país, nomeadamente para as novas gerações.

Chegamos aos trinta e quatro anos de independência com a dupla consciência de que a sucessão de JES é necessária mas não se pode fazer de qualquer maneira. Mas também de que não pode o nosso sentido de responsabilidade servir de pretexto para sermos obrigados a aceitar a perpetuação de uma dinastia ditatorial. Não é porque tem na sua garagem uma série de tanques de guerra que pode insistir na sua permanência eterna e se arrogar ao direito de decretar, ele próprio, uma revisão constitucional, desrespeitando assim a Assembleia Nacional (que é representativa de todos os cidadãos e da vontade política da Nação), atropelando gravemente os seus poderes e coarctando também o direito de opinião dos cidadãos.

A propósito, o PR é um cidadão e, como qualquer outro cidadão, tem direito à opinião e a participar do debate constitucional. Mas, o PR tem a obrigação de defender e zelar pelo bom funcionamento das instituições. Não pode usar das prerrogativas de PR para as desrespeitar, para as subverter. Não pode ele próprio destabilizar o processo constituinte em curso, obrigando toda a gente a abandonar a sua opinião para sufragar a dele como sendo consensual. E, muito menos ainda, não pode fazer exigências que vão contra os valores e regras fundadoras do regime constitucional vigente que saiu de um longo processo de negociação e de transacção como forma de debelar um longo e sangrento conflito que expressava também uma crise de identidade da Nação, pois esta não se reconhecia (e não era reconhecida) em todos os seus filhos. Cabe a Assembleia Nacional fazer a revisão constitucional que se propôs, no tempo que achar útil a uma serena e ampla participação das forças políticas, das lideranças sociais, das corporações económicas, das lideranças religiosas e dos cidadãos.

Pois, trinta e quatro anos depois da independência, o PR devia perceber que está obrigado a cumprir a Lei Constitucional actual, que não estamos perante um vazio constitucional que o autoriza a governar à vista. Devia entender que como PR, como pessoa de bem, está obrigado a cumprir com os seus compromissos políticos e institucionais. Mas, acontece que agora que comemorarmos trinta e quatro anos de independência, o PR adopta uma grave conduta, que não aproveita à moralização das instituições (e ao respeito destas aos olhos dos cidadãos e da comunidade internacional) ao não convocar, este ano, a eleição presidencial, por ele prometida, em 2006. E, nada diz aos cidadãos, numa atitude que traduz um menosprezo total pela Nação. Ou, ainda, uma outra conduta do PR, mais grave e não conforme com a anunciada política de normalização das instituições, nem tão pouco com a desejada reconciliação nacional, é estar a fazer pressão e chantagem sobre a Assembleia Nacional (transformando-a num comité de especialidade do seu partido) para que esta se submeta aos seus interesses políticos, estabelecendo uma ligação, de causa/efeito, entre a revisão constitucional e a realização da eleição presidencial, protelando assim a efectivação desta eleição e, por tabela, a das eleições autárquicas.

Trinta e quatro anos depois da independência, o país não pode continuar refém de um líder que se atolou nas suas próprias contradições e está possuído pela obsessão de se eternizar no poder, que lhe retira toda a clarividência. A nação tem que encontrar uma saída. É aqui que acho útil a proposta (que já fizemos há mais de dez anos) de uma segunda câmara para a assembleia representativa: o Senado.

Digo isto por JES mas também por uma questão de princípio e prudência em relação a sua sucessão. De Gaulle que embora partidário do governo forte, não queria ser um ditador e era um patriota e um homem de apurado sentido do interesse nacional, abordou esta questão, quando se preparava para deixar o poder. Escreveu ele nas suas memórias que havia necessidade de acrescentar à autoridade do seu sucessor a força do sufrágio universal directo, pois este não teria do seu lado a legitimidade histórica de que ele gozava. JES faz ao contrário, gozando ele de “legitimidade histórica” quer acabar não só com o voto universal directo mas também com a eleição do presidente. De Gaulle pensava numa sucessão institucional. Dos Santos quer, apenas numa situação limite, uma sucessão pessoal, de maneira que ele possa continuar a reinar, em sistema absolutista, mesmo que nominalmente não seja governante mas tão-somente chefe do partido da situação, assumindo então o seu lugar cativo de deputado. Creio que é ainda assim um caminho arriscado e, por outro lado, um factor de grave degradação da qualidade da política (e dos políticos) no país.

Sou favorável a uma sucessão negociada, em termos parecidos com a sucessão de Pinochet. Sei que é um personagem antipático mas a transição pacífica no Chile é um exemplo prático que nos pode ser útil e sobre o qual não devemos ter nenhum preconceito. Daí a criação desta segunda câmara do parlamento para podermos atribuir a JES a dignidade de senador vitalício, resolvendo assim o seu problema de segurança e libertando o país para a dinâmica das novas gerações, pela concorrência e pelo mérito, em todos os sectores e escalões da vida nacional.

*Cientista político

Por Nelson Pestana (Bonavena)

in jornal AGORA.



sexta-feira, outubro 30

Ubuntu

Com a Paz, Humildade e Amor ele liderou o seu país à liberdade do jugo do império britânico. Mahatma Ghandi,um homem que provou que a humildade e a verdade são mais poderosas do que impérios.

«Gerações vindouras terão dificuldades em acreditar que tal pessoa em carne e sangue uma vez andou por esta terra», disse Albert Einstein.

Nasceu na Índia a 2 October 1869, entanto a sua longa campanha pela Paz começaria em África, onde tudo começou, desde cedo foi em África que Mahatma Ghandi liderou marchas pela Paz na então África do Sul racista, estávamos então no ano de 1983.

Hoje, em Angola, jovens e adultos depois de termos todos experimentado o sabor amargo da guerra, da brutalidade, da ausência de liberdade, da opressão e da violência, Mahatma Ghandi volta a ser a inspiração para este momento de sofrimento e desespero.

A via que nos indica Ghandi não é desconhecida ou estrangeira à filosofia Africana. Em África temos a Ubuntu, a filosofia da Paz Africana. Filosofia seguida por grandes líderes como Nelson Mandela ou Reverendo Bispo Desmund Tutu, para citar alguns.

Caminhamos em boa companhia. Cabe a você estudar e aplicar Ubuntu. Cabe a você a todos nós divulgarmos Ubuntu na nossa Angola.

A filosofia da Paz é hoje estudada, ensinada e aplicada mais do que nunca. E mais ainda num país como o nosso, profundamente atingido pela violência.

A Marcha da Paz é também a Marcha do Amor. É também a Marcha da Solidariedade. É também a Marcha da Ética.

Como tudo o que é bom, só o cultivo faz crescer, assim é bom semearmos as boas sementes da Paz.

O bom exemplo fala mais alto do que as palavras ditas.

A Marcha da Paz começou!

