sexta-feira, fevereiro 24


Ainda a propósito do último post… Uma notícia deveras triste, chocante e vergonhosa. (fico a dever muitos mais adjectivos para qualificar esta notícia)

ANGOLA É O SEGUNDO PIOR PAÍS DO MUNDO PARA SE NASCER.

Tanto petróleo (segundo maior produtor de petróleo, de África), tantos diamantes e só uns é que gozam…
Como cidadão de um país com essa estatística, sinto-me envergonhado. Amo a minha pátria, mas envergonho-me dos meus dirigentes que se dizem patriotas. Se eu fosse governante de um país que tivesse esse ranking, não conseguiria dormir a noite. Mas isso sou eu…

Quase de certeza que eu também seria um governante corrupto. Meus Srs. não sou hipócrita!.. a ocasião faz o ladrão e numa sociedade como a nossa em que os cidadãos não se manifestam, mais fácil é roubar. Eu também roubaria o meu quinhão, afinal Angola é tão rica… tãaao rica… mas tãaaaao rica que chega para roubar e mostrar obra, nem que seja só para “Inglês ver”.

Exmos. Srs. que reinam Angola por favor olhem para esses números, ponham a mão na consciência, ou no pouco que resta dela.

A desculpa de outros tempos era a guerra! E agora???
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Noticia Angonotícias a ler na íntegra clicando aqui

terça-feira, fevereiro 21

As crianças são o amanhã!

As crianças são o amanhã… são o futuro e são muitas outras coisas que nós, os adultos, dizemos porque fica bem. Mas as crianças que são isso tudo são no melhor dos casos as nossas. Os nossos filhos, irmãos, sobrinhos, primos, filhos dos amigos… aqueles seres pequeninos por quem, por um motivo ou outro, nutrimos carinho. Ficam os outros. Não é minha intenção fazer, neste blog, uma homenagem (muito sentida, mas também já muito vista) ao famoso (e infelizmente muito frequente) “menino de rua”. Não que não ache que esses meninos e meninas não o mereçam. Antes pelo contrário. Queria pôr-te a pensar… Fazer um pequeno exercício de “troca de papéis”

Ponto 1.

Volta atrás. Lembra-te de como eras quando tinhas… nove anos.
Lembra-te da tua cidade, da tua casa, dos seus cheiros e sabores. Lembra-te dos teus pais, tios e avós. Lembra-te das brincadeiras com os primos e os vizinhos. Lembra-te de tomar banho de chuva, de fazer tudo aquilo que os kotas não queriam que fizesses. Ser criança é mesmo assim! Lembra-te da tua escola, da professora, das “tarefas”. Lembra-te dos fins-de-semana, da praia.
Agora lembra-te dos medos que tinhas na altura. Da régua se não soubesses a tabuada, que te apanhassem a beber água da torneira, do escuro e do papão… Podes até nem te lembrar disso mas quase de certeza que tinhas medo de perder os teus pais. Todas as crianças têm!

Agora imagina que todos os teus piores receios se tornavam realidade. Perdias os teus pais ou até toda a tua família, aliás, assistias às suas mortes. Vias a tua casa ser destruída por obuses e todos os teus brinquedos cheios de sangue de pessoas que amas. A tua escola também tinha sido destruída e a tua professora desapareceu, juntamente com a maior parte dos teus amiguinhos. A água da torneira que antes não te deixavam beber era agora quase uma raridade e nem sequer havia luz porque os postes tinham sido destruídos também… E tu… que sempre tiveste medo do escuro… nem sequer tinhas a tua mãe para te dar colo. Claro que tinhas fome, mas não havia comida. Aliás, não havia nada. Havia a roupa que tinhas no corpo e a destruição que tinhas na mente.

