sexta-feira, fevereiro 22

A polémica sobre a música de Dog Murras

Estimados leitores,

Não me é possível atestar a autenticidade do artigo que a seguir divulgo. Ele circula na internet como sendo da autoria de Tchizé dos Santos, jornalista e filha de José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola.

O artigo, segundo pude perceber, foi publicado pela autora com a pretensão de crítica a uma música do cantor angolano, Dog Murras, um “ku Duro” com uma letra que me parece, de certa forma, hostil mas que não fala mentiras e que num Estado de Direito e Democrático não levantava tanto sururu.
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Entre tanto alguém que, tal como eu, percebeu a intenção de Tchizé dos Santos, respondeu a autora em mail que também circula na internet e juntamente público aqui.
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Artigo de Tchizé dos Santos em Resposta à Música do DOG MURRAS.
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Ouvi recentemente a polémica música do cantor Dog Murras e como jornalista, não pude ficar indiferente à sua letra.
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Creio que o Dog Murras canta algumas verdades, mas como figura de referência que é, não devia fomentar a desunião e a frustração que todo o povo angolano vive, no anseio por uma Angola reconstruída e totalmente recuperada da guerra, onde todos os nossos filhos possam ir à escola e onde já não teremos as ' diarreias ' de que ele fala e que todos nós já tivemos. Mas o próprio Dog Murras há de saber que não se constrói um país em 5 anos, nem em 10.
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Ninguém gosta de ser relembrado que vive num país com dificuldades, estradas esburacadas, paludismo e outros problemas, aos quais estão expostos TODOS os angolanos, RICOS E POBRES. Todos passamos pelos mesmos buracos e todos sofremos no mesmo trânsito no dia-a-dia, Ricos e Pobres. E todos continuamos a amar a nossa Angola, Ricos e Pobres.
Temos é que trabalhar UNIDOS por uma Angola melhor e por um futuro melhor para os nossos filhos, ricos ou pobres. E para esquecer as “malambas” , então juntamo-nos ao fim-de-semana e dançamos os Kuduros do momento que geralmente, esperamos que nos entretenham e nos façam esquecer os problemas, ao invés de nos frustrar ainda mais.
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É preciso entender que os obstáculos fazem parte do percurso e que os ' engraxadores ' , ' bajuladores ' , os “Kotas Bosses” , e outros delinquentes do colarinho branco, existem em todas as sociedades e passam por cima de outros cidadãos, ricos ou pobres . É o dia-a-dia da batalha pelo ganha-pão. A discrepância social infelizmente é um mal global que temos que combater, JUNTOS, e não desunidos e odiando-nos uns aos outros e fomentando o ódio, ou criando bodes expiatórios como os emigrantes estrangeiros ou os ricos, que na sua maioria um dia também foram pobres.
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O problema é que infelizmente alguns “pseudo-novos-ricos” angolanos esquecem as suas origens e querem passar por cima do seu vizinho que saiu do mesmo bairro e acham que têm direito a tudo na lei da força. Isto é que tem que acabar, pois o dinheiro e o poder não identificam um ser humano. Os seus valores sim o caracterizam, fazendo dele um bom ou mau angolano.
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Também acho que os Chineses não têm culpa da nossa herança histórica que traz consigo poucos quadros angolanos capazes de fazer as obras que eles fazem com aquela rapidez.
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O que seria melhor? Não fazer as obras porque não sabemos fazer bem e rápido, ou chamar expatriados que façam bem e aprender com eles a fazer melhor ainda? Temos que ser humildes e reconhecer que Angola é um país novo no qual TODOS estamos a aprender como se constrói uma economia de mercado forte. Ninguém nasce ensinado.
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Agora coloquem-se no lugar do Chinês, Francês, Brasileiro, etc... Quem trabalha de graça na terra dos outros? Claro que os expatriados têm de ser recompensados por irem para a nossa terra dos buracos, do paludismo e da poeira, como diz o próprio cantor, que aliás é um compositor genial.
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Creio que os senegaleses, zairenses e malianos também não podem ser culpados da nossa falta de competitividade, ou inexperiência natural de um país com 32 anos, que os deixa vencer a concorrência nos nossos próprios mercados. E por fim, os portugueses não têm culpa do facto de gostarmos tanto de comer o seu chouriço, bacalhau com natas, Sumol de ananás e cerveja Sagres, em vez valorizarmos a nossa CUCA e Nocal e o Yuki, ou a chikaungua da terra nas festas e bailes onde agora finalmente já dançamos as músicas dos nossos cantores e compositores sem vergonha.
