As boas maneiras nasceram no dia em que um casal de antepassados, distantes do angolano actual, foi convidado para a caverna de um outro casal, para devorar uma perna de veado.
Depois da pança cheia, à volta da fogueira, os visitantes reconfortados fizeram o devido elogio ao tempero de jindungo e vinha de alhos, que só muito mais tarde se viria a tornar tempero universal.
A anfitriã agradeceu. O visitante arrotou, colocou delicadamente a mão à frente da boca, sorriu embaraçado e justificou:
“Estava mesmo bom!”.
Tinham nascido as boas maneiras. À mesa.
As boas maneiras, como se vê, começaram em casa. E vão abarcando os parentes, os vizinhos mais próximos, as figuras conhecidas do bairro, do país.
As boas maneiras implicam gentileza, fraternidade, atenção e solidariedade para com o próximo.
Batemos palmas para nos fazermos anunciar (à falta de campainha, que nem sempre há energia).
Acenamos os bons dias à esquerda e à direita, numa interacção do indivíduo com a sociedade em que está inserido, desde que acorda até que recolhe ao descanso.
O contrário das boas maneiras são os maus modos que, em situações extremas podem chegar ao cúmulo da agressão ao semelhante. E os maus modos, chegados ao limite, são a razão das guerras, civis ou inter-estados, o que pode ser considerado como cúmulo da perda das boas maneiras.
Por: Manuel Dionísio
In: Austral.
Revista de bordo – Jan./ Fev. /Mar. – TAAG – Linhas Áreas de Angola
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