segunda-feira, agosto 13

Descentralizar o país

Angola tem 1.246.700 km²! É um país enorme!! Inútil dizer o que já toda a gente sabe: “Angola é um país grande e belo... fauna e flora únicas...”, essa cantiga já todos nós conhecemos. Vejamos as coisas de outra maneira.
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A maior província é o Moxico, com 223 023 km², e a mais pequena é Luanda com 2 257 km². Só vos digo isso para termos realmente a noção do que a frase “Angola é um pais grande” quer dizer.
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Para muitos de nós, Angola é só Luanda. O pior é que mesmo para alguns dos nossos governantes, a visão é a mesma: Angola é só Luanda. Estamos todos enfiados numa cidade que já está completamente entupida, que não tem capacidade para tanta gente. Concebida inicialmente para 600 000, hoje com 4 000 000 de habitantes.
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Obviamente que as consequências são desastrosas: abastecimento de água, esgotos, trânsito, a própria estética da cidade, tudo! E como se não bastasse, grande parte dos ministérios encontram-se na baixa da cidade ( Marginal e arredores), o que vem a centralizar ainda mais. Tudo concentrado numa só avenida. Aqueles que moram em Viana, por exemplo, têm um trajecto diário demasiado penoso.
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Contudo, Luanda continua a ser a cidade onde mais se investe no país. É lá que tudo acontece! Mesmo os que hoje estão nas províncias, são levados a “seguirem a luz” (por falta de investimento nas respectivas províncias) que acende no fundo do túnel. Essa luz é Luanda, e esse túnel afunila demais. Desenvolver outras províncias do país é uma prioridade absoluta. Assim que começarem a criar postos de emprego nas províncias, com tanto espaço que há, conseguiremos fazer com que as pessoas que vivem no musseque finalmente tenham uma oportunidade de trabalhar e ter uma casa normal, num bairro urbano. E se o governo saísse de Luanda? Imaginem quantos postos de trabalho seriam criados noutra província ( e porque não no Huambo? Uma província central, e que já esteve p’ra ser outrora a capital de Angola, a chamada Nova Lisboa).
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Numa primeira fase, seriam alguns ministérios ( o da agricultura deveria ser o primeiro, na minha opinião), e à medida que se fossem construindo estradas, condições na cidade para voltar a ser reabilitada e com um projecto urbanístico sério, correspondente à uma capital, num prazo de 3 anos o Governo estaria sediado numa outra província. Outro pólo no pais teria nascido: estaríamos finalmente a utilizar a superfície do pais, as populações à volta seriam puxadas “p’ra cima”, o desenvolvimento seria certo (pelo menos até à um certo ponto). Lubango, Huambo, Benguela, Bié, todas essas províncias (que segundo muitos relatos, são das mais bonitas do país) seriam “niveladas”.
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Penso que seria uma boa solução, e não seria uma solução inédita: isso já foi feito no Brasil, por exemplo.Esta é mais uma idéia entre tantas outras. Uma idéia aberta à discussão, que pode ser refutada e reformulada. Este é, também, um dos grandes objectivos deste blog: propor soluções ao que muita gente insiste em classificar de insolúvel.
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3 comentários:

Anónimo disse...

O Governo até tem leis que protegem o investimento nas províncias, leis essas que até são acertadas e bem conseguidas mas depois existem os “CONTRA GOVERNO” e contra desenvolvimento da Província.

Aqui em Benguela, o Governador da Província pede sempre uma comissão em todos os investidores (estrangeiros ou nacionais) que venham criar emprego e postos de trabalho, riqueza!
Ele actualmente já é um homem muito rico e influente, parente do Presidente JES, não tem necessidade de fazer o que faz!

A pouco tempo o Sousa Sintra esteve aqui em Benguela a negociar a montagem de uma fabrica de Cerveja, não sei a capacidade de produção nem os números do investimento, mas era grande e criava postos de trabalho. O estado, pelas suas leis, garantia isenções de impostos ma o Governador queria tanto do bolo que o investidor acabou por bater com a porta e foi para o Brasil e montou lá a fabrica.

O mesmo se passou com uma Faculdade Portuguesa que quis instalar-se na Província. O que ele pediu de comissão é foi tanto que eles bateram com a porta.

Agora pergunto:
Porquê que homens como esse não são acusados de traição ao país???
Porquê que homens como este têm cargos tão importantes e prejudicam o desenvolvimento Humano e do país???
Porquê que ninguém investiga as fortunas e os prende???
Sabem porquê??? Porque são todos iguais e se prenderem 1 têm de prender todos.

Anónimo disse...

Angola dentro de alguns anos ja vai sofrer uma descentralizacao.
JES convidou o arquitecto Oscar Niemeyer para criar uma nova cidade de raiz. Tal como Brasilia.
Temos que perceber que as mudancas n acontecem em 1 dia... Apesar dos nossos governantes seram corruptos e preguicosos acredito q se todos colaborarmos Angola vai conseguir sair do buraco aonde esta.

ANGOLA disse...

Pois é KL, JES vai mandar construir “outra Luanda”.

O país é tão grande, precisa de tanta reabilitação, de tantas escolas para se construir para um povo que é iletrado e que precisa de educação, sim, porque um país de iletrados está condenado a ser sempre mísero.

O desenvolvimento sustentado de um país passa pela educação, mas em Angola vai-se construir uma nova cidade. Para quem? Quem vai ter poder de compra para viver nela? (os mesmos que estragaram a Luanda actual)
E a antiga, qual o seu destino? Será esquecida e será marginalizada? Haverá gente de bem que queria ficar na antiga?? Será que não se vai marginalizar Luanda?? Será que não vai ficar abandonada e catalogada??

Não é mudando de cidade que as coisas se concertam, vamos ter o mesmo país e as mesmas pessoas que destruíram a Luanda de hoje também vão destruir a “Nova Luanda”, ou vão construir muros e fortalezas ao redor dessa Nova Utopia????

Sabemos que os angolanos a muito deixaram de ser humildes e passaram a ser elitistas. Vai ser moda morar na “Nova Luanda” e antiga, que hoje já é esquecida por parte daqueles que a governam e a habitam, ainda mais esquecida vai ser. (Deus queira que eu esteja enganado)

Construir cidades novas não trás mais pão, água e luz aos angolanos. Vão construir uma cidade para habitantes que na sua maioria têm dinheiro mas não têm formação para viver numa cidade futurista, vai acontecer o mesmo que a “velha cidade”: vão atirar o lixo pela janela, vão estacionar os carro nos passeios, vão atirar o lixo pela janela do carros. Vão passar os sinais vermelhos, não vão respeitar os sinais de STOP nem as linhas contínuas.

Angola precisa de mais cidades sim!!! Cidades Universitárias!!! Uma em cada Província. Todas elas iam custar mais barato ao país e iam trazer mais desenvolvimento, riqueza e melhor qualidade de vida aos angolanos.

Deus queira que essa “Nova Luanda” seja mais um boato e que a actual Luanda cresça com um plano de ordenamento melhor do que aquele que tem sido praticado nos últimos 10 anos de corrida a condomínios.

Se essa moda pega, qualquer dia também querem construir uma ilha artificial (Novo Mussulo) para tentar desfazer os erros e crueldades contra a natureza que durante todos estes anos permitiram fazer no que em tempos foi um paraíso, Mussulo.