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Conclusão, temos que trabalhar, pois ser empregado não é vergonha, ser pobre não é vergonha. Trabalhar até de madrugada não é vergonha. Vergonha é ser-se arrogante, ser-se fraco e baixar a cabeça quando um obstáculo se nos impõe. Vergonha é ficar a lamentar os problemas de braços cruzados. E o Angolano não é fraco. O angolano não é violento. O angolano é orgulhoso, mas também é lutador. E com o seu jeitinho, vai resolvendo os problemas. Sejamos unidos, ouçamos as críticas do Dog Murras, sem entretanto interpretá-las como um estímulo ao racismo, nem à desunião dos angolanos, pois com certeza não é essa a intenção do poeta. Enfrentemos a nossa realidade de frente e sem hipocrisia, mas creio que Angola não é dos Chineses, nem dos portugueses e nem dos brasileiros. Angola é mesmo dos angolanos! E nós temos que nos instruir, temos que batalhar e ganhar experiência de trabalho para não nos deixarmos enganar pelo senegalês, brasileiro, português, francês, inglês, chinês na nossa própria terra, pois a ignorância é o maior inimigo do homem e o esclarecimento a melhor ferramenta para o sucesso.
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Por: Tchizé dos Santos
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A resposta…
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“O artigo anda na net...mas tenho dúvidas quanto á sua putativa autora. Por um motivo simples: ela, intitulando-se jornalista, tendo feito estudos em Portugal e Boston , não poderia escrever uma matéria tão fraca e com um português tão medíocre...
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Há ainda um outro motivo pelo qual duvido: sendo filha de quem é, decerto os inúmeros assessores de que dispõe a desaconselhariam a escrever uma matéria tão "precipitada" como esta. Mas adiante: seja quem for a(?) autora (o?) deste texto , há coisas que não se podem engolir e calar. Fervem cá dentro e mexem com o sangue de qualquer mortal que se considere decente.
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Para inicio de conversa, a música do Dog Murras não canta algumas verdades. Canta a verdade! E como qualquer verdade tem o mérito de desagradar ao regime, eis aqui uma defensora das causas impossíveis.
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Desde quando a verdade promove a desunião e a frustração de um povo?!!! Não é a música dele que nos causa desunião e frustração. A desunião é-nos causada pela verificação diária de que uns são filhos e outros nem enteados são; que uns andam nos buracos em cima dos Prados, BMW e Hummers e os outros, a MAIORIA, andam nos buracos a pé sem saber onde aqueles primeiros foram buscar o dinheiro para comprarem aqueles carros quando aos outros falta para o pão-nosso de cada dia.
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E a frustração é causada pela facilidade com que uns têm e ostentam uma riqueza acabada de chegar não se sabe de onde e os outros, a maioria, morre de doenças que já tinham sido erradicadas no País.
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Não se constrói um País em cinco nem em dez anos. Mas o mesmo não se pode dizer das fortunas dos RICOS recém-formados.
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Em 32 anos de independência destruiu-se um País e edificaram-se fortunas colossais à sombra dos poderes instituídos e tolerados pela maioria.
Ninguém gosta de ser relembrado (?) - sic - que vive num País com dificuldades, estradas esburacadas, paludismo e outros problemas, mas só uns conseguem esquecer: os RICOS.
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Sim, temos que trabalhar unidos. Aqui cabe uma célebre frase que ouvi há anos: quando alguém nos diz que estamos todos no mesmo barco, invariavelmente ele quer que nós rememos e ele fica ao leme...
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Os delinquentes de "colarinho branco" existem em todas as sociedades. Sim. Em Angola são protegidos pelo sistema, fazem parte dele e da tal elite que se acha RICA.
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E uma angolana tão veemente na defesa dos nossos valores não pode humilhar-nos assim...Temos 32 anos de independência. Angola patrocinou milhares de bolsas de estudos. Portanto temos quadros capazes de ombrear com os chineses, portugueses, brasileiros, franceses...Onde eles estão?!!! Subaproveitados. Quem manda vir os estrangeiros ao abrigo de acordos que ninguém sabe e ninguém vê, ganha com a vinda deles e perde muito se aproveitar quadros nacionais. Vejam as estradas construídas pelos brasileiros e as lições de competência que os engenheiros angolanos têm vindo a dar nas suas críticas e sugestões...
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Discrepância social não é um mal global coisa nenhuma. É um mal dos Países atrasados e corruptos. E essas discrepâncias são mais gritantes em Angola porque, os RICOS, os tais que chegaram à meta sem mesmo correrem, enchem a boca dizendo que somos um País rico, que atingimos índices de desenvolvimento únicos no mundo. O povo ouve, pára, olha e pasma. Cadê o tal de desenvolvimento?!!!
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Falta de competetividade?!!! Nós, angolanos?!!! Somos competitivos. Singramos lá fora no estrangeiro sem as asas protectoras de regimes corruptos e nauseabundos. Dentro do nosso País é que nada podemos fazer, pois os "grandes" preferem beneficiar os estrangeiros. Afinal, eles nunca lhes poderão fazer frente, pois não?!!!!!
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E chamar GENIAL a um compositor como o Dog Murras...haja paciência. Genial?!!! A autora não pode saber o significado da palavra. Que é um compositor (??) da moda, que faz música que a juventude gosta, que é nacionalista, que promove a imagem de Angola ...concordo. Mas GENIAL?!!!!! Haja Deus!!!!!!!!! E haja paciência.
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Assessores precisam-se!!!!
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Por: Anónimo"

