sábado, outubro 29

SIMPLESMENTE UM CLAMOROSO MANIFESTO JUVENIL

Angola, a África, a juventude, devem acordar enquanto os Leões ainda não terminaram a sua refeição, comendo-nos!!! Precisamos de coragem e determinação para definirmos o que queremos que seja exactamente o nosso país e a nossa sociedade. Meus cambas, toca-nos a nós os destinos de Angola, os nossos kotas até ao momento não impressionaram nem a nós nem ao mundo.
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Não é novidade alguma a situação de degradação social e cultural que atravessa o nosso país! (Angola) A cada dia que finda, carrega consigo uma grande dose de esperança no alcance de soluções dignas e idóneas para a então situação de decadência social! O fenómeno atinge todas as classes da nossa sociedade, embora sobre isso os privilegiados prefiram esposar a própria arrogância!
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Dificilmente na nossa sociedade angolana conseguem encontrar-se elementos que nos permitam decifrar com rigor os seus extratos. É uma sociedade bastante paradoxal, com efeitos de “cultucídio” ou “genocídio cultural”, o homem morre em si mesmo! Por consequência, a juventude paga o triplo do preço.
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Num destes dias, curiosamente e sem alguma intenção a priori, pus-me a refletir no conteúdo de uma “mensagem musical”. Como a maior parte da juventude Angolana, gosto muito de Kuduro, que considero como mais um dos resultados da nossa extraordinária capacidade Africana de fazer música, de manifestar o que escorre dentro das nossas almas. Em algumas músicas de Kuduro não se canta simplesmente, mas se conversa, se discute proporcionando ao manifesto, tal como no Rap, uma forte carga expressiva.
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Voltando ao “conteúdo musical”... era simples! Com uma profunda dose realística, porque se trata de um “clamoroso manifesto jovem”, gente que sofre e sente na carne os verdadeiros efeitos de um povo abandonado ao próprio destino.
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"Chaleno", assim se intitula a música. A mensagem é inteiramente direccionada à sociedade, em especial, à juventude pela estagnação em que se encontra. Pouco ou nada se faz como verdadeiro manifesto no sentido de mudar o curso da nossa história, essa que há séculos, nos foi negada com a colonização e que nos continua a ser negada através da neo-colonização ou imperialismo cultural e económico; história que até ao momento somos incapazes de inverter, talvez pela frustração no qual somos imersos que se manifesta nos nossos dias, no extremo degrado dos nossos valores e da grande precariedade sócio-cultural.
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O autor desta música, do seu conteúdo, da sua extraordinária mensagem simples, objectiva e sobretudo direcionada à juventude estagnada, se calhar a terá feito instintivamente. Poderá ter feito com um simples objectivo, o de entreter, típico da indústria cultural contemporânea. Não gostaria de maneira alguma, menosprezar a genialidade do autor, que talvez mesmo sem perceber a grande dimensão cultural na qual a mensagem foi deslizando, o autor transcendeu uma barreira!
Nos nossos dias, tende-se a confundir através do entretenimento: o verdadeiro do ficcional, o real do virtual.
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«Chaleno,...chaleno kiambote muana.
Vamos abandonar Luanda
Puto Sabo no microfone
O Don Gema a mixar
DJ Paloy já esta na pista
Uatará esta a controlar
Por isso vamos já bazar mana
Chaleno, chaleno, ...chaleno
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Em Angola tem buede zanga
Puto Sabo não é “cunanga”
DJ Paloy tem muita “banga”
(...)
Chaleno Kiambote muana uhé
Chaleno Kiambote papa uhé
Chaleno Kiambote avó uhé»
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Neste trato da letra, o enfoque vai sobretudo para as palavras:
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"Vamos abandonar Luanda", "Puto Sabo não é cunanga" , "DJ Paloy tem muita banga" (assim se manifesta, sobretudo na juventude, a nossa ignorância e arrogância intelectual. O encorajamento é feito aos pais, aos filhos e aos avós a aderirem ao manifesto.)
