domingo, agosto 26

Angola vencedora do AFROBASKET



O Blog Desabafos Angolanos felicita a equipa de Basket Angolana que se sagrou campeã do Afrobasket 2007 ao derrotar em Luanda os Camarões por 86/72. Felicita também todos os que, directa ou indirectamente, tornaram possível a conquista de mais um trofeu de Basket Ball.


  • Final: Angola vs Camarões (86-72)
    Meia-final: Angola vs Cabo Verde (93-60);
    Quartos de final: Angola vs Rep. Cent. Africana (78-51).

  • Angola na 1ª fase:
    Angola vs Ruanda (109-66)
    Angola vs Cabo Verde (100-44)
    Angola vs Marrocos (108-58) .

  • Classificação Total
    1º - Angola
    2º - Camarões
    3º - Cabo Verde
    4º - Egipto
    5º - Nigéria
    6º - Tunísia
    7º - República Centro-Africana
    8º - Côte d`Ivoire
    9º - Senegal
    10º - Marrocos
    11º - Mali
    12º - Ruanda
    13º - África do Sul
    14º - Moçambique;
    15º - R.D Congo
    16º - Libéria.
O Afrobasket 2007 realizou-se pela 1ª vez na história da organização, em 5 cidades:

Grupo A Benguela: Angola, Rwanda, Marrocos e Cabo Verde.
Grupo B Huíla: Mali, Senegal, Egipto e Cote d’Divoire.
Grupo CHuambo: Libéria, Nigéria, RD Congo e R.Centro Africana.
Grupo DCabinda: Camarões, Moçambique, África do Sul e Tunísia.


Luanda recebeu os jogos da 2ª fase e da final.
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Logo Afrobasket: AngolaPress

segunda-feira, agosto 13

Descentralizar o país

Angola tem 1.246.700 km²! É um país enorme!! Inútil dizer o que já toda a gente sabe: “Angola é um país grande e belo... fauna e flora únicas...”, essa cantiga já todos nós conhecemos. Vejamos as coisas de outra maneira.
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A maior província é o Moxico, com 223 023 km², e a mais pequena é Luanda com 2 257 km². Só vos digo isso para termos realmente a noção do que a frase “Angola é um pais grande” quer dizer.
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Para muitos de nós, Angola é só Luanda. O pior é que mesmo para alguns dos nossos governantes, a visão é a mesma: Angola é só Luanda. Estamos todos enfiados numa cidade que já está completamente entupida, que não tem capacidade para tanta gente. Concebida inicialmente para 600 000, hoje com 4 000 000 de habitantes.
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Obviamente que as consequências são desastrosas: abastecimento de água, esgotos, trânsito, a própria estética da cidade, tudo! E como se não bastasse, grande parte dos ministérios encontram-se na baixa da cidade ( Marginal e arredores), o que vem a centralizar ainda mais. Tudo concentrado numa só avenida. Aqueles que moram em Viana, por exemplo, têm um trajecto diário demasiado penoso.
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Contudo, Luanda continua a ser a cidade onde mais se investe no país. É lá que tudo acontece! Mesmo os que hoje estão nas províncias, são levados a “seguirem a luz” (por falta de investimento nas respectivas províncias) que acende no fundo do túnel. Essa luz é Luanda, e esse túnel afunila demais. Desenvolver outras províncias do país é uma prioridade absoluta. Assim que começarem a criar postos de emprego nas províncias, com tanto espaço que há, conseguiremos fazer com que as pessoas que vivem no musseque finalmente tenham uma oportunidade de trabalhar e ter uma casa normal, num bairro urbano. E se o governo saísse de Luanda? Imaginem quantos postos de trabalho seriam criados noutra província ( e porque não no Huambo? Uma província central, e que já esteve p’ra ser outrora a capital de Angola, a chamada Nova Lisboa).
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Numa primeira fase, seriam alguns ministérios ( o da agricultura deveria ser o primeiro, na minha opinião), e à medida que se fossem construindo estradas, condições na cidade para voltar a ser reabilitada e com um projecto urbanístico sério, correspondente à uma capital, num prazo de 3 anos o Governo estaria sediado numa outra província. Outro pólo no pais teria nascido: estaríamos finalmente a utilizar a superfície do pais, as populações à volta seriam puxadas “p’ra cima”, o desenvolvimento seria certo (pelo menos até à um certo ponto). Lubango, Huambo, Benguela, Bié, todas essas províncias (que segundo muitos relatos, são das mais bonitas do país) seriam “niveladas”.
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Penso que seria uma boa solução, e não seria uma solução inédita: isso já foi feito no Brasil, por exemplo.Esta é mais uma idéia entre tantas outras. Uma idéia aberta à discussão, que pode ser refutada e reformulada. Este é, também, um dos grandes objectivos deste blog: propor soluções ao que muita gente insiste em classificar de insolúvel.
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sexta-feira, agosto 3

