sexta-feira, agosto 3

Govern(corrup)ação de Angola - A pior da Lusófonia

Angola tem, entre os países lusófonos, a pior a classificação na maioria dos indicadores de governação do Banco Mundial (BM), incluindo corrupção e eficácia governamental.
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No relatório Indicadores Globais da Governação 1998-2006, divulgado terça-feira ao final do dia, Angola surge no indicador «controlo da corrupção» no percentil 8,7% o que significa que apenas 8,7% dos 212 países incluídos estão abaixo deste nível.
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A Guiné-Bissau surge no percentil 15,5% e Timor-Leste no 19,9%.
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Os dois melhores neste aspecto são Portugal (82,5) e Cabo Verde (72,8), que surge bem à frente do Brasil (47,1).
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Os dados do relatório, da autoria dos economistas Daniel Kaufmann, Aart Kraay e Massimo Mastruzzi, são calculados pelo BM a partir de diversas fontes, como institutos de pesquisa, centros de análise, organizações não-governamentais e outro tipo de organizações internacionais.
No «painel» de avaliação dos seis indicadores estão a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Economist Intelligence Unit, Banco de Desenvolvimento Africano (BAD), Afrobarómetro, Gallup ou Departamento de Estado norte-americano, num total de 33 fontes e dezenas de milhar de inquiridos.
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Além da corrupção, o estudo abrange os indicadores «voz e responsabilização», «estabilidade política e ausência de violência», «qualidade da regulação», «cumprimento da lei» e «eficácia governamental».
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Neste último, Angola surge no percentil 10,9, novamente abaixo da Guiné-Bissau e Timor-Leste.
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Bem maior é a diferença entre com os restantes «oito» no que diz respeito a «voz e responsabilização», que mede a participação dos cidadãos na política - Angola está no percentil 11,5, e o segundo pior, a Guiné-Bissau, no 33,7.
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O cumprimento da lei é o pior resultado de Angola (7,1), e também da Guiné-Bissau (9,0).
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O melhor resultado, cuja recuperação merece até destaque do Banco Mundial, é na estabilidade política, em que Angola surge no percentil 28,8, ligeiramente acima da Guiné-Bissau (26,4).
Na qualidade da regulação, Angola (7,1) surge ligeiramente melhor do que Timor-Leste (6,8).
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A melhor classificação de Timor-Leste é na «voz e responsabilização» (38,5), tal como na Guiné (33,7).
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Em São Tomé e Príncipe, mostram os números apresentados pelo Banco Mundial, o pior é a eficácia do governo (20,9) e o melhor a estabilidade política e ausência de violência (64,4).
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O melhor em Cabo Verde e em Moçambique é a ausência de violência (78,8 e 63,9, respectivamente)) e o pior a qualidade da regulação (45,4 e 30,7).
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O Brasil destaca-se na voz e responsabilização (58,7) e o pior é o cumprimento da lei (41,4).
Portugal apresenta a sua pior classificação na estabilidade política (76) e a melhor em voz e responsabilização (90,4).
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Para os autores do estudo, os números dão conta de melhorias a nível mundial na governação, e particularmente no combate à corrupção, incluindo em África.
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«A notícia auspiciosa é que um número considerável de países, mesmo em África, está a mostrar que é possível fazer progressos significativos na governação num período de tempo relativamente curto; estas melhorias são cruciais para a eficácia da ajuda e para um crescimento sustentado a longo prazo», afirma Daniel Kaufmann, co-autor do estudo.
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De acordo com os autores do estudo, a corrupção movimenta anualmente um bilião de dólares em todo o mundo.
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Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=20&id_news=83588

4 comentários:

cj disse...

Olá

Gostei muito deste blog.

Abraços

Anónimo disse...

essa pesquisa não chegou a ser publicada no Brasil.
Não sei se me envergonho mais dos índices ou da manipulação da informação.

Soberano Kanyanga disse...

Fazia tempo que nao vinha ca. Gostei do que vi. Voltarei a colaborar.

AGRY disse...

Sou um novato nestas coisas de blogosfera.Em relação a África e aos africanos a música já é outra.
Envio-lhe a minha última postagem. Não posso prever a sua reacção mas..aí vai

"Gostaria de habitar um mundo não aprisionado numa armadura de dogmas de qualquer natureza,um mundo sem profetas e solidário.
Gostaria que neste cantinho do planeta flagelado por décadas de autoritarismo, de incultura e de repressão, se reciclassem, com urgência, os resíduos ideológicos abandonados no quintal da história e que ameaçam propagar-se e poluir a atmosfera social.
Amalgamados com outros resquícios resultam numa ambiguidade pretensamente independente mas que não passa de uma clonagem de figuras sinistras do passado.
Com uma linguagem “arejada”, assumem ares de gente erudita, autosuficiente, sempre disponível a desafiar cidadãos com provas dadas nos mais diversos domínios do saber. São bandos de analfabetos que optaram por ocupar indevidamente um espaço que nunca foi seu.
Mergulhados até às virilhas no consumismo dos telemóveis de última geração, na roupa de marca, nas bombas de alta cilindrada que destroem vidas diariamente, são superficiais, frívolos e tentam simular um elevado grau de iliteracia. Agem e pensam como robots manipulados e manipuláveis
São, de facto, o paradigma acabado de pseudo intelectuais que tentam a todo o custo disfarçar a sua ignorância recorrendo ao insulto e à calúnia em oposição ao debate sereno e sério.
Assim, gostaria que se derrubassem os muros da intolerância, da verborreia e do xicoespertismo preconceituoso e reaccionário
Gostaria de ver e participar na construção de uma sociedade mais justa capaz de lutar incessantemente por nivelar, por cima, a sociedade
Gostaria que não se mutilasse o conceito de democracia As componentes sociais, económicas e culturais são indissociáveis da cómoda e redutora interpretação que se circunscreve às liberdades politicas"


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