Mas continua:
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«Isto é chaleno
E’ p’ra arrasar
E’ p’ra subir...
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Agora “subir é patente”
Vou mandar chamar o presidente “Noite e dia usa Colgate”
(...)
Por isso vamos já bazar Podem desvaziar Luanda
(...)
Isto è agressividade »
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Já neste trato:
“Agora subir é patente” (à Angolana; como sabemos, a patente è mais importante). “Vou mandar chamar o presidente. Noite e dia usa Colgate” (quantos sorrisos brancos se usam enquanto o país morre mendigando!?). “Isto é agressividade” (logicamente que nos falta).
No trato seguinte, simplifica tudo para concluir de maneira mais clara:
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«Vamos desvaziar Luanda
Luanda já esta muito cheia
Vamos bazar nas nossas províncias “cultivar” os nossos mambos
DJ Eurico a confirmar
Puto Sabo no microfone a “arrasar com todos os malaiques”
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Por isso já, sair voando!
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DJ Paloy, chaleno kiambotéé...
DJ Eurico, chaleno kiambotéé...
Familha boa, chaleno kiambotéé...
(...)
Vamos bazar, chaleno kiambotéé...
“Isto é gás, é p’ra arrasar com todos os CARETAS”»
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Neste final o autor descreve um problema real, que na visão dos nossos representates (os nossos possíveis políticos!?) parece não ter solução viável. Eis a proposta simples e plausível do nosso jovem que possivelmente nem uma linha sobre política tenha lido na sua vida: Voltar ás próprias zonas de origem e com o trabalho desenvolver de maneira global o país.
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Ao verificarmos a mensagem, ela lança o apelo aos MALAIQUES e aos CARETAS deste país. Naturalmente os CARETAS e os MALAIQUES que sublinha o nosso jovem, não se manifestam somente naqueles que de maneira representativa e política parecem ter a maior responsabilidade do degrado e da decadência cultural do país. Manifesta-se em cada um de nós que simplesmente pouco ou nada fazemos para dizer STOP à situação actual em que estamos mergulhados. Os CARETAS e os MALAIQUES somos todos nós que nos limitamos a apontar o dedo escapando das próprias culpas!
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As ideologias no qual estamos afogados não se tratam somente daquelas que com os canhões nos dizimaram, mas também, daquelas que se produzem independentemente nas nossas consciências e que se manifestam através da indiferença e da ignorância total para com os próprios destinos, para com a própria vida e que se simplificam na forma do medo de afrontar problemas de maneira justa e solidária para com a comunidade, ou seja, a própria nação!
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O autor não se limitou a dar culpas a estes ou aqueles, apelou a todos os extratos da sociedade, com maior relevância para a juventude. Vamos abandonar Luanda é um convite à mobilização, ao dinamismo, à necessidade que o país e a juventude têm de despertar caminhando em direcção ao futuro, esse que nunca o veremos se continuarmos a deixa-lo nas mãos dos corruptos, dos viciados, dos caducados e dos irracionais (dos Malaiques).
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Libertarmo-nos da alienação das ideologias, não somente aquelas que bebemos cegamente do ocidente, mas também aquelas que por frustração nasceram e cresceram nas nossas consciências, é o passo fundamental.
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Precisamos despertar, vamos redefinir, restruturar e dar uma função concreta a cada uma das nossas instituições; vamos dar forma e vida a uma sociedade civil Angolana com valores , vamos construir um verdadeiro país (que a meu ver ainda não existe senão teoricamente).
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POR:
LOMBMHULA