Enviado por: FPD

quinta-feira, outubro 8

Um livro que vale a pena ler...




África,

"Capitalist Nigger" é um controverso livro, publicado originalmente em Setembro de 2000, que se destaca como uma explosiva e chocante acusação contra a raça negra. De seu nome completo "Capitalist Nigger": The Road to Success" [Preto Capitalista: A Via do Sucesso] declara que a raça negra é uma raça consumista e não uma raça produtiva.

O seu autor, o jornalista nigeriano Chika Onyeani, afirma: "Somos uma raça conquistada e é absolutamente estúpido pensarmos que somos independentes. A raça negra depende de outras comunidades para a sua cultura, a sua língua, a sua comida e o seu vestuário. Apesar dos enormes recursos naturais, os negros são escravos económicos porque lhes falta o instinto aguçado e a perspicácia corajosa da raça branca e a organizada mentalidade económica dos asiáticos".

Chika Onyeani, que é o editor do African Sun Times, o único semanário africano publicado nos EUA, usa sem receio a palavra "nigger" no título do seu livro - algo que, na América, quebra um tabu. Ele diz: "O que é mais importante não é o que me chamam mas sim a forma como respondo". Para Chika Onyeani, "nós, negros, somos escravos económicos. Somos propriedade total de pessoas de origem europeia. Estou farto de ouvir negros a responsabilizar outras raças pela sua falta de progresso neste mundo; estou cansado das lamúrias e da mentalidade de vítima, das constantes alegações de racismo a torto e a direito. Isso não nos leva a parte alguma".

"Capitalist Nigger" reserva as suas críticas mais duras aos líderes africanos que, de acordo com Chika Onyeani, permitem que europeus e outros pilhem as riquezas de África sem qualquer retorno. "África tem ganho mais fome, mais doenças e mais ditaduras. Temos hoje, em muitos casos, menos do que tínhamos por altura das independências africanas. Chika Onyeani, diz que "Capitalist Nigger" é um apelo angustiante para que a raça negra desperte, para que se levante e para que se mova.

"Temos de abandonar a mentalidade de vítimas que adoptámos há tanto tempo: a noção de que alguém nos deve algo. Temos de acabar com as lamúrias e deixar de pedir esmolas ao resto do mundo". Para Chika Onyeani, "temos que reconhecer e aprender com os brancos e com os asiáticos o que é necessário fazer para se conseguir sucesso"

Isto pode aplicar-se a àfrica e, não só.

Quantos países têm, ainda, esta mentalidade.

Abstenho-me de citá-los.

Enviado por: Anónimo

sábado, setembro 26

Luís Sá Silva


Angolano Luís Sá Silva, jovem promessa no Mundo do Automobilismo.

Com apenas 19 anos lidera o Campeonato Asiático de Formula Renault 2.0, depois de quatro vitórias seguidas e duas pole position.

No entanto em Angola é um mero desconhecido. Talvez o Sr. Bento Cangamba com tanto dinheiro para festivais e equipes de futebol possa algum dia dar uma ajuda a este Piloto.

quinta-feira, agosto 27

*Ricos ou endinheirados?

Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro» dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele. A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos “ricos”. Aquilo que têm, não detêm. Pior, aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas. Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser roubados.

Necessitariam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por os lançar a eles próprios na cadeia. Necessitariam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem.

(...) O Mercedes e o BMW não podem fazer inteiro uso dos seus brilhos, ocupados que estão em se esquivar entre chapas muito convexos e estradas muito côncavas. A existência de estradas boas dependeria de outro tipo de riqueza Uma riqueza que servisse a cidade. E a riqueza dos nossos novos-ricos nasceu de um movimento contrário: do empobrecimento da cidade e da sociedade.

As casas de luxo dos nossos falsos ricos são menos para serem habitadas do que para serem vistas. Fizeram-se para os olhos de quem passa. Mas ao exibirem-se, assim, cheias de folhos e chibantices, acabam atraindo alheias cobiças. O fausto das residências chama grades, vedações electrificadas e guardas privados. Mas por mais guardas que tenham à porta, os nossos pobres-ricos não afastam o receio das invejas e dos feitiços que essas invejas convocam.

Coitados dos novos ricos. São como a cerveja tirada à pressão. São feitos num instante mas a maior parte é só espuma. O que resta de verdadeiro é mais o copo que o conteúdo. Podiam criar gado ou vegetais. Mas não. Em vez disso, os nossos endinheirados feitos sob pressão criam amantes. Mas as amantes (e/ou os amantes) têm um grave inconveniente: necessitam ser sustentados com dispendiosos mimos. O maior inconveniente é ainda a ausência de garantia do produto. A amante de um pode ser, amanhã, amante de outro. O coração do criador de amantes não tem sossego: quem traiu sabe que pode ser traído.

Os nossos endinheirados-às-pressas não se sentem bem na sua própria pele. Aspiram ser outros, distantes da sua origem, da sua condição. E lá estão eles imitando os outros, assimilando os tiques dos verdadeiros ricos de lugares verdadeiramente ricos. Mas os nossos candidatos a homens de negócios não são capazes de resolver o mais simples dos dilemas: podem comprar aparências, mas não podem comprar o respeito e o afecto dos outros. Esses outros que os vêem passear-se nos mal-explicados luxos. Esses outros que reconhecem neles uma tradução de uma mentira. A nossa elite endinheirada não é uma elite: é uma falsificação, uma imitação apressada.

A luta de libertação nacional guiou-se por um princípio moral: não se pretendia substituir uma elite exploradora por outra, mesmo sendo de uma outra raça. Não se queria uma simples mudança de turno nos opressores. Estamos hoje no limiar de uma decisão: quem faremos jogar no combate pelo desenvolvimento? Serão estes que nos vão representar nesse relvado chamado “a luta pelo progresso”? Os nossos novos ricos (que nem sabem explicar a proveniência dos seus dinheiros) já se tomam a si mesmos como suplentes, ansiosos pelo seu turno na pilhagem do país.

São nacionais mas só na aparência. Porque estão prontos a serem moleques de outros, estrangeiros. Desde que lhes agitem com suficientes atractivos irão vendendo o pouco que nos resta. Alguns dos nossos endinheirados não se afastam muito dos miúdos que pedem para guardar carros. Os novos candidatos a poderosos pedem para ficar a guardar o país. A comunidade doadora pode ir ás compras ou almoçar à vontade que eles ficam a tomar conta da nação. Os nossos ricos dão uma imagem infantil de quem somos. Parecem crianças que entraram numa loja de rebuçados. Derretem-se perante o fascínio de uns bens de ostentação.

