domingo, novembro 20

Altas Patentes na Pesca

"Existem no mercado dezenas, senão centenas de industriais de pesca sendo que a primazia vai para as famílias França, Jardim e Faceira detentoras de interesses em mais de 4 grandes companhias. Os «habitues» do costume, ou seja, gente que está em todo o lado. (Nos petróleos, nas pescas, nos diamantes, e por aí fora).
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Star Fish - É propriedade dos generais França Ndalu, irmãos Faceira, João de Matos e Armando da Cruz Neto . É gerida por uma holding chamada Múltiplas, que tem à frente um português de nome Nunes. Detém a segunda maior congeladora de Angola.
Do ponto de vista legal, a Edipesca é a sua proprietária, mas como muitas outras empresas do Estado, esta também foi parar às mãos de terceiros sem papel passado. Do corpo de accionistas constam também a Escom, do grupo Espírito Santo. Joaquim David, que nos anos em que brilhava na Sonangol tinha grandes relações com João de Matos, é citado também como sendo accionista da mesma.
A Star Fish, a maior referência de peixe na cidade do Namibe, é única empresa que exporta peixe de acordo com padrões impostos pela União Europeia. A sua recuperação foi feita com recurso a fundos bonificados. Como em muitos outros negócios, os generais dividem-se aqui. França Ndalu detém, em associação com a empresa sul-coreana Interburgo, a World Wide, a maior empresa de pescas do país. Por sua vez Armando da Cruz Neto é dado como sendo um dos patrões das Vilmar, gerida por Carlos Vieira.
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Complexo do kikombo - Faz exactamente 11 anos que esta empresa foi parar às mãos do actual ministro das Pescas, Salomão Xirimbimbi. Era o início do tímido processo de redimensionamento empresarial.
A licitação desta e de outras empresas valeu ao Estado triliões de kwanzas, no que foi na altura motivo de muito regozijo. Ao tempo metido noutras contas que não de peixe, Salomão Xirimbimbi conseguiu ficar com o Complexo Frigorífico do Kikombo, no Kwanza Sul. Mesmo sem nunca ter conseguido arrancar da sua antecessora qualquer licença de pesca, segundo contam fontes do SA, Xirimbimbi, conseguiu o suficiente para se manter à tona até hoje. Num país em que os governantes não têm a menor preguiça de misturar interesses públicos com privados, ninguém se admire se de um momento para o outro o Complexo do Kikombo der salto de cangurú. Afinal, a cozinha agora está por conta do próprio dono da empresa.
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RJ-Pescamar-Frisul - Engenheiro agrónomo de profissão, João Jardim, irmão de Fátima Jardim e antigo vice-ministro da Agricultura, descobriu, em boa hora, que futuro estava no mar e não em terra. Hoje controla a RJ.
Os interesses da família Jardim estendem-se também à Pescamar, cujo rosto principal é Albérico Naval, ele também primo dos Jardins. A sua especialidade é o camarão. Tem como clientes principais empresas espanholas. Detêm também a última palavra na Frisul, o maior complexo frigorífico do país. Parada há muito tempo, a Frisul apenas aguarda que engenheiros chineses terminem a sua reabilitação.
Na Frisul, João Jardim partilha interesses com o antigo primeiro-ministro França Van-Dúnem e ainda com Albérico Naval e com o jurista Eurico Paz Costa, antigo director do Gabinete Jurídico do Ministério das Pescas.
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Grupo Gema - A saída consecutiva da Presidência da República de José Leitão e de Carlos Feijó em nada afectou o crescimento do Grupo Gema. Pelo contrário. A sociedade fundada por José Leitão, Carlos Feijó, Pitra Neto e Simão Júnior está à beira de juntar ao seu portfólio o negócio de petróleo. Porém, uma coisa já é certa: o comércio de peixe foi das suas primeiras apostas. Desde o seu nascimento que está ligada aos sul-coreanos da Interburgo na pesca de camarão. A Interburgo é a mesma que partilha interesses com França Ndalu na World Wide, a maior empresa de pescas do país. Na WW, Ndalu é acompanhado pelos generais Kito e Toca.