10 comentários:

Anónimo disse...

com muito respeito, gostaria responder ao Sr. Mamba Negra o seguinte:
Antes lhe quero recordar que, iletrado eis tu incapaz de enxergar sobre a tua propria ignorancia.
Claro que, foi a vossa ganancia selvagem sobre as fortunas que vos feis lansarem-se pelo mundo fora exterminando homens, sociedades e inteiras culturas em nome dos lucros. A vossa sede nunca foi outra senao aquela que se manifesta hoje descontroladamente na alienaçao ao dinheiro e a acumulaçao de riquezas mesmo a custo de cancelar inteiras geraçoes de pessoas.
Hipocrita ès tu incapaz de fazer uma leitura critica e racional da historia e que te limitas a afirmar que a colonizaçao trouxe algo de bom a Angola.

Iletrado es tu, que mesmo depois de tantos anos de libertaçao das colonias, ainda te fervem no sangue das tuas veias a vossa pandemia de quizer dominar e superiorizar sobre todos e tudo aquilo que possa existir no mundo.

Hipocrita e iletrado ès tu, etnocentrista e colonizador incuravel.

Desde ja', meta bem isso no teo pobre cerebro de passaro: Angola, a Africa nao precisava do vosso imperialismo satanico. Eramos uma sociedade muito mais organizada e saudavel que a vossa. A vossa colonizaçao veio alienar somente o nosso destino e semear a cultura do odio, do dinheiro, da libertinagem, da disumanidade, da inracionalidade etc. Ou èis tamente iletrado que ainda nao percebeste que a vossa sociedade "imbarcou" ha muito em direçao a autodistruçao?
E' talvez isso que dizes ser bom e que troxeram para nos?

Anónimo disse...

Extremos e posiçoes impossiveis.

Extrema e talvez um pouco precipitada na interpretação, a meu ver, foi a posiçao de N'vunda.

Se me permites N'vunda, aque que a tua posição foi um pouco precipitada e um pouco agressiva: " iletrado eis tu incapaz de enxergar sobre a tua propria ignorancia."; "Hipocrita e iletrado ès tu, etnocentrista e colonizador incuravel."

Eventualmente terás razão em discordar com a posição de Mamba mas daí a acusá-la ou acusá-lo....

Mamaba Negra, se me permites, as posições impossiveis são para ti.

Num regime em que as librdades nºao podem ser plenamente exercitadas, não viável ou sequer permissível que os cidadãos tomem atitudes como as que sugeres. Mais do que posiçoes impossiveis, parace-me mesmo que o que o ou a Mamba sugere é utópico e descabido mesmo, até porque a inflez guerra que desvatou o nosso país não permitiu grande progressos, pelo contrario e cmo qualquer guerra civil, só há espaço para retrocesso.



A minha posição e opinião ao texto: Não posso deixar de manifestar a minha admiração pela escrtita de e pela sua sensibilidade no tratamento da questão.

Realmente Mamba não me parece que haja aqui hipocrisia mas sim uma lovável referência àquilo que é necessario fazer , tanto da parte do "kudurista", como da parte de LOMBMHULA. Esta música, CHALENO, que confesso que não conhecia, exalta bem e funciona bem como medida prática para fazer com que as pessoas deslocadas voltem para as suas terras de origem. Se é eficaz ou nao não sei mas que será ouvida isso sem dúvida será visto que em Angola todos, pelos menos alguns de nós ouvimos Kuduro.

Mais do que isso, mais do que colaborarmos, nas nossas áreas de intervenção para a inimização do problema angolano, não nos pode ser exigido, visto que temos outras situações para atender e outras causas pelas quais lutar.

Ao autor do texto, os meus parabéns não apenas pela qualidade da escrito mas também pela sensibilidade com que trartou a questão.Ao músico, bem haja! normalmente a mensagem do kuduro, feitas as devids excepcoes é oca, a meu ver.

Apenas mais uma coisa Mamba. Sabias que aquilo que hoje se consideram países do 3º mundo e países subdesenvolvidos, foram outrora todos eles as potencias mundiais? Ao analisares a curva da evolução economica mundial, verás que os países que hoje se arrogam evoluidos já estiveram bem abaixo dos hoje "países pobres?" Sabias que os "países pobres", apresetavam uma eloução tida como NATURAL, em que era respeitado o ambiente e os recursos apenas eram extraidos na base da necessidade? Sabias que havia uma ideia de sustentabilidade já nauquela altura? Sabias que o que hoje se considera índice de desenvolvimento humano, naquela altura era mais elevada nos "países pobres" do que nos "países ricos?" Numa outra oportunidae explico te como se chegou a situaçao em que estamos agora.

abraços,

rp

Anónimo disse...