Servem-se do erário público como se fosse a sua panela pessoal. Envergonha-nos a sua arrogância, a sua falta de cultura, o seu desprezo pelo povo, a sua atitude elitista para com a pobreza. Como eu sonhava que *Angola tivesse ricos de riqueza verdadeira e de proveniência limpa! Ricos que gostassem do seu povo e defendessem o seu país. Ricos que criassem riqueza. Que criassem emprego e desenvolvessem a economia. Que respeitassem as regras do jogo. Numa palavra, ricos que nos enriquecessem.

Mia Couto in SAVANA

13.12.2003

*Adaptação BLOG Desabafos Angolanos

domingo, julho 19

terça-feira, junho 30

*EUROPE BY DESIGNERS - Parabéns Emília Franco - "MIFA"

*C.AUGUSTO, E.FRANCO&H.MOTA

Emília Franco nasceu em Luanda, em Angola, a de 19 Novembro de 1982, onde viveu até seu 18 anos de idade.

Na escola secundária ela descobre a paixão por fotografia, participando nas competições realizadas na escola que frequentava, vencendo em três anos. Ela participou em 2000-01 e também participou de um concurso de arte em Angola, a nível nacional, onde ganhou o primeiro lugar aos 17 anos de idade.

No mesmo ano, com dois amigos, realiza a sua primeira exposição de fotografias na Associação 25 de Abril, em Angola.

Em Julho de 2001 mudou-se para Portugal para frequentar o curso de Arquitectura, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, mas logo percebe que não é o que ela queria, então, em 2002 decidiu mudar de rumo, passando para a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto para ter uma licenciatura em Comunicação Design / Artes Gráficas.

Em Agosto de 2004, durante o seu estágio na Executive Center, agência de comunicação e imagem, em Angola, produziu o logótipo da empresa Lua Nova, a produção audiovisual, juntamente com a Executive Center.

Este ano é o penúltimo ano de seu curso de Comunicação Design.

In:http://www.europebydesigners.com/contributors/emilia_franco_cesar_augusto_helder_mota.php



domingo, junho 21

A Sociedade em que a Mulher Perdeu a Estima.

Depois de ouvir na rádio esta manhã o caso da rival que queimou a casa da outra, com relatos ridículos que só não dá para rir porque duas meninas inocentes perderam a vida, decidi enviar este texto.

Vivo numa sociedade em que a mulher perdeu a estima.
As mulheres da sociedade angolana de hoje, classificam-se a si mesmas como a "própria" ou a "outra".
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Ambos grupos parecem satisfeitos com a posição que ocupam ou tentam consolar-se com a ideia que nesta sociedade há menos homens do que mulheres.
A própria, portanto, são as mulheres casadas, noivas ou namoradas que por serem "oficialmente" conhecidas ou tal, cumprem os oficiosos deveres e obrigações do nome que sustentam, sem no entanto sequer usufruírem dos plenos direitos de pedir satisfações da vida do seu marido, para que não sejam intituladas de possessivas, ciumentas, ou inseguras.
Que estatuto é este?
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A outra, é muitas vezes uma mulher que não tendo a "capacidade" ou possibilidade de ter um compromisso sério com um homem descomprometido, sujeita-se estar ao seu dispor quando este poder ou entender estar com ela, mas não só, podem até ser mulheres casadas insatisfeitas com a relação que têm.
Muitos dizem que é pela situação financeira. Se assim for, acho que quem "vende-se" por um sustento, tem outro nome...
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O mais ridículo é que hoje em dia, a própria sabe que existe a outra e a outra sabe que existe a própria.
Se as mulheres procuram afirmar-se na sociedade não será esta a melhor forma. Acho que não é um problema de falta de amor de um homem, o problema é falta de amor-próprio.
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O que existe também são homens que são pais de família e maridos, mas só de nome. Homens casados que levam vida de solteiros e pais de família que não sabem o que é um programa de fim-de-semana em família.
Criam-se famílias modelos. Sim, digo modelos mas é Modelos bons de fotografia, de aparecerem na revista Caras. Se calhar ainda só se chamam família porque levam o mesmo nome e vivem no mesmo tecto.
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Os filhos chamam-no de pai porque foi quem os gerou (e isso é a única coisa que o angolano ainda faz bem), mas alem de saberem que o dever do pai é dar o sustento a casa, pouco ou nada fazem em conjunto com os pais.
Ver um pai a ajudar o filho nos trabalhos de casa, só no filme missão impossível 4 pois a desculpa é que não temos tempo, trabalhamos e o engarrafamento... mas quase que institucionalizou-se que a sexta-feira é dia do homem... que sinceramente cá para mim parece que estende-se ao sábado e muitas vezes ao domingo.
Então quando é o dia de ser pai? De ser marido? Se de segunda a sexta somos todos trabalhadores...
Que exemplo de família terão esses filhos?
Vá lá antigamente que os homens ausentavam-se porque iam a guerra, ou tinham que trabalhar fora...
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A verdade é que eu acho que quando um jovem quer curtir... tem que curtir muito, e quando quer namorar tem que namorar muito, e não é quando se casam que querem curtir. Alguma coisa esta errada nesta ordem...
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O que dizer dos casamentos de hoje, quando as pessoas que se casam já sabem que este relacionamento que existe é um relacionamento feito a 3 ou a 4, ou quem sabe ainda mais. Como irão durar? Se a base de qualquer relação humana, e principalmente o casamento, é o respeito, que por sinal já esta perdido e a confiança nem sequer existe.
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Concluindo, não sou uma mulher com problemas de auto-estima, e sou independente financeiramente, portanto não pretendo ser a própria nem a outra de ninguém, apenas eu mesma!
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Para uma sociedade consciente, reflicta!
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Falei e disse, Luanda 2009
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Por: Anónimo
Imagem:http://leandrofca.blogspot.com

terça-feira, junho 9

FILOSOFIA EXPERIMENTAL [X-PHI]: http://filosofiaexperimental.wordpress.com/

Somos de um grupo de investigação do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto (Portugal) e lançamos, há menos de 10 dias, um blog sobre um movimento novo da filosofia chamado "Filosofia Experimental". É o primeiro blog em língua Portuguesa sobre o tema. Temos recebido visitantes do Brasil, de Portugal, dos USA e de outros países da Europa, principalmente da Espanha.

Gostaríamos muito de divulgar o nosso blog em Angola. Será muito importante para nós  a comuicação com os filósofos e os interessados em filosofia de Angola.

Por essa razão, pedimos, por favor, que divulguem (abaixo) o nosso blog em Angola - no vosso blog 

Obrigado.

FILOSOFIA EXPERIMENTAL [X-PHI]http://filosofiaexperimental.wordpress.com/ 

Estamos lançando um blog sobre filosofia experimental, através do qual esperamos dar a conhecer à comunidade filosófica de língua portuguesa essa área recente de pesquisa, as discussões e controvérsias em torno do tema e em torno dos seus experimentos, assim como divulgar os mais importantes artigos e livros que sejam publicados nesse campo.