segunda-feira, fevereiro 18

Escritor angolano recebe prêmio em Portugal


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Imagem gentilmente cedida pela Sra. Margarida Castro

domingo, fevereiro 3

O que escreve o Mundo sobre nós.

Artigo publicado in “Valor Online”, Jornal de Economia brasileiro – 26 OUT 2007

"Em Angola, onde falta tudo, o boom do petróleo atrai novos negócios.
O hotel Palanca Negra, em Luanda, a capital de Angola, tem mais de 50 quartos. Os quartos duplos, muitos deles sem janela, têm duas caminhas de solteiro, estreitas e baixas, bem próximas entre si e distantes cerca de 50 cm da parede em frente, cada uma com sua mesinha de cabeceira. Ao todo não têm mais de 20 metros quadrados cada, incluindo um pequeno banheiro com seu minúsculo box. O quarto individual é metade disto. O hotel cobra113usd por um e 100usd por outro. A demanda é grande. Reflexo de uma cidade e um país onde falta quase tudo e que, ao mesmo tempo, experimenta taxas de crescimento exponenciais, 20,6% em 2005, 18,6% em 2006 e alguma coisa nessa faixa este ano, segundo as previsões.
A guerra civil que aniquilou o país terminou em 2002, e a reconstrução entrou na ordem do dia, movida a petrodólares, principalmente.
Dos 31,3 bilhões de usd exportados no ano passado, o petróleo respondeu por 96%. Mas isso não quer dizer que Angola seja uma filial do paraíso em território africano. Está muito mais para seu eterno concorrente, impressão que marca imediatamente quem chega a Luanda, com seus de 5 milhões a 9 milhões de habitantes, dependendo de quem faça a conta. As estatísticas são estimadas, pois não há censo no país deste 1970.