Govern(corrup)ação de Angola - A pior da Lusófonia

Angola tem, entre os países lusófonos, a pior a classificação na maioria dos indicadores de governação do Banco Mundial (BM), incluindo corrupção e eficácia governamental.
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No relatório Indicadores Globais da Governação 1998-2006, divulgado terça-feira ao final do dia, Angola surge no indicador «controlo da corrupção» no percentil 8,7% o que significa que apenas 8,7% dos 212 países incluídos estão abaixo deste nível.
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A Guiné-Bissau surge no percentil 15,5% e Timor-Leste no 19,9%.
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Os dois melhores neste aspecto são Portugal (82,5) e Cabo Verde (72,8), que surge bem à frente do Brasil (47,1).
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Os dados do relatório, da autoria dos economistas Daniel Kaufmann, Aart Kraay e Massimo Mastruzzi, são calculados pelo BM a partir de diversas fontes, como institutos de pesquisa, centros de análise, organizações não-governamentais e outro tipo de organizações internacionais.
No «painel» de avaliação dos seis indicadores estão a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Economist Intelligence Unit, Banco de Desenvolvimento Africano (BAD), Afrobarómetro, Gallup ou Departamento de Estado norte-americano, num total de 33 fontes e dezenas de milhar de inquiridos.
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Além da corrupção, o estudo abrange os indicadores «voz e responsabilização», «estabilidade política e ausência de violência», «qualidade da regulação», «cumprimento da lei» e «eficácia governamental».
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Neste último, Angola surge no percentil 10,9, novamente abaixo da Guiné-Bissau e Timor-Leste.
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Bem maior é a diferença entre com os restantes «oito» no que diz respeito a «voz e responsabilização», que mede a participação dos cidadãos na política - Angola está no percentil 11,5, e o segundo pior, a Guiné-Bissau, no 33,7.
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O cumprimento da lei é o pior resultado de Angola (7,1), e também da Guiné-Bissau (9,0).
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O melhor resultado, cuja recuperação merece até destaque do Banco Mundial, é na estabilidade política, em que Angola surge no percentil 28,8, ligeiramente acima da Guiné-Bissau (26,4).
Na qualidade da regulação, Angola (7,1) surge ligeiramente melhor do que Timor-Leste (6,8).
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A melhor classificação de Timor-Leste é na «voz e responsabilização» (38,5), tal como na Guiné (33,7).
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Em São Tomé e Príncipe, mostram os números apresentados pelo Banco Mundial, o pior é a eficácia do governo (20,9) e o melhor a estabilidade política e ausência de violência (64,4).
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O melhor em Cabo Verde e em Moçambique é a ausência de violência (78,8 e 63,9, respectivamente)) e o pior a qualidade da regulação (45,4 e 30,7).
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O Brasil destaca-se na voz e responsabilização (58,7) e o pior é o cumprimento da lei (41,4).
Portugal apresenta a sua pior classificação na estabilidade política (76) e a melhor em voz e responsabilização (90,4).
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Para os autores do estudo, os números dão conta de melhorias a nível mundial na governação, e particularmente no combate à corrupção, incluindo em África.
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«A notícia auspiciosa é que um número considerável de países, mesmo em África, está a mostrar que é possível fazer progressos significativos na governação num período de tempo relativamente curto; estas melhorias são cruciais para a eficácia da ajuda e para um crescimento sustentado a longo prazo», afirma Daniel Kaufmann, co-autor do estudo.
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De acordo com os autores do estudo, a corrupção movimenta anualmente um bilião de dólares em todo o mundo.
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Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=20&id_news=83588