Muito obrigado meu caro Camba RP. Antes, eu peço desculpas ao resto da comunidade aqui do forum pela minha atitude contra o Mamba. Mas repito, eu nao retiro nenhuma virgula daquilo que disse ao Mamba. Ele cometeu um grossissimo ero em querer, espiritosamente, "pegar a pata" de nos, da nossa gente. Ele se esquece que a Europa deve assumir, e ja', a responsablidade que tem para com o atraso de Africa. Ele deve antes perguntar-se onde sairam as riquezas hoje existente na Europa e senao no ocidente em geral. Nao somos chavados como sempre pensaram que fossemos. E acredito que se nao fosse os sanguessugas complices do ocidente (os puliticos)o nosso povo hoje atingeria niveis de organizaçao que a Europa nunca sonhou. Eles so sonham em ter mais dinheiro, e è isso que espalharam pelo mundo: a "cultura do bem estar" como dizem.
Repito: peço perdao aos meus compatriotas, mas quem ousa em ensultar o meo povo, sou capaz de dar a minha vida para ensurgir contra o malfeitor.

ANGOLA disse...

Caros amigos,
permitam-me comentar o que de facto está aqui em questão.

Este magnifico post foca um tema muito importante "Voltar as origens", regressar as nossas cidades, comunas, kimbos para desenvolver o país todo e libertar Luanda, cidade que hoje está a rebentar pelas custuras, densamente povoada.

A resolução do problema passa por estudar a doença e trata-la com a devida profilaxia.

Grande parte da população actual de Luanda é oriunda de outras províncias, que por necessidade de sobrevivência e melhores condições de vida se deslocaram até Luanda!

Para aliciarmos o povo a regressar aos locais de origem temos de oferecer condições, sem prejuízo de tudo aquilo que são as necessidades básicas que eles necessitam.

O acesso a saúde, o acesso ao melhor ensino, as empresas empregadoras, petróleos, indústrias, clinicas, laboratórios, os hipermecados com grande oferta, Aeroportos Internacionais (com o 2º em construção em Luanda adiando ainda mais o desenvolvimento do Sul,)estão centrados em Luanda.
A disparidade de salários é enorme, de Luanda para as províncias. Tratar de documentos como o Passaporte, Bilhete de entidade ou Carta de Condução passa também por documentos a tratar em Luanda, o poder político está centrado em Luanda(Ministérios).

Vivemos num país que importa tudo. É preciso incentivar a Indústria, a Agricultura, a Pesca do resto do país que são quem mais gera postos de trabalho, assim as pessoas não precisam procurar trabalho em Luanda.

Os jovens necessitam de emprego, habitação, ensino para os filhos, Hospitais equipados e isso não existe a não ser em Luanda.

Para combater a desertificação das províncias e eliminar o excesso de habitantes em Luanda os políticos têm de olhar sériamente para os factos que atrás descrevi e criarem políticas com sentido de inverter essa situação.

Amigo NVUNDA
-"peço perdao aos meus compatriotas, mas quem ousa em ensultar o meo povo, sou capaz de dar a minha vida para ensurgir contra o malfeitor."-
Neste espaço todos temos direito a opinar e devemos respeitar as opiniões de todos, mesmo aquelas que são absurdas.
Vamos acabar de uma vez por todas com este tipo de "slogans" que em nada nos dignificam,a violência nada resolve. A tua vida é bem mais valiosa que todas as opiniões do Mundo e fazes mais pela tua Nação e pelos teus irmãos se tiveres vivo.
Tenho em crer que MAMBA NEGRA nos chamou de iletrados porque segundo o relatório mais recente da ONU publicado aqui neste Blog, a nossa taxa de alfabetização é tão baixa que nos atira para uma lista de iletrados, por mais que nos custe é a verdade! Temos de por o coração de lado e olhar para a razão. Eu também sou angolano como tu!