Esperamos que muitos possam contribuir neste blog - não só os que se mostrem genuinamente interessados no tema, como também aqueles que discordem do conceito ou tenham dúvidas quanto à sua relevância. A ideia é mesmo criar uma plataforma de discussão aberta a todos. Nesse sentido, os comentários aos posts são essenciais para dinamizar o debate.

Por enquanto, são colaboradores do blog os seguintes pesquisadores: Paulo Sousa (Queen´s Belfast), Carlos Mauro (UPorto), Joshua Knobe (YALE), Shaun Nichols (Arizona), Susana Cadilha (UPorto) e Thomas Nadelhoffer (Dickinson College).

O blog disponibilizará alguma bibliografia para quem queira prosseguir a sua pesquisa, assim como algumas traduções de textos considerados fundadores do movimento. Qualquer comentário, sugestão ou crítica a qualquer aspecto do blog é naturalmente bem acolhido, e estamos também bastante receptivos a propostas de colaboradores que queiram tornar-se autores do blog.

Aguardamos a participação de todos.

Carlos Mauro & Susana Cadilha
coordenadores do blog
investigadores do MLAG

MLAG:
 http://web2.letras.up.pt/ifilosofia/gfmc/mlag/?p=home

domingo, maio 31




O site de Empregos On-line em Angola, designado empregos-ao.com, é um site de pesquisa, divulgação e promoção do emprego em Angola, com vista na aproximação dos candidatos as oportunidades de emprego e as empresas. Para muitos jovens um primeiro contacto com o mundo laboral após terminar o seu curso académico.

Sendo um Portal desenvolvido para quem procura empregos em Angola, estando em Angola ou no estrangeiro, estamos a trabalhar no sentido de levar a sua divulgação a todas entidades consideráveis neste processo, assim entendemos apresentar-lhe também.

 Visita-nos em  www.empregos-ao.com e ajude a divulgar este projecto!

Aguardamos por si!

Agradecemos a vossa atenção dispensada e estamos disponíveis para quaisquer dúvidas ou necessidades de esclarecimentos adicionais no nosso formulário de contacto ou no e-mail info@empregos-ao.com .

 |Tel. +351 927363247

|Fax.+351  707500835
|info@empregos-ao.com

domingo, maio 10

Será inveja o que sinto ou chega de viverem a nossa custa?

Recentemente desloquei-me a Europa a trabalho e quando regressei comentei com um amigo que tinha visto um conhecido nosso, alguém com quem costumamos jogar a bola, com a sua namorada num BMW série 7 a passear por uma avenida europeia. Até ai nada de mal, mas acontece que o BMW tinha matrícula consular, ou seja, pertencia ao corpo diplomático angolano.

Comentava eu em tom de reprovação, porque em primeiro lugar ele não tinha credenciais para usufruir daquela viatura que era paga com dinheiros públicos angolanos para efeitos diplomáticos e não para estar ao serviço do filho de um General na reforma, mas sobre tudo porque o pai dele já é pornograficamente bem abastado e podia muito bem alugar um carro invés de andar de carro e por combustível “as minhas custas” (enquanto cidadão angolano contribuinte) quando, de repente, o meu amigo a quem eu comentava, remata a seguinte frase que acaba comigo: “o que tu tens é inveja dele”…

A frase acabou comigo porque esse meu amigo com quem eu desabafava, tal como eu, devia entender que os bens públicos não são para serem usados e abusados por pessoas não creditadas, para uso e serviço próprio ou outro uso ou finalidade que esteja fora do âmbito, naquele caso, diplomático.

 Naquele caso particular estávamos perante o filho de um General na reforma, um cidadão tão comum como eu, com os mesmos direitos que eu, e que abusava dos meios consulares angolanos.

É claro que isto é o pão-nosso de cada dia. Os bens públicos estão ao serviço dos filhos dos filhos, dos filhos e das amantes e dos primos da elite do MPLA. Mas acontece que aquele carro não pertence ao MPLA, não foi comprado com o dinheiro do partido MPLA, mas sim com o dinheiro do Estado angolano, - sabem qual é a diferença? O MPLA tem receitas para colocar em cada capital europeia 1 BMW série 7 sem ter de recorrer ao dinheiro dos cofres do estado. Já tem demasiados bancos e outros negócios para ter esse poder. - que por acaso é nesta legislação (e foi no passado também ) dirigido pelo MPLA, com maioria de mais de 80% (lembre-se!).

Mas está na altura de esses abusos acabarem e de nós deixarmos de nos conformarmos que o dinheiro dos nossos impostos e das receitas do nosso país estejam sempre a ser desperdiçados e esbanjados com os passeios pelo Mundo fora deste ou daquele cidadão que não tendo creditação para o fazer abusa da cédula militante ou do lugar do paizinho.

Que fique aqui bem claro que o sentimento não é o de inveja mas sim o de injustiça porque ele (que andava no carro diplomatico), tal como eu, vive num país onde as pessoas morrem por falta de acesso a cuidados médicos e assistência. E é o despesismo de pessoas como ele, cujo pai já bastante rico, que fazem com que o país tenha dificuldades em se erguer dos escombros onde se encontra. 

Este habito tem de acabar e a família MPLA têm de ficar mais consciencializadas que o MPLA é o partido no poder até o povo assim o dite, e que o povo (eu inclusive) está cansado das vossas boas vidas a custa do sofrimento (e meu suor) dos Angolanos que por toda Angola morrem de cólera e outras doenças, e que passam muitas necessidades.

Já chega de viver amordaçado... Falar a verdade não é inveja, é ser cidadão angolano no exercício dos seus Direitos.

Foto:areiahostil

sexta-feira, maio 1

Angola multiracial, multicultural e multilínguas

Há diferentes opiniões e atitudes na interpretação que fazemos da realidade histórica dos povos de Angola.
Falamos só nos povos Bantu, como se a história de Angola tivesse só começado na rainha Ginga, é um paradigma, porque, para sermos honestos temos que aceitar que os Angolanos são negros, mulatos e brancos, lamenta-se a falácia de alguns poucos que apregoavam em 1975 que os milhares de mulatos e brancos ali nascidos não podiam ser angolanos por causa da sua cor da pele sendo isso uma vergonhosa falsificação da história porque os antepassados de muitos negros que hoje se dizem «genuínos» e «donos da terra» ocuparam os territórios que actualmente compõem Angola, pouco antes, e, às vezes, pouco depois de os portugueses terem chegado e, muitas vezes, ao mesmo tempo que os colonizadores.
Os únicos angolanos genuínos são, curiosamente, os mais marginalizados dos nativos: os Khoisans (bosquímanes e hotentotes ) que se fixaram em Angola há mais de 11 mil anos e os Vátuas que habitaram a sua região situada nos desertos do Namibe há mais de 3 mil anos.
Todos os outros povos fixaram-se em Angola a partir dos grandes movimentos migratórios da população bantu, que se foram miscigenado e cruzando entre si.
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Afinal, o melhor mesmo é não confiarmos naqueles que querem reescrever a história e amarmos Angola multiracial, multicultural e multilínguas.
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Por:Anónimo

sexta-feira, março 27

Luanda, a cidade mais cara do Mundo!!!