O Palanca, cujo nome homenageia o belo e quase extinto antílope que é o símbolo nacional, fica dentro de uma área cercada, chamada cidadela, anexo ao maior estádio de futebol da cidade. Conformando-se com as acomodações, o visitante leva um soco no estômago ao transpor o portão da cidadela, cujo pátio já é um tanto caótico.
Na rua em frente, a poeira envolve a tudo e a todos, levantada por um trânsito infernal e alimentada por uma obra de canalização de uma vala tocada por uma empresa da China. É o futuro ajudando a piorar o presente. Alguns metros à direita a rua cruza com outra maior e ainda mais confusa: é a avenida Brasil, para os íntimos, porque em Luanda não há placas de rua.
O trânsito louco é dominado por enormes carros do tipo picape 4x4 e por dezenas de vans Toyota Hiace azuis e brancas. São os "táxis", ou candongas, único arremedo de transporte público da cidade. Táxi mesmo, como se conhece no resto do mundo, não há, a não ser um inoperante serviço por telefone. (De brasileiros, acrescentamos nós) Ônibus, idem, e é melhor que não haja, porque uma frota de cem veículos desse tipo seria suficiente para provocar um colapso na cidade. ( A MACON trouxe autocarros velhos, VW há anos)
Em Luanda, para quem não se dispõe a andar nas entulhadas candongas (e não se vê branco, ou "pula", nos candongas), é imprescindível ter um carro, e com motorista, pois não há vagas para estacionar e também porque só se chega aos lugares por referências. Endereço é uma mera formalidade. E o motorista precisa ser esperto, saber cortar caminho, senão o dia se esvai na pasmaceira do tráfego poeirento.
Cortar caminho quer dizer entrar por lugares sem nenhum vestígio de urbanização, logo atrás das ruas principais, deparando-se com montanhas de lixo e com favelas, aqui conhecidas como "musseques", espalhadas pelo miolo da cidade. Segundo cálculos da organização não governamental Development Workshop, pelo menos três quartos da população da capital angolana vive nesses musseques.
Vê-se obras por toda parte, maioria tocada por chineses, que trouxeram mais de 7 bilhões de dólares em financiamento e estão trabalhando directamente para o Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN). Há polémica sobre o aproveitamento desses recursos.
Não é preciso sair das vias principais para ver a marca da pobreza extrema. Dezenas, talvez centenas, de edifícios construídos pelos colonizadores portugueses nos anos 1950 e 60, abandonados às pressas e ocupados pela população local, têm hoje a aparência de favelas verticais, como os velhos conjuntos habitacionais construídos na mesma época no Rio de Janeiro para abrigar as populações removidas das áreas ricas da cidade. Eles são sujos, cheios de lixo e de restos de esgotos na frente, a fachada caindo aos pedaços. A reportagem do Valor entrou em um desses prédios, um dos mais bem cuidados. Não há elevadores funcionando. Em muitos casos, os prédios tiveram os poços do elevador transformados em lixão. Baratas e detritos (há ratos em muitos deles) dividem o espaço de acesso às escadas, que não têm corrimão em metade dos seis andares. Transposta uma grade de ferro chega-se à porta de um óptimo e espaçoso apartamento de dois quartos e dependências, uma autêntica cena do filme "Blade Runner". Todas as facilidades modernas estão lá dentro. O aluguer? US$ 50 mil por ano, pagos antecipadamente. Luanda é a capital da carestia. Pior no mundo, apenas Harare, capital do Zimbabué. Um simples esparguete com molho de carne em local despretensioso pode custar 30usd. O aluguer de um carro com motorista sai por entre 150usd a 200usd a diária. Os iniciados conhecem alternativas, mas elas estão sempre indisponíveis.

Na capital angolana, todos são obrigados a ter gerador porque, embora o país seja auto-suficiente em geração de energia eléctrica, (!!!????) a rede de distribuição não suporta a carga, e a empresa fornecedora é obrigada a desligar o fornecimento. Todos têm telefone celular. A telefonia fixa é totalmente incipiente.