Sugiro que comentem o post que é bem mais interessante do que estas indiferenças.
Obrigado

Anónimo disse...

Caro mn, creio que ninguem ainda percebeo daquilo que eu quiz realmente defender. E' verdade que temos todas essas dificuldades, e com os corruptos, as coisas sao ainda mais graves. Mas repito, em nada daquilo que disse conota-se a uma certa indiferença a realidade ou a diversidade. Pelo contrario, se alguem de boa fè tiver paciencia, verà que a minha defesa surgio porque alguem, abusivamente, aproveitou-se deste espaço para difundir a sua (e nao nossa) Hipocrisia. Eu nao sou um Angolano conformista, e nem muito menos racista ou nacionalista como alguem tentou definir-me. Os Europeus sao assim, qundo um Africano surge com ideias concientes sobre a propria terra, o proprio povo lhe acusam de nacionalista racista etc. Se esqueceram que sao eles que difundiram essas ideias pelo mundo fora.

Outra, a minha vida nao è vida se nao for direCionada a atençao pela minha gente: è assim que nascemos, è assim que somos. A minha vida so tem sentido enquanto for dedicada a minha gente, puriço, repito: sou capaz de dar a minha vida pelo meo povo. E isso motiva-me muito para um futuro melhor. Nos nao somos razistas nem nacionalistas, simplesmente porque, nao nos reconhecemos neste tipo de categorias; porque sao categorias malvagias e sanguinarias. Quem ainda è verdadeiramente Angolano sabe que, essas categorias e os seus reais acontecimentos foram importadas, nao fazem parte de nos. Portanto, nao as queremos de forma alguma. E se existem os traidores que fazem delas instrumentos para servir o ocidente, esses tambem deverao serem varidos fora.

Alguem vive na Europa? Pergunte aos Europeos o que significa "extracomunitario" e veras o que te responderà! E nem purisso, um extracomunitario na Europa conota-se por: barbaro, bandido, extranho, sujo, pobre, iletrado, indigena...
Mas se o pergutes se um Suiço ou um Americano o que è, dirà que estes nao entram na categoria de extracomunitarios, e te garanto que te darà esta resposta com extrema lucidez. Entao me pergunto: quem se manifesta como realmente iletrado? Mas com isso, nao estou a dizer que a nossa taxa de analfabetismo nao è altissima, pelo contrario, estou a tentar fazer entender a diferença existente entre iletrado porque è analfabeto e iletrado porque è incapaz de excergar o aceitar a realidade da propria inracionalidade. Quem diria que um Hegel se confunderia com estas coisas, mas confundio-se quando numa das suas elustres obras afirmou a ideia que a Europa poderà conviver e entender com o Africano somente se essa recuar na historia e encontrar-se na primitividade do Africano. Ele nao passava de um inracional, se bem que ocupou-se de racionalidade em toda sua vida.

Fico por aqui, porque senao nao paro de comentar; porque tenho muito a dizer sobre isso. Mas deixo um apelo aos Angolanos: a era do conformismo ja' passou, e nimguem mais nos pode inganar!

ANGOLA disse...

Amigo NVUNDA,
Compreendo claramente a sua indignação para com o comentário de MAMBA NEGRA, mas temos de saber ultrapassar as nossas divergências de opinião sem chegar a extremos.

Não quero que pense que concordo com a opinião de MAMBA NEGRA.

ILETRADO, adj. que não tem conhecimentos literários; analfabeto.

Pelo que posso interpretar da opinião medíocre e simplista de MAMBA NEGRA, a referida palavra "iletrado" não foi dirigida à sí pessoalmente mas ao povo angolano que, infelizmente, é de facto iletrado, porque em 30 anos de Idependência apenas se investiu numa guerra que matou e separou muitos angolanos invés de se ter investido na educação e em outros sectores da Nação.

Como já havia dito, neste espaço todos temos direito, e bem, de opinar da forma que quisermos, e também o direito de resposta, - Desde que cumpra com os requesitos do Blog - não é tolerado nenhum tipo de linguagem que incentive a violência física ou verbal, ou seja, se discordarmos da opinião de outro, temos de ser concisos e factuosos nas nossas respostas, respeitando ao maximo possível a posição que esse mesmo defende.