Se fores rapaz, lê a alínea a), se fores rapariga lê a b)

a) Como já sabes andar e ainda te restam duas mãos, entregam-te uma arma. Não era bem o que tu querias mas é a única forma de conseguires algo para matar a fome e alguma protecção. Não tinhas outra escolha. A tua recruta é feita in vivo e a cores. Ou melhor, a cor. O vermelho do sangue! Logo tu que nunca foste de brincar às guerras. Mas é mesmo assim, há que matar para não ser morto. É dura a vida. Por muitas vezes quase que morres e chegas mesmo a desejar que isso aconteça, no entanto sobrevives. Sabes e sentes que já não és o mesmo menino, que agora te acompanham o espectro de todos os corpos aos quais retiraste vida. Baixinho, rezas para que os Deuses te perdoem e entendam que só fizeste o que tinhas de fazer. Um dia consegues fugir e chegar a um campo de refugiados. Tu, os “vícios” que adquiriste para conseguir sobreviver neste “mundo cão”, o teu sofrimento e os teus traumas. (Passa para o ponto 2)

b) O mais provável é seres violada vezes sem conta por vários homens. Se não morreres num desses episódios, vais-te arrastando. Tu e as outras crianças, mulheres e velhos que se arrastam, a si e às suas poucas bikuatas, naquilo que se pode considerar a versão moderna do exodus. Como só tens nove anos não corres o risco de engravidar mas podes sempre contrair SIDA. Como não tens acesso a medicamentos (nem a comida sequer…), adoeces facilmente. Mas vamos lá ser bonzinhos e considerar que não contraíste SIDA nem morres de nenhuma outra doença, de fome ou de exaustão. Consegues assim chegar a um campo de refugiados. Tu, os “vícios” que adquiriste para conseguir sobreviver neste “mundo cão”, o teu sofrimento e os teus traumas. (Passa para o ponto 2)

Ponto 2.
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No campo de refugiados
No campo de refugiados até que se vive melhor mas inevitavelmente as dificuldades continuam, não há comida para todos, não há medicamentos para todos, não há espaço, não há condições básicas. Não há nada que chegue para todos. Diz-se que há aviões e camiões a trazer comida mas tu não vês nada. A única coisa que vês é a fome. És muito jovem mas já aprendeste que a fome tem cara. Tem a tua cara e a cara dos que te rodeiam!!! Entretanto fizeste amigos, criança é mesmo assim, sociável por natureza. Os teus amigos são a única família que tens. São outras crianças órfãs como tu! Decidem ir para a cidade onde têm família. Onde cabe um cabem dois. Sempre foi esse o espírito da nossa gente por isso partes com eles.

Ponto 3.
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Na cidade
Finalmente chegaste! Todas as esperanças ganhas ao longo da caminhada da tua (pequena) vida, rapidamente se desvanecem. A tua terra está longe no espaço e longe na memória. Sentes que foi tudo há tanto tempo, muito aconteceu, já não sabes distinguir o que é verdade e o que é imaginação. Certamente que esta cidade grande não tem nada a ver com a tua pequena terra mas também, quem viu guerra vê tudo. Sentes-te um pequenino/a guerreiro/a. Alguns conseguiram encontrar família mas tu continuas sozinho. Sozinho não, com os outros meninos “refugiados de guerra”. Dentro da vossa vaga noção de organização social lá se vão desembaraçando e criam grupos relativamente bem organizados. Não há comida pois não? Não… E o que é que tu, que lês, fazias se tivesses fome, muita fome, nove anos, nenhuma educação, poucos valores, muita revolta, tristeza e alguma maldade? Roubavas, não é? Tu talvez sim…

Mas não, o meu “menino de rua”, o meu “refugiado” não rouba. Ainda é uma criança e apesar de lhe terem arrancado a inocência característica, tudo o que viu e ainda o fez ter ódio, tem noção, ainda que parca do bem e do mal. Então decide ir pedir esmola. No fundo sente que a sociedade tem obrigação de o “compensar” e de ser, em parte, responsável por ele/a.
A sociedade, no entanto, não acha nada disso. Nós, ainda que inconscientemente, achamos que “esse bando de marginais não são maka nossa, que o governo é que devia olhar por eles ou então mandá-los para os kimbos deles…”
“- Onde é que já se viu uma pessoa nem poder andar na rua sem ter esses aí a chatear… ah porque o meu kota dá só pão, ah porque minha tia dá só dinheiro”.

Agora fecha os olhos. Pensa na criança que mais gostas. Pode ser o teu filho, o teu irmão ou uma outra criança qualquer. Imagina-a sem pai, sem mãe. Imagina-a sem família, sem casa, sem terra, sem rumo… Imagina esse pequenino que sempre foi guiado, a ver-se de um momento para o outro, sem guia e cercado de ódio, de medo, de terror. Imagina o teu pequenino sem comida e sem água, só com fome. É duro imaginar né!!? E as nossas crianças que são educadas com valores, com o mínimo indispensável, sem tantas privações…muitas tornam-se adultos maus, sem escrúpulos, agressivos… O que é de esperar destes meninos e meninas, que vão ser dentro de poucos anos os adultos angolanos? O que é de esperar deste país?

