Repouso deitado num sofá já velhinho do Hotel Delta Phiramids de Cairo. Estou na região de Gize, lá onde o vento gasta força contra a imponência das três representações do saber secular egípcio. Vim do estádio olímpico da academia militar egípcia onde os Palancas Negras maltrataram no pasto os ferozes Simbas do ex-Zaire. Na cama partilhada no quarto de Hotel com um quibalista, solto um grito e um chuto que lhe caiu bem no cú. Era o golo de Angola na Televisão egípcia. Acordo e noto que era um sonho. Exactamente um sonho que contrariava aquilo que tinha acabado de viver minutos atrás. A cama era o acento do autocarro, o quibalista da fiscalização de Luanda tinha sido trocado por um jovem Malanjino, e pior; os Simbas nem deixaram os Palancas pastar.
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Como soldados comandante, os Palancas que acabei de assistir a jogar e a apoiar não fizeram senão fartar-se de falhar golos e deixar que os Simbas trocassem a bola sem a devida oposição que se esperava.
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Notei também que enquanto no lado de lá, no relvado, o pasto se mostrava complicado, no lado de cá, no cimento e plástico, os apoiantes empurravam ao prado os já sem força “antílopes”, mas sem como.
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E no fim, bem no fim, quando, depois do intervalo e os Simbas já sem um compagnion, se esperava pela imponência dos antílopes ruminantes, o pastor não fez mais senão insistir na defesa, causando um desespero total entre os apoiantes que só não atravessaram o campo para pôr o Torra e o Makaba no campo por força dos “alicates faraónicos” disfarçados a apoiantes d’Angola.
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Do “Ou vencemos, ou quê...” passou-se ao “Oliveira, fora”, entre outros gritos que não impediram o nosso “recolhimento” imediato ao aeroporto de Cairo e posterior “desterro”. É que ficara por ser cumprida a missão dos Palancas, enquanto que mesmo cansados e tristes, os excursionistas se gabavam da missão cumprida, tal como os organizadores da tour que tinham prometido mais dois dias em caso de vitória e regresso imediato se o desiderato não fosse atingido.
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Já no autocarro da Ghassist, no aeroporto 4 de Fevereiro, o pedido dos excursionistas a Cairo parecia dirigir-se ao “quem de direito” que nesta altura não estará desatento e a quem aproveito repassar o que ouvi na canção que ditava: - Ou lhe troquem, ou quê.
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POR:
Soberano Canhanga
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