domingo, novembro 25

Pós-Manifestação

É com orgulho que anuncio aqui o sucesso da manifestação do 19 de Novembro de 2007. (Em frente ao consulado Angolano de Lisboa para reivindicar o direito ao voto)
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"Sucesso? Com 20 pessoas?" Sim!!! Sucesso porque foram 20 pessoas debaixo de chuva, 20 pessoas entre 100 000 que não tiveram medo, que não se resignaram, que não se deixaram levar por esses facilitismos de resmungar entre 4 paredes e de se silenciar na rua. 20 Angolanos que foram à rua gritar bem alto: "Democracia sem voto não tem sentido", "Angola é de todos nós", "Viva Angola!!!".

Poderíamos ser mais? Sem dúvida! O que não significa que a comunidade angolana não partilhe a nossa revolta. Durante a manifestação tivemos uma amostra disso: as pessoas que iam saindo do consulado levantavam as mãos, batiam palmas e abanavam afirmativamente a cabeça, ilustrando aprovação. No entanto, o apoio parava aí, num casual "fixe", e num acenar de cabeça. Muitos foram os angolanos com quem debatemos que acreditavam ser uma causa justa, e que se sentiam tal como nós indignados por não poderem participar nas próximas eleições do nosso país, contudo, o passo seguinte não se sentem dispostos a dar. Este passo chama-se mobilização e é na minha opinião, o passo mais importante para qualquer povo que se diz democrático e independente. Muitos alegavam terem bolsas e terem medo de as perder, outros simplesmente diziam "concordo, mas manifestar é grave". Enfim, as desculpas não faltavam para tentar justificar o evidente: o medo! Medo de dar a cara, medo de tomar uma posição, medo de represálias. É verdade, 32 anos depois, e o medo mantém-se. Recuso-me a acreditar que seja, como muitos dizem, "um problema cultural". Não! É demasiado fácil dizer que nós "nascemos assim e está tão intrinsecamente preso a nós, que chega a fazer parte da nossa cultura". Este foi um factor preponderante no número de angolanos presentes nessa manifestação. E espero que os angolanos que tenham ficado em casa, reflictam bem melhor naquilo que ainda podem fazer porque ainda nada está perdido e muito pode ser feito. Está na hora abandonar o medo e de abraçar a democracia.

O Sr. Estêvão Alberto, conselheiro de imprensa do Consulado de Angola em Lisboa, fez o "seu papel", ou seja o de desvalorizar a manifestação, dizendo que o número de manifestantes não é representativo da comunidade angolana residente em Portugal. Eu estou de acordo, o NÚMERO não é representativo, mas garanto ao Sr. Conselheiro que a posição defendida por estas 20 pessoas é sem dúvida a posição de grande parte desta comunidade de 100 mil angolanos. A única diferença é que estes 20 tiveram coragem de dar a cara. Ele também alegou que o grupo que a organizou é "sem representatividade": somos um movimento espontâneo, 100% apartidários. Não será esta a maneira mais pura de reivindicação? Cidadãos que não têm nenhum interesse político ou económico, que se juntam a outros cidadãos que partilhem a sua luta e causa, para que uma certa medida seja tomada em prol do povo. Penso que neste caso, esta "falta de representatividade" é de louvar, e é bem mais pura que a criação de qualquer partido político. Quero lembrar que a manifestação não é o ponto final.
Vamos continuar a lutar pelos nossos direitos. Só pararemos de reivindicar o direito do voto, quando efectivamente nos for concedido esse direito.
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domingo, novembro 18

ANGOLA 2007: QUE RECOMPOSIÇÕES E REORIENTAÇÕES?



O Centro de Estudos Africanos do ISCTE tem a honra de convidar V. Ex.ª aassistir à Conferência Internacional "Angola 2007: Que Recomposições e Reorientações?" nos dias 20, 21 e 22 de Novembro de 2007, às 09:00, no Auditório Afonso de Barros do ISCTE.
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ESTA CONFERÊNCIA PARTE DE UMA DUPLA CONSTATAÇÃO. UMA É QUE, VOLVIDOS CINCO ANOS SOBRE O FIM DA GUERRA CIVIL EM ANGOLA, ESTE PAÍS SE ENCONTRA NUMA FASE DE MUDANÇAS INCISIVAS, A NÍVEL ECONÓMICO, SOCIAL E POLÍTICO. A OUTRA É QUE O ADVENTO DA PAZ MILITAR DESPOLETOU UM ACENTUADO CRESCIMENTO DA INVESTIGAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS SOBRE ANGOLA, EMPREENDIDA POR ANGOLANOS E NÃO ANGOLANOS.