Não quero ser propagandista, dizer coisas muito bonitas sem resultados práticos… O que eu queria mesmo era que as crianças tivessem tanta importância em Angola como tem o petróleo, os diamantes, as fortunas que se acumulam… Não porque são pequeninos e “tudo o que é pequenino é bonito”, nem porque cai bem dizer isto… Apenas porque o futuro de Angola não é só o petróleo e os diamantes, o futuro de Angola também são as crianças. Assim, na próxima vez que uma criança te pedir alguma coisa, não digas logo “não tenho nada”, pensa nisto e lembra-te que tens sempre algo, nem que seja um bocadinho de ti!
Entendo que perpetuar a “esmola” pode também perpetuar o recurso à mesma, tornando-se num ciclo vicioso. Mas, já que não há muitas alternativas a isto acho que por enquanto é nosso dever, até encontrar alternativas…

Se tiveres alternativas, aceito sugestões para mudar qualquer coisinha… Talvez sozinha não consiga fazer muito mas se nos juntarmos, talvez possamos juntos encontrar uma solução!

“O importante não é mudar o mundo, é mudar um bocadinho dele.”

Sara Carmo
Shara

domingo, fevereiro 19

"Os angolanos, como todos os homens, são seres polígamos e pulam a cerca"

Entrevista com a ilustre jornalista, Amélia Aguiar que não sendo sexóloga teceu uma opinião bastante interessante e isenta sobre a realidade actual da sexualidade angolana.

Clicar aqui para aceder a entrevista.
Fonte:
Angonotícias

quarta-feira, fevereiro 15

Investir em Angola... obstáculos...

Sou um Angolano branco que nasceu em Angola em 1973, que como muitos outros foi parar a Portugal por via dos acontecimentos de 1975 e que mais tarde voltou à sua terra para viver os últimos anos do regime comunista. Mais tarde parti para os EUA onde vivo desde há vários anos. Como resultado, hoje sinto-me um cidadão de três pátrias e de três culturas diferentes. Nenhuma quero perder pois todas me ensinam algo. Tenho sido bem sucedido até ao momento e nada me falta na vida. Uma parte do meu bem-estar vem do trabalho que faço dia a dia, uma outra parte é uma herança do apoio que durante a infância recebi da minha família também ela espalhada pelos cantos do mundo.

Durante alguns anos vivi um pouco “mentalmente” afastado de Angola muito porque estava 100% concentrado em aprender uma língua e uma cultura nova aqui nos EUA. A vontade de vencer era mais forte do que o pensamento nostálgico normal nestas circunstâncias, apesar do bichinho da saudade nunca me ter largado. Há já algum tempo que atingi um patamar que me permite ligar o “piloto-automático”, mas não demorei muito a sentir que me faltava algo.

O sofá onde me sento é um conforto, a comida que como é bem saborosa, o meu carro não é de grande marca mas até os assentos têm aquecimento (essencial em certas zonas dos states), os meus colegas do trabalho são como família para mim… mas por dentro sinto que todo este conforto não me completa e sinto uma vontade enorme em fazer algo por Angola.

Estou consciente de todas as dificuldades que Angola ainda atravessa, da corrupção à burocracia, da fraca qualidade dos serviços de saúde aos perigos da criminalidade, do lixo na rua ao trânsito caótico nas ruas da capital, da fome ao analfabetismo. No entanto preparei-me mentalmente para “saltar” por cima de todas estas adversidades e de seguir em frente custe o que custar. Para mim será bem mais fácil do que para muitos Angolanos pois não só tenho hipóteses de passar ao lado de muitas destas adversidades, tenho também a sorte de ter uma rede onde cair em caso de “desastre”. Não acredito que seja necessário acabar com todos os males para que se comece a trabalhar e fazer algo de novo. Se assim for, então o futuro próximo muito pouco trará de progresso para Angola e já nem a minha geração terá hipóteses de ver e viver uma Angola melhor. Se estivermos à espera que se acabe com a corrupção antes de avançar-mos, então nem vale a pena perder tempo com estas ideias de progresso. Enquanto vamos apontando os males ainda existentes, mesmo que seja sempre a carregar nas mesmas teclas, há que avançar e por em prática, ideais e projectos. Com coragem e determinação.