De acordo com a ECA -international, tal como em 2007, em 2008, Luanda, voltou a ser a cidade mais cara do Mundo.
Consultar o Link ://www.citymayors.com/statistics/expensive-cities-world.html
Só com um salário de 20.000,00usd/Mês, é que se consegue ter qualidade de vida em Luanda.

terça-feira, março 17



















Excelentíssimo
Sr. Barack Obama
Presidente dos Estados Unidos da América.


Sou uma cidadã comum angolana que acompanhou atentamente, como outros angolanos, a vossa eleição bem como a tomada de posse, a semelhança dos outros povos dos quatro cantos do MUNDO, e que aguardam com ansiedade que aconteça o mesmo nos seus países ainda dominado pelos a versos a democracia. MUDANÇA. O sonho de Luter king “ I HAVE A DREAM” e V.excia disse “WE CAN”. Os angolanos sonham por uma liberdade efectiva e agora inspirados pelo vosso pensamento, acreditam que finalmente também podem, porque tudo tem o seu tempo.

Sou cristã, mas católica romana que pretende dizer o seguinte, V.excia é tão ser humano como qualquer um, mas nunca nenhum outro comoveu e influenciou de forma positiva na nossa era, o Mundo, como Vexcia. Para mim parece um enviado de Deus para salvar o Mundo da tirania, em particular a África em que a democracia parece distar-se dela ainda 200 anos.

Aconteceu com o Papa João Paulo II depois da sua morte. O Mundo cristão e não cristão, reconheceu que tinha sido um homem de bem, que havia trabalhado afincadamente para unir todos os crentes, independentemente da sua opção religiosa.

V.excia, marcou o Mundo escrevendo com letras douradas esta grande viragem da história. Para mim não muito pela vossa descendência afro-americana, mas pela vossa mensagem de paz, de amor ao próximo. Advertindo o mundo da ganância para que se compadeçam com os outros e que saibam aceitar as decisões dos seus povos e não se impondo ao poder através de métodos anti democráticos. Vossa campanha marcada de humildade e pobreza, mas vincada de um triunfo e sem intenção de esmagar os adversários tal como acontece no nosso Continente.

De Vossa dignifica mensagem marcaram-me as seguintes frases: “todos são iguais e todos são livres, todos merecem uma oportunidade para atingir a felicidade…chegou altura de voltar afirmar o nosso espírito resistente…para aqueles que se agarram ao poder através da corrupção, da fraude e do silenciamento de dissidentes fiquem a saber que se encontram no lado errado da história, mas que vos daremos a mão se quiserem abrir o vosso punho.

O povo africano quer mudança mas “os cínicos não conseguem compreender que a situação mudou, que os argumentos políticos viciados, que durante tanto tempo nos consumiram, já não se aplicam”.– Citamos igualmente V.Excia

Voltando a Angola, nesta altura falar da situação sócio político do país é o que mais me interessa, porque é o que preocupa a sociedade angolana.

Angola realizou as eleições legislativas em 5 de Setembro de 2008, mas que na realidade as eleições foram realizadas dias 5 e 6 e em certas áreas mesmo até dia 7, em violação ao preceituado na lei eleitoral e marcadas por um número infindo de violações das regras democráticas.

Excelência, não escreveria para falar das eleições em Angola, mas sim da situação social e politica do meu país. Vossa eleição é o resultado claro do evangelho bíblico “todos os seres humanos são iguais perante Deus “.

Os angolanos após a guerra que assolou o país, esperavam ver um país pluripartidário de facto e não uma sociedade democrática formal. Onde todos os pressupostos democráticos fossem observados incluindo a liberdade de ser informado e formado. Os meios de comunicação estatal outra coisa não fazem, senão obrigar este povo a agradecer pelos míseros empreendimentos que o regime apresenta. A miséria, a pobreza sobem ininterruptamente, continuando o povo a viver abaixo de 1 dólar dia.

Este povo espera que Vossa vitória venha ser uma mola impulsionadora para um verdadeiro estado democrático e de direito, com separação de poderes; legislativo (livre da opressão do regime), executivo (capaz de assistir o povo em pé de igualdade sem que se olhe pela cor da camisola) e judicial (capaz de trazer ao país uma justiça de facto, ao invés de preso por roubar um pão e em liberdade por roubar milhões do erário público).

Excelência, vossa vitória, acredita, que abriu uma luz no fundo do túnel para os africanos.

A carta da ONU art. 1 nº 2 ”… no princípio da igualdade de direito e da auto -determinação dos povos…” convida as nações a respeitarem – se umas as outras. América a única potencia no presente, não pode continuar a observar pávida e serena má governação, a corrupção e a violação dos direitos fundamentais do homem, cujo valor supremo é a vida, sob influência dos sectores mais radicais ocidentais, por causa do petróleo e do diamante do Continente Africano.

Ainda o art.1 nº 3 ” … estimulando o respeito pelos direitos do homem e pela liberdade fundamentais para todos, sem distinção de raça sexo, língua ou religião.” Faltando para mim a politica. Na África quem pensa de maneira diferente perde até o direito ao pão, senão mesmo a vida.

Gostaria que o mundo livre ajudasse a sociedade angolana a ser mais justa e verdadeiramente aberta, com um povo informado e formado, porque Angola não tem comunicação social estatal credível. Ajudar os angolanos a ter uma TV privada e mais liberal.

A maioria dos governos africanos consideram os seus povos, como sendo uma manada de animais dentro de um curral, a mercê da vontade do pastor.

Um estado democrático e de direito de facto não deixa de honrar os compromissos com outros estados ao mudar de regime. O mundo considerado livre, devia deixar de ignorar os sofridos africanos, vítimas de regimes corruptos e ditatoriais. A democracia Angola, está em colapso. A liberdade ficou mais limitada. A liberdade americana tem e terá mais sentido ao ajudar diplomaticamente outros povos a serem igualmente livres.

Para terminar Senhor Presidente, direi “I have a dream to” tenho um sonho também, ser recebida por Vossa Excelência para transmitir directamente o sofrimento do meu povo. O sonho de Luter king foi realizado. Estou consciente que não passo de uma gota de água no oceano. Gostaria escrever a minha carta em inglês, para que ela fosse o mais fiel possível, mas a minha limitação quanto a língua, levou-me a fazê-la em português.

Louvarei a Deus para que esta carta aberta Vos chegue as mãos.

