segunda-feira, maio 22

Memórias de uma guerra que não vi

Quando nasci, já Angola era um país comunista ou socialista, não consigo recordar com precisão. Em minha casa, como na maioria das casas angolanas, não se falava muito de politica, o nosso destino estava traçado, pensávamos nós.

Não tenho memórias da guerra. Apenas das faltas de luz, que descongelavam os frigoríficos e estragavam a comida, que nos obrigavam a estar na rua até mais tarde para fazer tempo, naquela altura eu achava normal, lembro-me dos gritos de felicidade das pessoas quando a electricidade era reposta "a luz voltou". Dias depois ouvia os meus pais dizerem que a Unita tinha rebentado uma barragem, ou qualquer coisa do género, verdade?
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Lembro-me de tomar banho de jarro, o que era normal, porque não havia água suficiente, naquela terra cheia de rios, lembro-me dos avisos da minha mãe para nunca beber água da torneira porque não era potável, eu sabia lá o que era potável naquela altura.
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O meu pai era um aventureiro, por isso passávamos os fins-de-semana em lugares proibidos, perigosos, mas lindos, tão recônditos que eram só nossos.
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Como dizia não tenho memórias da guerra em si, só de um fim-de-semana que passei escondida debaixo da cama, a ouvir os tiros (em 1992).
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Das imagens guardei apenas os rostos dos meninos de mão estendida, das famílias sem casa, daquela cidade que já conheci deteriorada, mas que apreendi como minha, desde o início.
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Por: Rafaela
In:http://senumanoitedeinvernoumviajante.blogspot.com/

12 comentários:

ANGOLA disse...

As tuas memórias são também as minhas e as de uma grande geração angolana que infelizmente teve de passar por isso. Felizmente tivemos a coragem e a capacidade de encarar a guerra e todas as adversidades inerentes a ela como se de um filme fosse, ultrapassando todos os traumas e medos recalcados.
Prosperamente seguimos em frente e hoje brincamos com todas estas dificuldades que nos foram impostas. Sonhos roubados, lares destruídos, famílias separadas mas mesmo assim orgulhosos em sermos angolanos.

Um abraço

Anónimo disse...

Mais esta senhora so fala da pobresa de Angola e racismo. Estou farto desta Blog. Esta senhora porque nao fala do pais dela Portugal que e um pais pobre da Europa. Estou farto mais um pouco irei a hospital.
Atenciosamnete,
Kassumuna

Anónimo disse...

cumue kassumuna creio k o teu melhor sitio é o hospital de preferencia psiquiatrico o teu problema é grave.

Anónimo disse...

Conversei ultimamente com um amigo aquí de Natal,Rio Grande do Norte, Brasil e ele contou-me sobre as maravilhas de Angola, e de seu potencial econômico, fiquei querendo fazer contatos comerciais com pessoas ou empresas que tenham interesses em várias mercadorias produzidas aquí. por exemplo. 1. Indústria Têxtil, o nosso estado é um dos maiores produtores de camisas, ropupas íntimas, t-Shirtis, e calças
2. Somos grandes produtores de frutas tropicais, Melão, mamão, Maracujá, Goiaba, melancia, e etc...
3, Somos o maior produtor de Sal marinho do Brasil
4. Somos o segundo maior produtor de pescados
5. Somos o maior exportador de Camarão
6. somos o terceiro maior produtor de água Mineral
6. Somos grandes produtores de Cana de açucar, e alcool
7. Detemos grande tecnologia na produçao de petroléo
8. Somos o maior produtor de Shelita
9.Produziumos veículos que são capazes de rodar em dunas e areias
e muitas outras coisas. qualquer contato fazer no: produtos_do _rn@yahoo.com.br

Kafé Roceiro disse...

Fiquei realmente emocionado com seu texto, Rafaela! Um forte abraço, Kafé Roceiro do Brasil.

greentea disse...

tb lembro angola assim, enquanto ai estive

faltas de luz, faltas de água
faltas de pão
faltas de um parafuso
que por vezes deixava tudo parado

................................
gostava de lá voltar

Anónimo disse...
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