E foi assim que arregacei as mangas e comecei a por uma das minhas ideias em prática já lá vão alguns meses. Mas… nem precisei de ir fisicamente a Angola para esbarrar logo no sistema de bloqueio Angolano. Este sistema é todo o conjunto de atitudes que engloba a maioria dos males a que me referi no parágrafo anterior. Pensava eu que os representantes do governo de Angola que aqui em Washington, Nova Iorque e Houston, e que estão supostamente responsabilizados em atrair e apoiar possíveis investimentos estrangeiros, seriam a minha auto-estrada para Angola. Enganei-me. Enganei-me redondamente. Três organizações contactei, três derrotas sofri.

O US-Angola Chamber of Commerce (não governamental) só está disposto a ajudar quem já é membro da organização. Como eu não sou ainda membro nem pretendo ser até que tenha o meu projecto em prática, logo o Chamber arranjou maneira de me “despachar”. A Representação Comercial de Angola nos EUA, não me despachou, mas de nada me adiantou. Estou ainda à espera de informações. Finalmente a ANIP, Agência Nacional para o Investimento Privado. Já lá vão dois telefonemas e um e-mail e de resposta nada. Isto tudo aqui nos EUA. O que consegui eu destas organizações até ao momento? ZERO.

Algo em comum entre estas organizações é que através das suas comunicações, sejam elas verbais ou através dos seus sites na Internet, elas dizem-se ser as autoridades nas matérias e que todo o investimento estrangeiro por elas tem de passar. Se assim é então não sei se vai haver coragem e determinação que me chegue para as ultrapassar.

To be continued.
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Entretanto, volto para o sofá que o filme está a começar...

Por:
Anónimo

domingo, fevereiro 12


Foto enviada por: Mariana Carneiro.
Clicar na imagem para ampliar.

quarta-feira, fevereiro 8

Desabafos Angolanos… Crónicas de um fracasso... Será o fim do Blog???



Este Blog nasceu em Julho de 2005, é um espaço que se quer transparente, isento e sério. Sem conotação política, essencialmente direccionado para a interacção da sociedade Angolana que anda por aí neste mundo, longe de casa, sem saber o que se passa na Banda. Tem no momento em que escrevo este post, 9720 visitas.
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É um espaço aberto a todos que abracem a causa angolana e queiram deixar aqui o seu contributo em forma de “post” ou comentário. No entanto não vejo participações. Entristece-me participar num projecto de todos, saber que somos milhões e apenas uma minoria a participar. Entristece-me ver os números do contador a subir sem resultados práticos, sem comentários… sem os vossos post’s para publicar.
Os números de visitas crescem todos os dias, a toda a hora. Dizem-me que há leitores a ler… Se sabem ler também sabem escrever... então porque não escrevem???

Os leitores são de diferentes partes do globo. São amigos de África, dos Palops, e dos Angolanos. Em comum temos a Língua Portuguesa, a de Camões, esse grande poeta! E o sonho de que um dia África terá a paz e o progresso que tanto merece!

Angola, esse pequeno gigante adormecido, está amordaçado por todos! Amordaçado por uma classe governativa que despreza o povo e Angola, e por um povo que despreza Angola e a classe governativa. O povo não sabe o poder que tem na mão, vive à margem dos seus destinos!!!

São os políticos que dirigem o nosso destino! São eles que decidem como, quando e onde!
Por trás de todas as escolas e faculdades, de hospitais, estradas e pontes, por trás de todos os acordos de investimento que criam postos de trabalho e por trás de todos os contratos de prospecção de petróleo e diamantes está um político que deveria ter o nosso crédito, mas não tem!!! E por trás de todos os políticos deveria estar um povo. Mas em Angola não está!!!

QUEM CALA CONSENTE!
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Se o nosso filho nos tira todos os dias uma pequena quantia monetária, ao fim de algum tempo, sem que a gente tome qualquer atitude, esse valor vai aumentando! Aumentando, até que a gente lhe dê um castigo, um simples puxão de orelhas! Aí ele vai parar.