NVUNDA DISSE: "peço perdao aos meus compatriotas, mas quem ousa em ensultar o meo povo, sou capaz de dar a minha vida para ensurgir contra o malfeitor." - "Mas deixo um apelo aos Angolanos: a era do conformismo já passou, e nimguem mais nos pode inganar!"

Estas palavras são de índole violenta e gostava que este tipo palavras fosse banida deste espaço.

Contudo NVUNDA tem intervenções de grande valor, espero continuar a receber seus comentários pois enriquecem em muito o nosso espaço pluralista onde se discutem as ideias e opiniões de todos.

Com isso, encerro este assunto

Melhores cumprimentos
MN

Anónimo disse...

É incrivel como as pessoas interpretam as coisas da maneira k mais lhes convém... Antes de mais, keria parabenizar o autor do post, acho o artigo está cheio de sabedoria popular, k por sê-lo torna-se autentico e retratador de muitas verdades. No entanto, o k me fez escrever foi o primeiro comment e a maneira como criticaram o mesmo...! Mesmo não focando o assunto principal, não deixou de ser pertinente. Tal como Mamba Negra (k cheguei á conclusão de se tratar de uma mulher) sou da mesma opinião. Hipócritas sim Sr.! Não é segredo pra ninguém k a comunidade Angolana tem o mau costume de se desculpabilizar com a má luso-descolonização ou até com a própria colonização em si, para justificar o seu "estado" de pouco desenvolvimento, consequentemente atraso! Pelo amor de Deus, até quando a ladainha do "somos uns coitados, k fomos mal descolonizados.." ou "os portugueses tiveram aqui 500 anos e só somos livres há 30..." mas ninguém se lembra de completar a frase né? ...só somos livres há 30 e 27 deles andámos a fazer guerra..." Chega de arranjar culpados!! Chega de piedade de nós para connosco!! E aí entra a hipocrisia a k Mamba Negra se refere e iletrado é akele k não a conseguiu interpretar. Considero k cada um de nós sinta de maneira diferente e k tenhamos todos opiniões diversas, li todos os comentários e acho k todos eles têm a sua razão... mas não posso deixar de frisar k aki ninguém precisa de aulas politico-económicas terceiro mundistas...kem comentou o k comentou, soube do k estava a escrever e emitiu o seu parecer....e sem kerer cair nos atakes pessoais, tenho k advertir ao rp (a kem conhecimentos legais e constitucionais não faltam por sinal) k não é bonito substimar a inteligencia e conhecimentos dos demais - falo de outros comments também! Mamba Negra, no seu comment nao sugere nada...só comenta e critica. "Mais do que posiçoes impossiveis, parace-me mesmo que o que o ou a Mamba sugere é utópico e descabido mesmo"...quem é descabido aki afinal?

Mais uma vez, parabéns ao autor e por favor não patronizemos os comentários alheios!

C.M.C.Xafredo dos Reis

Anónimo disse...

Caros cambas. Desde ja' agradeço a inteligente intervençao do MN, e também dos restantes que me precederam. Antes gostaria dizer que, acredito nao ser tao dificil entender o sentido figurado de "iletrado" e muito mais. Para dizer que, as coisas nao devem ser ditas no avulso (ainda que as dizemos no sentido figurado). Somos homens e poriço, na comunicaçao, respondemos as açoes dos nossos intelocutores para colmar males entendidos. Eu nao fiz diferentemente. Mamba Negra, eu aceito as tuas desculpas de bom grado, mas acredito que, se eu nao interviesse nada estaria esclarecido quando as tuas verdadeiras intençoes (que jamais o saberemos com certesa). Em todo caso, eram boas ou mas, o importante è que vieste a currigir o que esteve mal. Eu também peço as minhas desculpas pelo quanto disse. Mas uma coiusa è clara: nao se trata de culpabilizar somente a colonizaçao sobre os males que passamos hoje. Nao è minha intençao e nem cabe na minha cabeça; pelo contrario, ando bastante preucupado com o conformismo que se nota na Juventude Angolana. A Africa nao è um continente imaturo que se comporta como criança que nao reconhece os proprios erros. Somente queremos dizer que, independentemente da nossa retomada de conciencias, o ocidente deve reconhecer e aceitar a grande responsablidade que tem para com o atraso de Africa. Se reagimos as vezes ate' com um pouco de raiva no sangue, è justamente pela injustiçao que continuamos a sofrer atè hoje. E acredito que, nimguem, e sobretudo o ocidente, nao deve suprimir suas responsablidades mas as deve assumir assim como tambem nos assumimos as nossas. A tendencias muitas vezes è que, as pessoas tendem a subtrair-se das proprias responsablidades. E quanto se trata sobre a Africa, o fenomeno e simplesmente extraordinario.