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É A PARTIR DESTA INVESTIGAÇÃO QUE A CONFERÊNCIA SE PROPÕE ANALISAR A NATUREZA E OS RUMOS DAS TRANSFORMAÇÕES EM CURSO EM ANGOLA. PARA O EFEITO, OPTARÁ POR UM DEBATE INTERDISCIPLINAR, EXAMINANDO DE FORMA INTEGRADA OS DIFERENTES NÍVEIS EM QUE O PAÍS FUNCIONA. NASCIDA DA EXPERIÊNCIA DO GRUPO SIGNIFICATIVO DE INVESTIGADORES DO CEA QUE TÊM VINDO A TRABALHAR SOBRE A ANGOLA CONTEMPORÂNEA, ESTA INICIATIVA PRETENDE CRIAR UM ESPAÇO DESTINADO A ACOLHER CONTRIBUIÇÕES DAS MAIS DIVERSAS ORIGENS E A CRIAR SINERGIAS PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DOS PROCESSOS FOCADOS.

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A INICIATIVA É CONSIDERADA PELA PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DA UNIÃO EUROPEIA 2007 COMO “EVENTO DE INTERESSE CIENTÍFICO” E APOIADA NO QUADRO DO PROGRAMA “CIÊNCIA2007UE”, GERIDO PELA FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA.
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JORGE CARDOSO (Universidade Lusíada de Angola, Luanda), A inserção no contexto regional: política externa e perspectivas de integração.

CATARINA GOMES (Universidade de Coimbra), Os caminhos do processo eleitoral angolano

JORGE CARDOSO (Universidade Lusíada de Angola, Luanda), A inserção no contexto regional: política externa e perspectivas de integração.

CATARINA GOMES (Universidade de Coimbra), Os caminhos do processo eleitoral angolano.

AUGUSTO MANUEL CORREIA, Presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento em representação do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

NELSON PESTANA (CEIC) e Franz-Wilhelm Heimer

TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO
09:00 SESSÃO DE ABERTURA: Luís Antero Reto, Presidente do ISCTE

CLARA CARVALHO, Presidente da Direcção do CEA

NELSON PESTANA (CEIC)

FRANZ-WILHELM HEIMER (CEA),
Coordenador da Comissão
Organizadora da Conferência

09:30 PAINEL SOBRE ASPECTOS ECONÓMICOS I

MODERADOR:

FERNANDO JORGE CARDOSO
(Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais, Lisboa)

COMUNICAÇÕES:
MANUEL ALVES DA ROCHA (CEIC), Mudanças estruturais da economia angolana desde o início do milénio.

RENATO AGUILAR (Göteborgs Universitet, Gotemburgo), Impactos económicos do fim da guerra civil em Angola.

JOSÉ GONÇALVES (Universidade Estadual da Bahia, Salvador), Os fundamentos do crescimento
económico angolano desde o 2002.

11:00 Intervalo
11:30 Debate
13:00 Almoço

15:00 PAINEL SOBRE ASPECTOS ECONÓMICOS II

MODERADOR:

EMMANUEL GAMELAS (ISCTE e CEA)


COMUNICAÇÕES:
EMMANUEL CARNEIRO (Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais, Luanda), A produção de bens transaccionáveis na Angola actual.

CARLOS LOPES (CEA), Políticas económicas, mecanismos de regulação e informalização da economia em Angola.

ANTÓNIO TOMÁS (Columbia University, Nova Iorque), Dólar e kwanza: reflecções sobre o bimonetarismo em Angola.

ANA MARIA DUARTE (School of Oriental and African Studies University of London), O sistema de transportes na Província de Benguela e os seus impactos económicos e sociais.

17:00 Intervalo
17:30 Debate
19:00 Lançamento de Livro
Apresentação por Emmanuel Carneiro (ISEG e CEA) do livro de Carlos Lopes, “Roque Santeiro: a ficção e a realidade” (Lisboa: Pincipia Editora)


QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO
09:00 PAINEL SOBRE ASPECTOS SOCIAIS I

MODERADOR:

FRANZ-WILHELM HEIMER (CEA)

COMUNICAÇÕES:
DAVIDE TRAMONTANO (Università degli studi di Napoli 'L'Orientale', Nápoles), Reforma de governação e exclusão social em Angola

NELSON PESTANA (CEIC), Reconstrução nacional e pobreza em Angola.

STEPHEN LUBKEMANN (George Washington University, Washington), Trans-generational Displacement, Urbanism, and Social Governance in Post-Conflict Angola.

CRISTINA RODRIGUES (CEA), Transformações da sociedade urbana em Angola.