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Copeme - Assim como José Pedro de Morais tem negócios em que está sozinho, nomeadamente na Global Seguros, os outros irmãos também têm os seus. Com efeito, a Copeme, do general Pedro Neto, foi a primeira incursão da família Morais no negócio de peixe.
A constituição, recentemente, por Pedro Neto, José Pedro de Morais e Jorge de Morais, da AngoOceânia, especializada em congelamento, confirma sugestões avançadas no «mercado do peixe» de que a entrada colectiva da família no ramo está para breve.
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Sopescas/Sede - Propriedade de Mário Palhares, presidente do Conselho de Administração do Bai, a Sopescas tem à frente um cidadão que atende pelo sobrenome de Duarte, que foi cônsul de Angola em Ponta Negra e primeiro secretário em da nossa embaixada na Namíbia. Divide-se entre captura salga e congelamento.
Nesta empreitada, Mário Palhares tem a companhia de alguns generais, cujos nomes o SA não conseguiu apurar. O corrupio de homens da capital à volta do peixe levou o antigo conselheiro do Presidente da Republica e actual embaixador na Costa do Marfim, Carlos Belli Belo, ao controlo da Sede, Lda, onde tem como parceiro um cidadão francês chamado Charlie. O objecto social é igual ao da Sopescas: captura, salga e congelamento. Em Benguela, Zeca Moreno, antigo 1º secretário provincial do Mpla, também está registado como empresário de pesca. É dele a Pesca Fresca.
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Iemanjá - O nome deste grupo empresarial é brasileiro, mas o seu dono, Adérito Areias, é angolano, benguelense de gema. Representa, tal como Fernando Borges, na Huíla, o sucesso de empresários do interior. Tem engenho para conseguir créditos a tal ponto que está entre os que mais beneficiaram de facilidades do Fadepa, Fundo de Apoio ao Desenvolvimento de Pesca.
A gestão parcimoniosa de fundos e domínio do negócio colocam o grupo Iemanjá, de que constam barcos de pesca e as salinas Calombolo, entre as melhores do ramo do país. Coincidência ou não, Adérito Areias também é próximo dos Jardins.
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Pesinagri - É indiscutivelmente a maior empresa de pescado de Angola. É detida a meias pelos irmãos generais Faceiras e por João Jardim. De resto, foi no consulado de Fátima Jardim, no Ministério das Pescas, que esta empresa passou para o controlo de privados, mas não sem que antes beneficiasse de um recuperação sustentada pelo Estado. Faceiras e Jardins têm outros interesses.
Faceiras e Jardins têm outros interesses. Os irmãos generais estão vinculados à empresa Cruzeiro do Sul, hoje por hoje parcialmente desactivada e a família Jardim tem interesses que vão da salga à captura. Aqui os dois manos têm a companhia do General João de matos.
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Pestômbwa - Se na Baía Farta se pode dizer que há concorrência e diversificação, no Tômbwa, província do Namibe, fala-se a uma única voz: Pestômbwa e mais nada! Inspirada pela família Jardim, a Pestômbwa tem à frente Gouveia Neto, antigo funcionário público e parente próximo dos Jardins.
A afirmação desta «pescaria» foi facilitada também pelo facto de nela terem interesses os governadores de Benguela, e da Huíla, respectivamente Dumilde Rangel e Francisco Ramos da Cruz."
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Por:
soba BeZiDrÓgLiO
Fonte: Semanário Angolense

3 comentários:

Anónimo disse...

Esse pais esta vendido.

Anónimo disse...

estamos mal. o pais ja ta mesmo privatizado

Anónimo disse...

afinal quantos empregos criam estas empresas do sector das pescas?