Deveras grata pela atenção em nome dos sofridos de Angola quiçá de África. Assino a Carta com o nome de minha mãe



BENGUELA, 28 DE JANEIRO

Teresa Feliciana

Contacto telefónico: +244929314336
calepete@yahoo.com.br
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Mapa de Angola retirado da Wikimedia

segunda-feira, março 2

PETRÓLEO DE ANGOLA PARA OS GRANDES FALCÕES


É evidente que a estratégia norte americana para o Golfo da Guiné não se pode limitar à ênfase que o nóvel AFRICOM, o Comando África do Pentágono que continua com sua chefia instalada na Alemanha, (apesar dos esforços de toda a ordem visando a sua instalação em África), passou a ter, com a deslocação do USS Fort McHenry (LSD 43) e do navio experimental HSV-2 SWIFT para a região, a fim de serem utilizados, o primeiro, durante seis meses, como “África Partnership Station”, e o segundo como “atracção tecnológica”, visitando um a um todos os países com litoral oceânico.
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Muito antes da criação pela administração republicana de George W. Bush, do AFRICOM, já os Estados Unidos, interligando a diplomacia com os interesses económicos das grandes corporações norte americanas presentes em África, privilegiavam os nexos com aqueles que operavam em vários sectores da indústria mineira, na indústria de prospecção e exploração de petróleo e com os operadores prestadores de serviços, influentes até na super estrutura do poder em Washington, (seja com o concurso dos republicanos, seja com o concurso dos democratas), a fim de garantir relacionamentos bilaterais e multilaterais com os países africanos, de norte a sul.
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A Halliburton e a sua subsidiária até 2007, Kellog Brown & Root, multinacionais que têm como referência a figura de Dick Chenney, vice-presidente dos Estados Unidos, fazem parte do conglomerado de corporações norte americanas já com historial em África, seja quando estão no poder republicanos, seja quando estão os democratas.
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Elas têm distribuído a sua actividade a nível global, não só em suporte das multinacionais do petróleo, mas também em função de outros desempenhos civis e militares, no âmbito dos interesses interligados que suportam os relacionamentos de Washington, não só por via pacífica, mas também nos seus esforços de guerra, por todo o planeta.
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A 5 de Março do ano corrente, um analista do Global Research no Canadá, Andrew G. Marshall, publicou uma investigação-síntese, sob o título “Martial Law, Inc”, em que realçava as actividades da Kellog Brown & Root desde a década de 40 do século passado e particularmente desde a guerra do Vietname.
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No que diz respeito a África o investigador do Global Research do Canadá fornece a síntese da presença do KBR nos acontecimentos do Ruanda e da República Democrática do Congo.
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No que diz respeito ao Ruanda, o investigador, que se apoiou nas revelações de Wayne Madsen sobre o derrube do avião que transportava os presidentes do Ruanda e do Burundi, conforme as investigações também levadas a cabo pelos Franceses em 2004, indicou que houve um estreito relacionamento nesse acto, com os operadores ruandeses (tutsis) enquadrados no Rwandan Patriotic Front de Paul Kagame, da International Strategic and Tactical Organization, que representava “poderosos interesses políticos e corporativos” incluindo os da Armitage and Associates LC, uma firma fundada pelo antigo Adjunto da Defesa de George W. Bush, Richard Armitage e a Kellog Brown & Root.
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Em 1994, na sequência da instalação do governo do Rwandan Patriotic Front no Ruanda, o KBR beneficiaria dum contrato sob a denominação de “Operation Support Hope”, no valor de 6,3 milhões de dólares.
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Desse enredo, segundo o mesmo analista, houve três beneficiários em 1994 e um beneficiário em 1995:Paul Kagame, que se viria a tornar Presidente do Ruanda, Kofi Annan que se tornaria Secretário Geral da ONU e Madeleine Albright, que seria Secretário de Estado durante a governação democrata de Bill Clinton. O próprio Dick Chenney tornar-se-ia CEO da Halliburton de 1995 a 2000.
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Em relação à República Democrática do Congo, sob os auspícios ainda da International Strategic and Tactical Organization e explorando o êxito da operação do Ruanda, a KBR construiu uma base militar junto à fronteira Congolesa-Ruandesa, onde foram treinados os efectivos ruandeses que deram apoio ao líder rebelde Laurent Kabila, no derrube do regime de Mobutu.
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O KBR, conjuntamente com a Bechtel Corporation, providenciou mapas elaborados a partir de fotografias obtidas por satélites de reconhecimento, relativos aos movimentos de tropas de Mobutu (a Bechtel Corporation integra interesses ligados ao antigo Secretário de Estado George Schultz e a Caspar Weinberger, quando do lado da KBR estava já no activo, à frente da Halliburton , Dick Chenney).
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A actuação desse cadinho de corporações na fase do derrube de Mobutu, permitiu a abertura que Laurent Kabila teve de fazer a outros conglomerados como o American Mineral Fields e a Barrick Gold Corporation.
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A AMF englobava interesses de Mike McMurrough, uma personagem próxima de Bill Clinton, enquanto a Barrick Gold Corporation, englobava interesses do então Primeiro Ministro do Canadá, Brian Mulroney e do assessor de Bill Clinton, Vernon Jordan, que nessa companhia tinha como assessor precisamente George W. Bush.
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A evolução da situação na RDC, incluindo a morte de Laurent Kabila, tem muito a ver com o desenvolvimento desses enredos, que passaram também com armas e bagagens para Angola: rica em minerais, a RDC possui pouco petróleo, mas Angola é suficientemente rica para, com minerais e com petróleo, fazer com que os “lobbies” de suporte aos democratas (enraizados nas indústrias mineiras das corporações norte americanas e canadianas, assim como no cartel dos diamantes) e aos republicanos (fundamentalmente pela via das corporações do petróleo e associados), encontrem todas as razões para consenso político-operativo, económico, financeiro e se necessário militar, nesta escandalosa (sob o ponto de vista geológico) mistura de Texas e de minas de Salomão.
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O Correio Digital de 24 de Março de 2008, dava a conhecer que “a empresa do Vice Presidente dos Estados Unidos fica com a refinaria do Lobito”, “depois dum longo período de negociações”.
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Também para que isso acontecesse o poderoso “lobby” norte-americano teve de vencer concorrentes, entre eles os que, envolvendo interesses do Japão e da República Popular da China, apostavam muito e a prazos dilatados na refinaria do Lobito.
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Para além das negociações visíveis, o “lobby” ousou mesmo “jogar tudo por tudo” e, segundo se faz constar em determinados círculos das novas elites angolanas, até bolsas de estudo têm sido pagas pela Halliburton em benefício duma conhecida entidade que tem trajectória sénior na área dos petróleos angolanos e é indicada por alguns, actualmente, como assessora da Presidência da República (às tantas e no mínimo, servindo de “discreta ponte” entre a Presidência Angolana e a Norte Americana).
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Tudo seria razoável, não fosse o papel da Halliburton, da Kellog Brown & Root, de Dick Chenney e associados, não só em África (e na estratégia de relacionamentos dos Estados Unidos em África), mas sobretudo nas regiões onde se registaram sempre grandes convulsões e grandes lucros para os senhores da guerra global contra um tão oportuno quanto artificial “terrorismo”, nomeadamente no Afeganistão, no Iraque e nos Balcãs.
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A enorme base de Camp Bondsteel, a maior base militar recentemente erigida pelos Estados Unidos na Europa, sobre a qual repousa a iniciativa da “independência vigiada” de Kosovo, foi construída pela Kellog Brown & Root, segundo Michel Chossudovski, analista sénior do Global Research do Canadá, a fim de garantir cobertura ao oleaduto AMBO (Albânia-Macedónia-Bulgária), o “pipeline” que leva o petróleo do mar Cáspio, passando pelo porto de Burgas (porto búlgaro do Mar Negro), até ao Adrático, atravessando os Balcãs.
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A KBR aparece assim associada à estratégia de domínio, que se manifesta pela destruição de interesses que se manifestem contrários aos interesses dominantes, a fim de instalar os seus próprios interesses, seguindo quase sempre uma via armamentista e de guerra.
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A acreditar na notícia publicada pelo Correio Digital, a interpretação de alguns analistas conduz à conclusão de que Angola cedeu: ao invés de continuar a dar oportunidade aos relacionamentos bilaterais com a RPC e coligados também no sector do petróleo, foi obrigada a abrir as portas aos interesses norte americanos em relação à refinação de petróleo no Lobito, coligados ou não aos sul coreanos, tendo como “aríete” o empenhamento de consórcios como a Halliburton e a Kellog Brown & Root, tão identificadas com os grandes falcões norte americanos..
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Àcerca disso, é evidente que há “parceiros” ao mais alto nível por dentro do MPLA e do estado angolano que “alinharam”, mas o mutismo completo da oposição e de alguns que se dizem pacifistas (inclusivé com alguma expressão neste mesmo blog), perante a “prova de força” dos grandes falcões em Angola, é um evidente indicativo de quanto esses sectores são no mínimo ineptos perante os factos políticos de ordem estratégica que vão ocorrendo, sem melhores alternativas para os relacionamentos bilaterais, ou multilaterais...
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Provavelmente estão ainda distraídos com a “novidade” que constituiu a visita ao porto do Lobito do HSV-2 SWIFT, nos dias 21, 22 e 23 de Fevereiro de 2008..
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Por MARTINHO JÚNIOR