11:00 Intervalo
11:30 Debate
13:00 Almoço

15:00 PAINEL SOBRE ASPECTOS SOCIAIS II

MODERADOR:

JOÃO MILANDO (CEA)

COMUNICAÇÕES:
FERNANDO PACHECO (Acção para o Desenvolvimento Rural em Angola, Luanda), Permanências, rupturas e recomposições nas sociedades rurais de Angola.

MARIA DE FÁTIMA (Universidade Agostinho Neto, Lubango), Resiliência social em tempos de conflito e pós-conflito: As sociedades rurais da região da Humpata


MARGARIDA VENTURA (Universidade Agostinho Neto e Instituto Superior Privado, Lubango), Impactos sociais dos distúrbios pós-traumáticos devidos aos conflitos violentos em Angola.

TERESA KOLOMA BECK (Humboldt-Universität, Berlim), Autoridades em concorrência: o impacto das ONGs em meios rurais angolanos

17:00 Intervalo
17:30 Debate

QUINTA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO
9:00 PAINEL SOBRE ASPECTOS POLÍTICOS I

MODERADOR:

PAULO INGLÊS (CEA)

COMUNICAÇÕES:
ANDRÉ SANGO (Universidade Agostinho Neto, Luanda e Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais, Luanda), Os processos de transição política em Angola desde o fim da guerra civil.

JEAN-MICHEL MABEKO TALI (Howard University, Washington), Reler a transição angolana: Mudanças económicas e rigidez política.

11:00 Intervalo
11:30 Debate
13:00 Almoço

15:00 PAINEL DE ASPECTOS POLÍTICOS II

MODERADOR:

JOÃO MILANDO (CEA)

COMUNICAÇÕES:
INGE RUIGROK (Vrije Universiteit Amesterdão), Governação em transição: as dinâmicas locais e as reformas políticas em Angola.

RUI DIAS (Direcção Geral das Autarquias Locais, Lisboa) & Rute Saraiva (Sistemas de Informação Industriais, Luanda), A descentralização em Angola: o papel das administrações municipais na gestão territorial.

ASLAK ORRE (Christian-Michelsen-Institut, Bergen/Noruega), a administração local em Angola: lei nova mas pouca mudança.

17:00 Intervalo
17:30 Debate
19:00 SESSÃO DE ENCERRAMENTO

ISCTE - Av. das Forças Armadas - 1649-026 Lisboa – Portugal
Tel. 21 7903067- cea@iscte.pt.
Centro de Estudos Africanos
Tel: 21 790 30 67
Fax: 21 795 53 61
cea@iscte.pt www.cea.iscte.pt

segunda-feira, novembro 12

Angolano foi eleito para o Parlamento suíço

Chegou à Suíça em 1982 para fugir à guerra civil em Angola, agora, Ricardo Lumengo tornou-se no primeiro negro eleito para o Parlamento suíço. Deputado pelo cantão de Berna, Lumengo, de 45 anos, obteve a nacionalidade suíça em 1997. O imigrante angolano tornou-se na grande surpresa das últimas legislativas da Suíça, que ditaram a vitória da direita populista.

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Eleito pelo Partido Socialista (PS), Ricardo Lumengo terá de conviver no Conselho Nacional com os 61 deputados da União Democrática de Centro (UDC). O partido do milionário de Zurique Christophe Blocher foi o grande vencedor do escrutínio de domingo com 28,8% dos votos. Com uma campanha considerada pelos críticos como xenófoba e racista, centrada na expulsão dos criminosos estrangeiros da Suíça, a UDC esteve no centro do debate político. Grande culpado? O seu cartaz no qual uma ovelha branca expulsa uma ovelha negra do território suíço com um coice.
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Antigo exilado político, Lumengo garantiu à agência ATS: "Não quero ser um anti-Blocher. Não fui escolhido pelos eleitores para combater alguém, mas sim para defender as ideias socialistas e a minha região". Dos cerca de três mil candidatos às legislativas, pouco mais de uma dezena tem origens africanas. (...)
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HELENA TECEDEIRO


Enviado por: Margarida Castro

domingo, novembro 4

CONVITE

O IPRI-UNL e a FLAD convidam-no a estar presente na V Conferência Internacional intitulada «UE e África: em busca de Parceria Estratégica», que se realiza nos dias 8 e 9 de Novembro no auditório da FLAD.