Anónimo disse...

Esclarecimentos:

À Cláudia, a minha demonstração de conheciemtnos jurídicos não teve nem tem um fundo ou intuito de substimar a inteligência e os conhecimentos de ninguem, nem tão pouco para me arrogar superior aos demais intervenientes nesta discussão, nem neste espaço, sob qualquer forma ou pretexto.

Se o fiz, fi-lo apenas para corroborar a minha exposição e o meu ponto de vista. É defeito de formação. Nenhum jurista defende uma ideia ou causa sem invocar uma base legal e/ou doutrinal, seja ele quem for!

Se no meu comentário anterior fiz alguma referência aou alusão jurudica, sinceramente, não a encontro mas isso pouco importa se tu ( e permite-me que assim te trate) ou os outros intervenientes "leram" no meu comentário arrogancia pela forma como me exprimi, ao que peço desculpa.

Se o fiz, fi-lo também na sequência daquilo que dizia, "cada um de nós deve procurar minimizar os problemas angolanos nas nossas áreas de intervenção", e mais não fiz, que partilhar conhecimentos, da minha area de intervenção, de modo a permitar idenfificar e solucionar problemas. Mais não fiz do que contribuir, não apenas com ideias mas essencialmente com conhecimento empírico concreto, teorias e fórmulas hipotéticas de resolução de problemas.

Quanto às opiniões,

Não discordo quando dizes que um sector, largo, da sociedade angolana desculpabiliza a sua inacção e incompetência com a guerra civil, com o colonialismo, com o 27 de Maio, etc.

Mas sejamos justos e analisemos: Não haverá um fundo de verdade ou de razão até em tal comportamento? Eu explico para não pensarem que me incluo nesse sector, do qual faço questão de me demarcar pública, premptória e veementemete. Mais do que casa partidas, ruas minadas, cortes de energia e água, mais do que as consequências materiais de todos esse acontecimentos, que é a única coisa que se tem discutido, porque não analisemos as consequências morais e psicológicas dos mesmos? Ou os constantes cortes de energia e água não afectam as pessoas moral e psicologicamente? Ou as atrocidades da guerra não nos afectam psicologica e moralmente? Ou os pobres, ao verem uns enriquecer "inexplicavelmente" em pleno periodo de guerra não nos afecta psicologica e moralmente? Falou-se e fala-se muito em recuperação, edificação, evolução, desenvolvimento.... mas e o índice de desenvolvimento humano? Mas a a mudança de mentalidades? Mas e quem ou o que tratará das feridas nas nossas almas? Que é feitos dos filósofos angolanos? Os psicólogos? os musicologos? Hipnoteraria, terapia desportiva, terapia das cores, dos sons, dos cheiros, da musica, da pintura, do teatro, da literatura, da escultura...? Que é feito em angola dessas formas de terapia? E isso não sao modrnices do ocidente, isso é aquilo de que todo o homem é feito: CULTURA!