terça-feira, fevereiro 17

O Crime Financeiro...

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Por: Martinho Junior
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“Ao permitir ao capital fluir sem controlo de um extremo a outro do mundo, a globalização e o abandono da soberania alimentaram o crescimento explosivo de um mercado financeiro à margem da lei”… “é um sistema coerente estreitamente ligado à expansão do capitalismo moderno e que se baseia na associação de três parceiros: governos, empresas transnacionais e máfias…
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Negócio é negócio; o crime financeiro é antes de mais um mercado, florescente e estruturado, governado pela oferta e a procura”… “A cumplicidade do alto negócio e a tolerância política é o único meio pelo qual o crime organizado em larga escala pode proceder à lavagem e reciclagem dos lucros fabulosos da sua actividade. E as transnacionais precisam do apoio dos governos e da neutralidade das autoridades reguladoras a fim de consolidar as suas posições, aumentar os seus lucros, enfrentar e esmagar os concorrentes, levar por diante o negócio do século e financiar as suas operações ilícitas. Os políticos são directamente envolvidos e a sua capacidade de intervenção depende da protecção e financiamento que os mantém no poder. Este conluio de interesses é uma parte essencial da economia mundial, o lubrificante que faz rodar as engrenagens do capitalismo”, Christian de Brie e Jean Maillard, in “Crime a maior empresa livre do mundo”, Le Monde Diplomatique, Abril de 2000.
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O “consulado” de Bernardo de Sousa à frente do Ministério dos Transportes ocorreu em meados dos anos 80 e foi determinante para a evolução negativa desde então protagonizada pelo Porto de Luanda, à revelia duma legislação que até hoje não terá siso revogada – o Porto, ao que alguns entendidos fazem saber, está preso ainda ao decreto que o coloca em “regime de excepção”.
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“Em regime de excepção” esteve de facto o Porto de Luanda, quando após a independência perante a sua desorganização, em termos de quadros e de estruturas, obrigou Agostinho Neto a adoptar medidas enérgicas que levaram ao saneamento duma situação que se arrastava, que era catastrófica para a economia angolana e se espelhava nas dezenas de navios que dentro e fora da baía de Luanda aguardavam a sua vez para atracar e realizar as morosas operações portuárias.
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Foram criadas infra-estruturas que qualificavam o Porto de Luanda como uma enorme unidade integrada, foram abertos espaços para contentores, foram montadas as linhas de formação dos comboios para melhor manusear e escoar as mercadorias, foram simplificados os padrões técnicos de suporte aos equipamentos e máquinas reduzindo a quantidade de modelos em uso, foi criado um sistema de iluminação eficaz que permitia que as operações passassem a ser desenvolvidas dia e noite, reforçou-se o betão de uma zona muito vasta dos espaços contíguos aos cais, a pontos de que, caso fosse necessário e evacuados esses espaços, até houvesse a possibilidade de se criar com isso uma pista de aviação alternativa,...
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Após o saneamento, com a chegada de Bernardo de Sousa a Ministro dos Transportes, fez-se “tábua rasa” desse esforço, nem sendo preciso revogar o decreto que colocou o Porto em “regime de excepção”.
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Inebriados com as potencialidades nascentes de capitalismo e da privatização, com o “mercado”, uma série de candidatos apressaram-se em “fazer-se ao suculento bife” respondendo a um “concurso público” e disputando cada uma das quadrículas a que se passou a chamar de terminais, em que o Porto foi dividido, “a esquadro e régua”.
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As estruturas portuárias que correspondiam a um modelo integrado, foram severamente atingidas: as divisões obrigaram a implantação de muros “de segurança” ao redor dos espaços que couberam a cada um, o feixe de formação de comboios foi pura e simplesmente arrancado do solo, cada operador encontrou soluções distintas para o seu parque de máquinas, o escoamento passou a ser quase exclusivamente garantido através da camionagem… atravancando cada vez mais os acessos…
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Enquanto a confrontação armada se manteve, a afluência ao porto esteve reduzida e os novos moldes, pesar das quebras em termos de operatividade, foram àquela época apesar de tudo “chegando para as encomendas”.
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Por essa altura contudo e acompanhando a evolução promissora do petróleo “offshore” angolano da costa noroeste, foi criada a base de apoio às operações de petróleo no mar, a “SONILS”, agregada à holding em que se constituiu a SONANGOL, a norte do velho sistema do porto e conquistando com aterros as águas rasas adjacentes.
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As linhas de atracção da SONILS cresceram (e continuam a crescer) e nesse espaço surgiram como cogumelos as empresas multinacionais que operam em apoio das plataformas das explorações no mar, tanto em apoio tecnológico como em apoio logístico e, de entre elas, pouco a pouco, a Halliburton e a sua “associada” Brown & Root foram ganhando proeminência, dada a variedade de capacidades que possuem, desde as tecnologias empregues nas operações propriamente ditas, até à gestão de bases, ao recrutamento de pessoal, às operações de logística, à construção e operação de armazéns e … ao resto…
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O Porto de Luanda pós-guerra dos diamantes de sangue, voltou à velha crise, desta feita obsoleto na partilha dos terminais, inoperante e por causa disso, as dezenas os navios mercantes que têm de o escalar, vão ancorando “sine die” à ilharga da ilha de Luanda, como se fosse outra cidade no mar; a criação de portos secos, onde se vão aglomerando as mercadorias e os contentores em trânsito são apenas pequenos paliativos para o seu desembaraço.
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O estado angolano está a pagar milhões e milhões de dólares em sobre estadias e os mais prejudicados são aqueles que estão no último elo da cadeia dos negócios, os destinatários dessas mercadorias, o povo angolano!