É isso que eu peço a todos os leitores. Um castigo em forma de participação neste Blog! Está nas nossas mãos, e desengane-se quem achar que não! Mas atenção… um castigo não é uma revolta, não é qualquer forma de violência física ou verbal. Um castigo é agarrar numa caneta e escrever a quem de direito, é pegar no microfone e denunciar o errado, dar a conhecer a todos a verdade dos factos. Doa a quem doer! Um castigo é simplesmente SER CIDADÃO, é exercer as suas funções todos os dias, 365 dias ao ano!

Escrevam… Leiam… Escrevam para o blog, para o jornal, para a rádio, escrevam letras de músicas. Leiam os blogs, leiam os jornais. Algum dia… algum dia quem de direito vai perceber que nós, os "pais desta Angola", estamos atentos e zangados, e lhes vamos “puxar a orelha”.
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O político só tem lugar entre nós porque nós existimos, não o contrário! No nosso país confunde-se governar com reinar, porque nós permitimos! O cargo deles existe para nos servir, mas a lavagem cerebral ao povo é de tal maneira eficaz e convincente que neste momento o povo serve a classe política.

Nenhuma democracia sobrevive quando a própria sociedade sucumbe em inércia. Cabe-nos lutar por aqueles que não têm faculdades, por aqueles que não têm estudos nem intelecto, que são nossos irmãos de sangue ANGOLANOS e não tiveram a sorte de progredir nos estudos (como nós). Somos alguns (poucos) felizardos que conseguimos estudar, vamos usar esse estudo para mudar o destino da nossa terra.
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Caros leitores, amigos e visitantes, durante 9 Meses tentei que este espaço tivesse qualidade. É um espaço plural como já constataram!
Como a participação é baixa (em termos do vosso contributo em forma de post’s ou comentários) vou dedicar-me menos. Peço desculpa se não fui ao encontro das vossas exigências. Peço desculpa pela causa que, ao que parece não é interessante. Tentei manter o Blog atractivo, na forma e no conteúdo, tentei diversificar os temas, tentei mantê-lo sempre actualizado, mas por forças maiores (trabalho e exames) vou ser obrigado a reduzir a minha dedicação. Vou actualizá-lo menos vezes do que as que gostaria. A não ser que os leitores ganhem coragem, vençam o medo de escrever e enviem os vossos desabafos.

Escrevam e enviem. Participem, critiquem… não basta tirar um curso, ser Médico ou Engenheiro e fazer parte da JMPLA para voltar ao país com o sentimento de missão cumprida. Não se iludam se pensam que isso basta. SEJAM CIDADÃOS! Libertem a vossa mente!
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Os temas dos post’s são do critério de cada um, só têm a obrigação de ter uma abordagem à sociedade angolana. Não se pedem artigos PULITZER nem se pede que tenham mais do que 4 linhas, apenas se pede conteúdo para que este blog sobreviva.
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Não, não vamos mudar Angola com um Blog!
Não, também não teremos estátuas ou feriados em nossa homenagem!
Não, amanhã ninguem se vai lembrar do que a gente escreveu ontem!
Mas mesmo assim acho que vale a pena tentar...

Poderei nunca postar num livro de história, mas saber que fiz algo para alterar o seu curso, só isso já me faz dormir mais tranquilo à noite.
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Aflige-me que uma sociedade viva à margem de tudo aquilo que lhe é inerente.

UM APELO… UM LAMENTO…
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Apelo ao leitor e ao comentarista. Apelo ao Escritor e ao curioso. Apelo ao visitante e ao Estudante, ao Engenheiro, ao Doutor, ao Operário e ao Artista. Apelo ao Militar, ao Bombeiro, ao Camponês, ao Enfermeiro, ao Polícia, às Massas … à Sociedade.
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Alguns ingredientes para cozinhar um post:
Escolher um tema: Um episódio real, um acontecimento, uma noticia, uma frustração.
Traçar algumas ideias gerais: Introdução, desenvolvimento e conclusão.
Documentar-se: livros, fotos, artigos publicados em jornais ou revistas.
Grafia: Cuidada, basta ter uma versão actualizada do Word com dicionário em Português!

domingo, fevereiro 5

O motivo pelo qual não largam o "osso".