No sofisticado supermercado Casa dos Frescos, um quilo de tomate sai por 1.004 kwanzas, a moeda oficial. Ao câmbio de Kz$ 75 por dólar, isso quer dizer mais de US$ 13. O dólar também é moeda corrente em Luanda, sendo legal seu uso em transacções e depósitos. Uma mini valorização da moeda local feita este ano (de Kz$ 80 para Kz$ 75 por dólar) tem elevado os depósitos em kwanzas. Mas é possível comprar o tomate nas ruas, de uma zungueira (mulher que, com uma espécie de bacia na cabeça, vende todo tipo de alimento nas ruas) por até Kz 200. Mas comprar alimentos nas ruas é um risco. Dizem que andar a pé também, especialmente para brancos, mas em uma experiência de atravessar cerca de quatro quilómetros entre a cidadela e a Mutamba, bairro que abriga o centro comercial e de serviços da cidade, a reportagem não foi molestada.

Difícil é atravessar os cruzamentos, com tráfego permitido em todos os sentidos e, na maioria dos casos, sem qualquer sinalização ou simplesmente controlados por guardas vestidos com luvas brancas, os "trânsitos".
Meninos e rapazes vendem de tudo na margem do asfalto e nas calçadas onde elas existem. São verdadeiras lojas ambulantes. A caminhada revela aspectos chocantes, como uma loja da Lacoste com paletós de mais de 500usd na vitrina, ao lado de um prédio semidestruído, habitado, exalando um incrível cheiro de lixo. O comércio sofisticado é raro, mas existe, em convivência íntima com a pobreza, como a loja Andy's, uma espécie de Daslu angolana, bem próxima a um musseque. Foi inaugurada pela primeira-dama do país e tem até um autêntico café parisiense anexo.

Os musseques estão por toda parte, com montanhas de lixo onde as crianças brincam. Há planos de remoções. No miolo da cidade, eles tendem a ser expelidos pela enorme actividade imobiliária. Brasileiros que trabalham na capital angolana dizem que quem fica dois meses fora é surpreendido por mudanças. Um bairro muito bom em uma colina, baptizado de Miramar, abriga as embaixadas e belas casas, mas muitas das ruas não são calçadas. Próximo está o palácio presidencial. A fortaleza colonial construída pelos portugueses domina majestática a baía de Luanda. Ali está o museu das forças armadas. E o porto é um destaque. Cheio de navios, ilustra o intenso comércio.
A actividade mais frenética é em Luanda Sul, uma outra cidade que está nascendo a cerca de 20 quilómetros do centro. A Construtora Norberto Odebrecht, a maior das que estão presentes no país, está construindo ali vários condomínios, de casas e de prédios. Um apartamento triplex de quatro quartos, com cobertura e piscina, sai por US$ 2,2 milhões num desses condomínios. A demanda é grande. O aluguer de uma casa em Luanda Sul fica em torno de 20 mil dólares, podendo chegar a 28 mil. Lá fica a mais nova atracção luandense, o shopping Belas, inaugurado este ano e administrado por uma empresa Baiana (Brasileira). Além de poucos muito ricos, a elevação dos custos em Angola é patrocinada pela presença crescente de empresas estrangeiras, atraídas pelas indústrias do petróleo e do diamante e pela crescente demanda por produtos e serviços num país de 15 milhões de habitantes (número também controverso) com um Produto Interno Bruto (PIB) que este ano deve superar US$ 50 bilhões e onde falta quase tudo. É uma atracção irresistível, e as pessoas que chegam acabam aprendendo a conviver com a desordem urbana agravada pelas obras de reconstrução.
É bom ver o país se transformando, embora analistas, como a directora do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, Noelma Viegas d'Abreu, comecem a questionar a demora para que o crescimento se traduza em melhoria das condições de vida da população pobre, após cinco anos do final da guerra. "

Cedido por: Dra. Nerika Silva