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A SONILS pouco a pouco começou a ser, para além do terminal vocacionado ao apoio das operações petrolíferas, um terminal alternativo a que só muito, poucos para além desses operadores, é permitido acesso, fugindo ao caos dos terminais, como se finalmente se estabelecesse um invisível “apartheid” entre uns e outros: os privilegiados que conseguem via SONILS desembaraçar as suas mercadorias e os outros que vegetam no pântano em que se passou a constituir, pela via dos seus terminais, o Porto de Luanda!...
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A Halliburton e a Brown & Root obtiveram assim “de bandeja”, todas as vantagens estratégicas e psicológicas no que toca ao desenvolvimento dos seus interesses no Porto de Luanda, particularmente no sistema SONILS, alargando a sua malha de influência e passando a ter uma parte cada vez mais activa nas capacidades de gestão, associando-as às suas actividades múltiplas no mar e em terra.
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A Halliburton pode hoje por exemplo, garantir apoio de formação a interessados de conveniência, garantir operações e logística a entidades fora do sistema do petróleo (como por exemplo às empresas construtoras chinesas que operam ao abrigo dos contratos vigentes entre a China e Angola) e, face aos indícios de operações ilegais a nível internacional, parece ser um dos “dealers”que beneficiando de toda a “liberdade de acção” em Angola, melhor estará colocado para a circulação de droga oferecida a cada vez mais consumidores, a começar por alguns que operam nas plataformas, ou a interessados que estão associados às suas operações de logística…
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Nunca Angola viu crescer tanto a circulação da droga pesada como hoje e isso apesar de algumas operações da Polícia Nacional terem tido algum resultado.
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Nos primeiros anos de independência, o que era possível aparecer era a marijuana, tradicionalmente consumida (que é localmente conhecida como liamba), mas as drogas pesadas não eram conhecidas no país (salvo em eventuais círculos muito restritos das elites coloniais e post coloniais).
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A partir do início da década de 90 contudo, a cocaína e a heroína começaram a surgir e a ser introduzidas pelas portas escancaradas de Angola e como é lógico, o desconcerto do Porto de Luanda não poderá ter deixado de contribuir para tal.
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A atmosfera catastrófica da guerra, apesar da falta de capacidade financeira da maioria, acabou por fazer aumentar as potencialidades do consumo e agora com 6 anos de ausência de tiros, o flagelo está aí instalando-se como um cancro em todos os substratos sociais do país e muito particularmente de Luanda, atingindo por exemplo em cheio alguns sectores mais marginalizados (particularmente da juventude), contribuindo para os índices elevados dos “crimes de baixa renda” a que o conjunto de factores está associado.
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Por todo o lado o apelo ao sexo, ao álcool e à droga, de forma subtil e mesmo que não esteja expressa, (por vezes é expressa em nome da “auto estima”), foi-se instalando, atraindo até pela via das emoções colectivas dos mais diversos grupos sociais (incluindo os ocasionais), através de muitas “produções musicais” e até de programas audiovisuais e filmes, “numa boa” que inunda também os “centros de convívio”, desde as discotecas nocturnas, às esplanadas mais simples dos bairros, muitas vezes sob o olhar condescendente das autoridades e dos cidadãos, reveladores da impotência a que chegaram, ultrapassados pela velocidade e a surpresa do impacto dos fenómenos degradantes de que também se reveste a globalização.
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Uma forte campanha vai decorrendo, no sentido de se ultrapassarem as dificuldades sociais, mas há ainda muito que fazer para resgatar a sociedade dos impactos negativos que surgiram desde o início da década de 90 com a globalização que se assumiu, em nome do “mercado”, segundo uma filosofia hegemónica.
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O Programa do Governo do MPLA entende e bem que os fenómenos de ruptura social, em termos afectação, tendem a representar comparativamente a outras classes, uma percentagem cada vez mais elevada nas práticas das classes sociais mais desfavorecidas e principalmente nos enormes e degradados subúrbios das grandes cidades:
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(…)
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“O MPLA tem consciência que o combate à pobreza e a prevenção da exclusão social e seus efeitos exigirão a elaboração de um Programa Nacional, integrado e multidisciplinar, que organize a intervenção junto das comunidades urbanas e rurais mais desfavorecidas, bem como a concentração e gestão racional dos meios, recursos e esforços institucionais necessários para a resolução dos problemas que as afectam ou ameaçam.
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Por último, o MPLA considera que esta batalha deve constituir um desafio que envolva todas as entidades com responsabilidades políticas, económicas, sociais e culturais, bem como os próprios cidadãos em situação de pobreza e exclusão, aos quais devem ser dadas possibilidades e oportunidades concretas e exigida a responsabilidade da assumpção de uma atitude pró activa que conduza a melhorias significativas nas suas respectivas vidas”
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.… Estará tudo no entanto decididamente muito mais perfeito, aproveitando a crise global que também atinge Angola, se ao invés de as pessoas actuarem no quadro da lógica própria do “mercado” (uma lógica de degradação ética e moral de que a presença da cooperação chinesa não consegue disfarçar), assumirem em definitivo a filosofia social que o MPLA expressa e deixarem de ter medo de proclamar a alternativa socialista que aqui e agora se abre… e isso é uma questão política que se prende com todos os desafios de reconciliação e reconstrução nacional de Angola, com a responsabilidade de avaliar que o impacto desses actos se farão sentir também nos inter relacionamentos de Angola quer no âmbito da África Austral, quer no do Golfo da Guiné, quer na África Central e Grandes Lagos… "
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