Nos últimos dias temos assistido na imprensa angolana à novela de conflitos internos da UNITA, principal partido de oposição, sobre a substituição de alguns deputados no parlamento.

Sobre a intenção de substituição nada digo, não conheço os referidos deputados, não lhes conheço nenhuma obra feita. Acho positivo que se façam reformas na moldura humana dos deputados de todos os partidos, sempre que as mesmas beneficiem o partido em questão e que se traduzam em mais qualidade no serviço prestado ao país, ao povo e à democracia.

Este sururu todo à volta das substituições veio despoletar um role de informações que acho que não eram do domínio público (pelo menos eu desconhecia). Constatei que os nossos deputados gozam dos seguintes privilégios:

Cada deputado recebe, no momento em que toma posse, 12.000,00 USD como subsídio de instalação;
Uma viatura topo de gama Audi A6;
Uma viatura para uso da casa (filhos, Mulher, etc.).

Mensalmente recebem um salário base de 1500,00 USD;
Acrescido de 2500,00 USD de subsídio de renda;
Mais 1500,00 USD para manutenção de viaturas;
E ainda 3000,00 USD para despesa com pessoal da casa (motorista (s), empregada (s) domestica (s), cozinheira (s), etc.).

A estas verbas são acrescidos os subsídios para deslocações em trabalho, que podem atingir 5000,00 USD para viagens dentro do país e 12.000,00USD para o exterior.

Isto tudo no país em que o salário mínimo não chega a 100,00 USD e a maioria do povo vive, em média, com menos de 1,00 USD dia.

Ehh... Deve ser difícil largar um cargo assim!!!

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Fonte: Angonotícias. Clicar no título do post para aceder ao artigo.

quinta-feira, fevereiro 2

De quem é Angola?

Terreno ocupado aqui, terreno ocupado ali… acolá…
*Clicar na imagem para ampliar
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Cheguei a conclusão que Angola está ocupada!!! (ehh sou lento mesmo, ainda não tinha dado conta que isto é tudo deles.)
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Será que precisamos de nova independência? Não! Chega de lutas e guerras! Talvez seja por isso que alguns se aproveitam. O povo está esgotado e finge que “não sabe, não vê e nem ouve”.

Um pouco por toda Angola, de Norte a Sul, Este a Oeste vêem-se placas como esta, delimitando propriedades as vezes de perder a vista. Arames e grades, muros e chapas a cobrir e a delimitar o espolio.

Como se têm acesso a elas?
Não sei… Ultrapassa-me!
Algumas têm rios no meio a trespassar, outras são banhadas por mar, extensos areais e praias virgens, outras têm vista para a Ilha do Mussulo, e há aquelas que ainda conservam as estruturas de base que o colono deixou (antigas fazendas, pescarias, açucareiras, etc.).

E os donos quem são?
Não estão identificados nas placas, mas a gente sabe quem são!
Quase sempre ligados ao poder politico ou militar (se é que os podemos desagregar em Angola), directa ou indirectamente, têm acesso as concessões dos terrenos que os simples mortais angolanos não têm (a não ser que tenha um compadre na cozinha).

Qual o destino dos terrenos?
Uns têm planos para condomínios de luxo, habitações sociais e parques Industriais, fazendas e parques diversos. Outros apenas abocanharam por mera prospecção imobiliária. Tiveram acesso quase de graça para depois vender a peso de ouro. Há muita gente a lucrar com os terrenos de Angola. Infelizmente são os mesmos que já lucraram com a guerra, que lucram com o petróleo e com os diamantes… SÃO SEMPRE OS MESMOS…

Depois vêm me dizer que os brancos e que os mulatos são os que estão bem, e que um dia uma revolução vai mudar isto…
Basta de demagogia hipócrita!!!

quarta-feira, fevereiro 1

Este mural de mascaras indígenas está, ou esteve, exposto num Bar de Luanda, espaço “Baía”.
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Infelizmente é caro para a qualidade do serviço prestado mas o espaço em si e a sua localização são um deleite para quem lá for tomar um copo com amigos. Tem um terraço que proporciona uma vista agradável sobre a Marginal e a Baía de Luanda, com som ambiente gracioso.
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Não sei se o mural faz parte da decoração da casa e poderá ser admirado sempre ou se, por feliz coincidência, estive lá na altura de uma qualquer exposição.