A Conferência terá por tema a II Cimeira UE-África, cuja realização se prevê para finais de 2007, em Lisboa, sob a égide da Presidência Portuguesa do Conselho da UE. A primeira Cimeira UE-África, realizada no Cairo em 2000, marcou uma nova fase nas relações euro-africanas. Todavia, o progresso no aprofundamento destas relações tem sido irregular. Se, por um lado, o desenvolvimento de novas instituições africanas, como a União Africana e o NEPAD e um crescente interesse europeu em harmonizar as políticas para África, parecem apontar em sentido positivo, por outro, problemas como os critérios de APD, as questões comerciais, a integração económica ou a abordagem internacional a crises como o Darfur ou o Zimbabwe, parecem andar na direcção contrária.

Assim, a perspectiva de realização da II Cimeira UE-África reveste uma importância considerável, quer pelo encontro em si próprio quer pela possibilidade de alcançar um novo patamar nas relações entre África e a Europa.

A V Conferência FLAD IPRI procurará debater e aprofundar algumas das oportunidades e desafios da Cimeira. Contará, como habitualmente, com a participação de convidados políticos, analistas, académicos e outras personalidades de relevo.

Programa Provisório

8 de Novembroquinta-feira

09h15Abertura

Rui Machete, Presidente, FLAD
Carlos Gaspar, Director, IPRI-UNL
Manuela Franco, Coordenadora da Conferência

Conferência de abertura
Nuno Severiano Teixeira, Ministro da Defesa Nacional

10h15Pausa Café

10h30 África: Um Parceiro Estratégico
António Monteiro, Enviado Especial para a Cimeira UE-África

11h15Primeira Sessão: Valores em Comum. Ser Jornalista no Séc. XXI
Mesa Redonda
Moderador: Ferreira Fernandes, Redactor Principal, DN
João Van Dunem*, BBC, Angola
Daniel David, Empresário Comunicação Social, Moçambique
José Vicente Lopes, Editor Chefe do Jornal «A Semana», Cabo Verde
Adelino Gomes, Redactor Principal, PÚBLICO
Nicolau Santos, Director Adjunto, EXPRESSO

13h00Intervalo para Almoço

14h30Segunda Sessão: Poderes Regionais Africanos. Políticas Externas Africanas
Moderador: Leonardo Simão, Director Executivo da Fundação Joaquim Chissano, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique
Angola : Assis Malaquias , Associate Dean for International and Intercultural Studies, Associate Professor of Government, St. Lawrence University, Canton, NY
África do Sul : Elizabeth Sidiropoulos, South African Institute for International Affairs
Nigéria : J. Peter Pham , Director, Nelson Institute for International and Public Affairs, James Madison University

17h00Pausa Café

17h15 Terceira Sessão: Soberania, Segurança e Estabilidade. As Políticas dos Conflitos
Moderador: Mário Mesquita, Membro do Conselho Executivo, FLAD
Darfur : Gerard Prunier, Investigador no CNRS, ex-Director, Centre Français des Études Ethiopiennes, Addis Abeba
Congo : Timothy B. Reid, UNFIL, Lebanon
Zimbabwe : João Gomes Porto , Peace Studies Bradford Univ, Reino Unido
As Instituições Multilaterais Africanas e a Gestão de crises : Victoria K. Holt , Henry Stimson Center, Washington


9 de Novembro Sexta-feira
09h00 Quarta Sessão: A África e a Europa: Uma Agenda para a Cimeira
Moderador: João Marques de Almeida, Conselheiro do Presidente da Comissão Europeia

A II Cimeira UE – África

João de Deus Pinheiro, Membro do Parlamento Europeu, ex Comissário Europeu

A Cimeira UE - África: Problemas e Perspectivas

Ricardo Soares de Oliveira , Austin Robinson Research Fellow at Sidney Sussex College, Cambridge University
Manuel Correia de Barros, Coronel, Director Executivo do Centro de Estudos Estratégicos de Angola
As Armadilhas da Ajuda Pública ao Desenvolvimento
Robert Calderisi , autor de «The Trouble with Africa: Why Foreign Aid isn't working» (2006)
Requisitos do Desenvolvimento Sustentável
Taoufik Rajhi , African Development Bank (AfDB)

12h00 Encerramento
África e a União Europeia
Vítor Borges, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde
Aguinaldo Jaime, Ministro Adjunto do Primeiro Ministro de Angola
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IPRI-UNL
Rua de D. Estefânia 195, 5º Dto.
1000-155 Lisboa
Tel.: +351 213 141 176
Fax.: +351 213 141 228
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Fundação Luso-Americana
Rua do Sacramento à Lapa,21
1249-049 Lisboa
Tel.:+351 213 935 800
Fax.:+351 213 963 358
Webpage: http://www.flad.pt/
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Dora A. E. Martins