Atenção, e digo mais uma vez, todos os eventos passados NÃO JUSTIFICAM o atraso em que vivemos hoje! Mas, existe uma contribuição de todos eles. As coisas foram acontecendo e nunca houve TERAPIA para o nosso PAÍS! Sempre se pensou que o tempo resolveria tudo mas a verdade é que não resolve, não resolveu. E ainda hoje nos debatamos com consequencias desse acumular de "stress" causados por todos esses aconteciemtnos.

Não é demagogia que eu faço. Apenas pergunto o quetem de ser perguntado! E dentro dessa mesma sequencia de acontecimentos, hoje em angola lidams com dois probelmas que ninguem fala: O tribalismo e o racismo! quando digo ninguem, não me refiro à nós cidadãos particulares, em nossas casa, falo de órgãos do Estado. E em parte consigo explicar porque nao falam: porque os órgãos do Estado só funcionam quando a PESSOA que ocupa o cargo politico que tutela esse mesmo órgão fala. Isso significa que eventualmente essas pessoas também carecem da mesma terapia que nós!

Contudo, continuo a achar que é inaceitável a inacção da juventude angolana. Sim, os nossos kotas já não nos surpreendem e embora eles exercam sobre nós influências, temos de ter o discernimento suficiente para ver para além dessas questões, porque cabe à juventude angolana, fazer essa terapia!

A meu ver não há hipocrisia. A música "Chaleno" é uma forma de tarapia! O texto de LOMBMHULA é uma forma de terapia, as nossas opiniões são terapia pois exsite em todas essas manifestações o reflexo de uma introspecção.


À Mamba Negra, espero que percebas que ao dizer que a sugestão que fazes é utópica e descabida, não faço com intuito ofensivo nem com o propósito de te ridicularizar. E se o fiz, peço desculpa. O que queria dizer é que, a meu ver, a tua sugestão carace de amparo realista, significando isto que na verdade, e embora a tua opinião, tal como a de todos nós tem validade, é inaplicável na prática! Porquê? por falta de terapia minha amiga! Antes de edificarmos temos de planear, antes de planearmos, temos de saber o que queremos e estar dispostos a trabalhar isso, e é aí que o problema começa. Nem todos estão dispostos a trabalhar, pior que isso nem todos os que não estão dispostos a trabalhar deixam os outros fazer! É nesse sentido que digo "utópico e desabido". Mas repito: sem ofensa!


Só mais uma coisa amiga Claudia, afirms que não precisamos de aulas de politco-económica terceiro mundistas. de facto dispensamos essas aulas porque o pensamento terceiro mundista é na sua essencia degradate mas na verdade nós somos terceiro mundistas!E todas e quaisquer criações e consederações que façamos, seja a que respeito for, é terceiro mundista, porque assim nós somos! Nós, não eu, não tu, não a minoria intelectualizada mas de uma forma genérica os angolanos na sua maioria! E não nos podemos esquecer que estamos envolvidos num cenário comunitártio terceiro mundista, que é o cenário da SADC. Atenção: não estou a dizer mal da SADC enquanto instituição! Refiro ao conjunto de países que a constituem. São países cujos subdesenvolvidos; são países, para ser rigoroso onde o índice de desolvolvimento humano não acompanham o crecimento económico, sendo que em alguns deles, nomeadamente Angola, fala-se de indice de SUB DESENVOLVIMENTO humano!


Sem mais me alongar,


RP

José Sousa disse...

Vou responder ao senhor Nvunda! Ele tem 100% razão. Foram os europeus que à cerca de 500 anos levaram para Angola a doença chamada "ganância", e a forma como vive hoje o povo angolano, numa extrema miséria, foi, sem dúvida, pelo facto de implantarem aí um regime estupido ocidental. A cultuura Angolana, as suas verdadeiras raízes, sõa muito saudáveis, pena é que sempre a quizeram destruir! Agora, caro amigo, tudo é verdade da forma como pensa e se exprime, mas eu pergunto: -porque é que essa parte, tão errante da colonização, que eu mesmo sendo português detesto, o José Eduardo dos Santos não respeita os filhos de Angola e deu autorização a que Angola continue a ser colonizada e extorquida como nunca? Concorda com isto amigo?

Um grande abraço